Tr�nsito � liberado na BR-381, local de acidente com carreta que transportava �cido

Foi liberado, na manh� desta segunda-feira, o tr�nsito no local do acidente com uma carreta que transportava �cido clor�drico, na BR-381, em Sabar�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. O problema ocorreu no domingo. No in�cio da manh�, a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) informou que o ve�culo estava na faixa da direita da rodovia, no sentido Jo�o Monlevade. Por volta das 7h40, tr�s faixas estavam liberadas, sendo duas no sentido BH e uma no sentido Monlevade. Apesar da faixa ocupada, n�o havia congestionamento no trecho. �s 8h10, a pista foi completamente liberada, conforme a PRF.

Este foi o quarto caso de fechamento de rodovia mineira causado por problemas em carretas carregadas com produtos perigosos em quatro meses. Desta vez, um ve�culo pesado que seguia de Cubat�o (SP) para Tim�teo, no Vale do Rio Doce, com �cido clor�drico, pegou fogo na estrada e parte da carga vazou, exigindo um trabalho extremamente complexo para fazer o transbordo do produto e possibilitar a libera��o do tr�fego, que ficou completamente fechado das 6h at� as 13h40, quando come�ou a fluir lentamente no sistema de pare e siga, na altura do km 447, tr�s quil�metros ap�s o posto da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) de Sabar�. At� as 20h, entretanto, as pistas tinham sido liberadas apenas parcialmente.

De acordo com a empresa Herculano, respons�vel pelo transporte da carga, o produto seria levado para a f�brica de a�o inox, a�o el�trico e a�o-carbono da Aperam (antiga Acesita) em Tim�teo. O �cido seria usado para fazer o processo de decapagem do a�o, que � uma esp�cie de limpeza ap�s sua fabrica��o. Segundo um funcion�rio da transportadora, houve um princ�pio de inc�ndio em um dos pneus do cavalo mec�nico que puxava a carreta e o fogo se espalhou para o ve�culo. O motorista n�o se feriu, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Devido ao risco com o produto, que come�ou a vazar, a estrada foi completamente interditada �s 6h, impondo um bloqueio para o caminho do caminhoneiro Carlos Lizardo, de 46 anos, o primeiro motorista que aguardava na fila sentido Vit�ria. “Infelizmente esses fechamentos s�o comuns. J� fiquei um dia inteiro parado nesta estrada por conta de acidente. Isto aqui tinha que ser duplicado”, afirmou o motorista, que saiu de Santa Luzia, na Grande BH, e ia para Vit�ria.

Apesar de todo o tempo que levou para a libera��o da pista, diferentemente de casos anteriores em rodovias federais, a partida para o trabalho de ontem foi mais �gil. Como a empresa especializada em emerg�ncias que foi contratada pela transportadora Herculano tinha um caminh�o para transbordo do �cido pronto para atuar bem perto de sua base em Contagem (Grande BH), rapidamente os trabalhos come�aram. Mas dada a complexidade do caso, com vazamento do �cido, a ocorr�ncia transcorreu de forma lenta, segundo o analista do N�cleo de Emerg�ncia Ambiental (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), Newton de Oliveira. O t�cnico explicou que houve contamina��o de um pequeno curso d’�gua �s margens da rodovia, mas ontem ainda n�o era poss�vel estimar muitos detalhes desse dano. “� uma quantidade que n�o � grande e tamb�m tem muita �gua usada pelo Corpo de Bombeiros. Provavelmente n�o causar� maiores impactos”, estimou o analista.

O major Anderson Passos, comandante do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad) dos Bombeiros, destacou que todo o cuidado � pouco por conta do tipo de material e por isso o trabalho nesses casos � realmente lento. O militar, por�m, afirma que o Corpo de Bombeiros sugeriu mudan�as no decreto estadual que estipula normas em rela��o a esse tipo de atendimento que poderiam agilizar o processo. “O que a gente sugere � que seja inclu�do nesse decerto, em caso de interrup��o de servi�os essenciais, a necessidade de libera��o da rodovia com um prazo espec�fico”, afirma o militar. Esse prazo seria definido pelas autoridades envolvidas de acordo com as caracter�sticas da ocorr�ncia.

Apesar do bloqueio total do tr�fego, o local onde houve a interdi��o facilitou o trabalho da PRF, que usou seu posto de atendimento em Sabar� para orientar motoristas sobre dois desvios poss�veis. Passagens por Sabar� e Caet� e tamb�m por Santa Luzia e Taquara�u de Minas (todas na Grande BH), foram op��es vi�veis para carros pequenos. Por conta dessas possibilidades, as filas n�o se estenderam e ficaram basicamente repletas de caminh�es e �nibus, n�o autorizados a usar os desvios.

Quem n�o teve como escapar foi a enfermeira Jane Botelho, de 41 anos, que saiu de casa no s�bado �s 20h30 de Uberl�ndia (Tri�ngulo Mineiro) e pegou um �nibus para BH. Na manh� de ontem s� mudou de coletivo e entrou em um �nibus para Te�filo Otoni (Vale do Mucuri), onde moram seus pais. Cansada com a espera que �s 10h j� somava quatro horas, ela resolveu ficar do lado de fora do �nibus, pois estava gripada. O jeito foi abaixar a cabe�a e cochilar sentada na beira da rodovia. “O problema � que a gente fica sem �gua, sem comida e eu n�o tenho a op��o de �nibus direto de Uberl�ndia para Te�filo Otoni. E sem bateria de celular n�o consegui nem avisar meus pais”, contou.

OUTROS CASOS Nos �ltimos quatro meses outras tr�s ocorr�ncias parecidas ao acidente de ontem na BR-381 nas rodovias mineiras impuseram grandes bloqueios ao tr�fego. Em mar�o, o tombamento de uma carreta com 18 bombonas de �cido para uso na minera��o fechou a BR-040 por mais de 12 horas em Nova Lima, na Grande BH, causando uma fila de mais de 22 quil�metros na estrada, que � concedida � iniciativa privada. No fim de maio, a BR-262, em Juatuba, (Grande BH), que tamb�m � concedida, ficou quase 24 horas completamente fechada ap�s o tombamento de uma carreta bitrem carregada com 44 mil litros de �leo diesel. Na sexta-feira, uma carreta que transportava �cido sulf�rico tombou na AMG-150, na altura do km 2, em Nova Lima, e tamb�m imp�s um bloqueio que testou a paci�ncia dos motoristas.