
O evento, que come�ou em Israel, foi trazido para o Brasil em 2014, com edi��es locais. Desde ent�o, foram contempladas 360 estudantes. � a primeira vez que a empresa organiza o encontro em n�vel nacional. Das 100 vagas, 20% s�o destinadas a meninas premiadas em olimp�adas na �rea de exatas. Do restante, metade vai para col�gios particulares e a outra para os p�blicos. As escolas com o melhor desempenho no Enem s�o convidadas e indicam duas alunas com as melhores notas na �rea de exatas.
Participam 50 col�gios. De Belo Horizonte e regi�o metropolitana est�o o Santa Marcelina, Coleguium, Santo Agostinho, Santo Ant�nio e Col�gio Militar. “N�o temos pretens�o de que todas saiam daqui para ser engenheiras, mas se puserem a quest�o j� teremos cumprido nosso objetivo”, afirma a engenheira da Google Izabella Mafra, de 25 anos. Ela trabalha h� 2 anos e meio na empresa e conta que, ainda no ensino m�dio, sonhava em trabalhar na empresa quando descobriu que havia um escrit�rio em BH.
“Quando entrei na faculdade, desisti desse sonho, at� o dia em que houve um recrutamento para mulheres para um curso na Google da Calif�rnia. Na volta, comecei o est�gio em BH”, conta. Tamb�m engenheira da Google em BH, Camila Matsubara, de 29, ajudou a trazer o Mind the Gap para a capital mineira. “Estudei em escola p�blica e fiz o ensino m�dio como bolsista. Escolhi ci�ncia da computa��o por sugest�o do meu pai, que � engenheiro mec�nico. N�o sabia ingl�s nem programa��o e, quando comecei a frequentar a faculdade, as aulas j� tinham come�ado, porque n�o entrei na primeira chamada”, conta. Ela estava no mestrado quando, por insist�ncia de amigos, mandou curr�culo e fez entrevista, sem compromisso, como ela gosta de frisar. O resultado: quatro anos e meio de empresa.
Inspira��o Camila e Izabella se tornaram inspira��o para as garotas. Aluna do Col�gio Militar de BH, Farid Asaad Diniz Saliba, de 17 anos, quer fazer medicina, mas n�o descarta usar os conhecimentos em programa��o para aplicar em sua �rea. “O empoderamento feminino � algo que tem de ser debatido. � uma carreira masculinizada historicamente. � bom saber que h� mulheres na �rea e, tenho certeza, elas v�o dominar”, ressalta.
Alunas do Coleguium, Ra�ssa Miranda Maciel e Lu�za Nunes Campos, de 16, tamb�m se encantaram. “Se vier aqui e n�o gostar � porque voc� n�o tem que seguir. Estamos tendo contato com o melhor”, afirma Ra�ssa, que n�o se decidiu pelo curso, mas tem certeza de que ser� algo na �rea de biol�gicas ou exatas. Lu�za pensa em fazer medicina, mas depois das primeiras horas em contato com um novo mundo, j� repensa suas escolhas. “Essa oportunidade de conhecer a �rea, saber como as pessoas trabalham, de ver que n�o � algo chato e fechado, est� me fazendo pensar. � uma experi�ncia maravilhosa”, relata.
Ontem, as meninas tiveram palestras, tiraram d�vidas sobre a carreira e at� criaram um joguinho, sempre orientadas por engenheiros da empresa. Hoje, a “aula” � na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde v�o encontrar profissionais das diferentes �reas da ci�ncia da computa��o. “Elas podem. Se tiverem na cabe�a que o sonho � grande o bastante, v�o entrar nas melhores universidades do pa�s e trabalhar numa empresa de engenharia de ponta”, ressalta o diretor de engenharia do Google no Brasil, Berthier Ribeiro-Neto.