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Estado de Minas

Imprud�ncia de caminhoneiros aumenta n�mero de mortes nas estradas de Minas

PRF aponta que, mesmo com menos acidentes, n�mero de mortes em trag�dias envolvendo caminh�es cresceu 32% em Minas no primeiro semestre. Alta velocidade � maior problema


postado em 18/07/2017 06:00 / atualizado em 18/07/2017 07:33

Na madrugada de ontem, motorista de caminhão morreu após bater em outro veículo de carga durante congestionamento na BR-381 em Itatiaiuçu (foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Na madrugada de ontem, motorista de caminh�o morreu ap�s bater em outro ve�culo de carga durante congestionamento na BR-381 em Itatiaiu�u (foto: Pol�cia Rodovi�ria Federal/Divulga��o)
Uma combina��o perigosa tem sido fatal nas rodovias federais de Minas. O excesso de velocidade, a falta de aten��o e a imprud�ncia ao volante de caminh�es t�m provocado cada vez mais mortes em estradas de tra�ado sinuoso e manuten��o inadequada que cortam o estado. Dados da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) indicam que, apesar de redu��o de 12% no total de batidas entre o primeiro semestre de 2016 e o mesmo per�odo deste ano – passando de 2.212 para 1.946 –, o mesmo n�o ocorreu com o n�mero de �bitos, que saltaram de 68 para 90. A alta foi de 32,3%. O total de feridos graves tamb�m aumentou: passou de 129 para 145.


Segundo a PRF, o comportamento do condutor foi determinante na maioria das trag�dias este ano. No primeiro semestre, 55,5% dos acidentes com morte ocorreram por velocidade incompat�vel com a via. Em 2016, esse percentual era de 41%. Mesmo que caminhoneiros sigam todas as regras de circula��o, por�m, especialistas alertam para o risco de qualquer acidente envolvendo ve�culos de carga. Exemplo disso ocorreu no domingo, quando sete pessoas morreram ap�s batida envolvendo uma carreta, um carro e uma moto na BR-116, em Itambacuri (Vale do Mucuri). Dos envolvidos no acidente, apenas o motorista da carreta sobreviveu.

Na vers�o do caminhoneiro, dada � PRF e ao Corpo de Bombeiros, ele seguia em dire��o a Governador Valadares quando foi surpreendido pela moto desgovernada, no sentido contr�rio da BR-116, na contram�o de dire��o. Ele informou que teria tentado evitar a batida, mas n�o conseguiu e ainda acertou a Parati que tamb�m estava no sentido contr�rio, em dire��o a Te�filo Otoni, mas seguia em sua m�o de dire��o. Uma das hip�teses levantadas pelo pr�prio motorista do caminh�o para a batida � um poss�vel deslocamento de ar que pode ter desequilibrado a moto no momento em que ela cruzou com um caminh�o-ba�, momentos antes de encontrar a carreta. A moto, cujos dois ocupantes seriam de Itambacuri, ficou completamente destru�da e pegou fogo ap�s a batida. J� os ocupantes da Parati seriam de Nanuque, na mesma regi�o. O motorista do caminh�o passou pelo teste do baf�metro e n�o havia ingerido bebidas alco�licas.

No domingo, batida envolvendo carreta, carro e moto provocou sete mortes na BR-116. Só o caminhoneiro sobreviveu(foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
No domingo, batida envolvendo carreta, carro e moto provocou sete mortes na BR-116. S� o caminhoneiro sobreviveu (foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o)
J� na madrugada de ontem, um caminhoneiro foi a v�tima de um acidente na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ele morreu depois que o ve�culo que dirigia bateu na traseira de outro caminh�o na altura do km 570 da BR-381, em Itatiaiu�u. De acordo com a PRF, no momento da batida ocorria uma manifesta��o do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), com interdi��o total das pistas no sentido BH. Havia caminh�es no fim da fila do congestionamento e a suspeita � de que o motorista acidentado n�o tenha conseguido frear o ve�culo a tempo. O protesto, segundo a PRF, ocorria devido a uma ordem de reintegra��o de posse programada para hoje.

Especialistas em transporte apontam v�rias raz�es para o aumento da letalidade em 2017. Para o engenheiro civil Silvestre Andrade Puty Filho,  mestre na �rea de transportes, os demais ve�culos na via sempre ter�o desvantagem em rela��o ao caminh�o no caso de trag�dias. Al�m disso, como esses ve�culos pesados s�o cada vez mais modernos, h� casos em que o motorista abusa da velocidade e se envolve em acidentes por imprud�ncia. “De modo geral, quem morre em acidentes com caminh�es s�o sempre os ocupantes de ve�culos de passeio e de motos, sendo que neste �ltimo caso as pessoas est�o ainda mais desprotegidas. Houve uma tend�ncia nos �ltimos anos de substitui��o de tecnologia e com isso, os caminh�es t�m mais eixos, est�o maiores, com maior capacidade de carga e tamb�m mais potentes. Quando trafegam em rodovias como as nossas, a maior parte delas antigas, com tra�ado sinuoso e malconservadas, isso se torna ainda mais perigoso, porque esses ve�culos s�o muito dif�ceis de ser parados”, afirma Silvestre.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
DUPLICA��O O especialista tamb�m aponta como complicador a falta de duplica��o para estradas de tr�fego intenso e com grande volume de caminh�es, como � o caso da 116 e da 381, em dire��o a Governador Valadares. Ele acrescentou que, com oferta menor de fretes no mercado, caminhoneiros costumam reduzir custos para conseguir trabalho, o que pode implicar queda de manuten��es nos ve�culos e em grandes jornadas de trabalho, sem intervalo adequado. “Assim, o motorista trabalha cansado, sonolento, desatento ao tr�nsito e pode, at� mesmo, fazer uso de produtos para se manter acordado”, afirma.

Para a PRF, o excesso de velocidade � o maior sinal de alerta para o aumento das mortes em 2017, j� que 55,5% das mortes ocorreram por essa causa. Na avalia��o da inspetora Fl�via Cristina, “falta conscientiza��o”. “Ainda h� muito motorista imprudente no tr�nsito, n�o s� caminhoneiros, porque a seguran�a nas estradas depende de todos. A PRF trabalha para frear infra��es, mas o motorista tem que ter em mente que a vida dele e das outras pessoas ficam em risco quando ele trafega em alta velocidade”, defende. “O motorista tem que priorizar a vida e n�o os prazos de trabalho”, acrescenta.


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