
Capit�lio – O ritmo de esvaziamento do lago da Represa de Furnas, no Sul de Minas, est� t�o acelerado que tem preocupado o setor tur�stico. De acordo com a associa��o das empresas de turismo do reservat�rio, duas das quatro principais atra��es est�o prestes a ficar inacess�veis por meio aqu�tico: a Cascatinha e o C�nion dos Tucanos. Mas bares flutuantes e atracadouros para barcos e lanchas tamb�m foram afetados e ou est�o distantes de seus pontos originais ou encalhados. Trabalhadores e turistas reclamam que a hidrel�trica de Furnas tem liberado mais �gua que o de costume para a �poca de estiagem (maio a outubro), quando praticamente n�o h� mais chuvas para recargas.
Uma das atra��es mais procuradas em Furnas � a Cascatinha, uma cachoeira que � encontrada depois de se vencer as intrincadas passagens pedregosas dos c�nions, e que desce por mais de 25 metros entre pared�es irregulares. O caminho para chegar at� a queda d’�gua � muito estreito e pedras que ficam no fundo podem danificar as embarca��es, pois j� est�o vis�veis, a cerca de meio metro de profundidade. “Neste ritmo que a represa vem baixando, a um palmo por dia, na semana que vem n�o conseguiremos mais chegar na Cascatinha, que � a segunda maior atra��o do nosso programa tur�stico”, disse o vice-secret�rio da associa��o dos trabalhadores do setor de turismo, Ricardo Nascimento Morais.
Quando as lanchas de passeios desta que � uma das lagoas com a maior frota da Am�rica Latina se aproximam da cachoeira que desemboca na represa, precisam passar por uma �rea que tem muitas rochas fechando um circuito que na seca � perigoso e at� impede a aproxima��o, dependendo da profundidade atingida. “Se nada mudar, da semana que vem em diante j� n�o poderei vir mais, porque uma h�lice danificada me custa R$ 2 mil e outras pe�as podem chegar a R$ 12 mil se toparem com uma rocha no raso”, disse Ricardo, tamb�m dono da empresa tur�stica Minas Passeios N�uticos, uma das mais requisitadas do lago.

V�rias rampas de lan�amento de embarca��es j� est�o expostas al�m da �rea constru�da, o que cria a necessidade de ancoradouros flutuantes, que podem avan�ar pelo leito seco adiante. At� os bares com dispositivos para boiar, projetados para sofrer menos com o isolamento durante a estiagem, t�m sido prejudicados, de acordo com os propriet�rios, devido a baixa de n�vel ser r�pida demais, o que acaba deixando as estruturas encalhadas.

Procurada para se manifestar sobre a preocupa��o do setor tur�stico, a empesa Furnas informou que suas “usinas hidrel�tricas s�o componentes do Sistema Interligado Nacional e sua opera��o � planejada e programada pelo ONS”. “Os n�veis dos reservat�rios e a energia despachada s�o programados pelo ONS, respons�vel por operar o conjunto de reservat�rios brasileiros de forma integrada, com o objetivo de garantir a seguran�a energ�tica”, acrescentou.
Ao informar que sua represa tem como objetivo priorit�rio a gera��o de energia el�trica, Furnas acrescentou que “a ocupa��o para fins comerciais e tur�sticos do entorno do reservat�rio ocorreu de forma espont�nea por empreendedores locais que buscaram aproveitar o potencial de neg�cios que se apresentou no lago”. Segundo a empresa “Furnas � um reservat�rio de regulariza��o e opera enchendo no per�odo chuvoso (novembro a abril) e sendo esvaziado na estiagem (maio a outubro)”, o que permite a produ��o de energia o ano todo e o fornecimento de �gua rio abaixo. Procurado pelo Estado de Minas, o Operador Nacional do Sistema El�trico n�o retornou aos contatos. (Com Paulo Henrique Lobato)