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Estado de Minas

M�e denuncia maus-tratos ao filho autista em escola de Belo Horizonte

Mulher conta que crian�a come�ou a aparecer com ferimentos em casa. Neste m�s, ela teve acesso a v�deos que mostram o menino sendo agredido por um monitor. O homem foi demitido


postado em 10/08/2017 12:51 / atualizado em 10/08/2017 18:48

Em dezembro, criança quebrou um dos dentes. Escola disse que ele caiu. Na foto à direita, recebida pela mãe, menino aparece amarrado(foto: Reprodução internet/WhatsApp)
Em dezembro, crian�a quebrou um dos dentes. Escola disse que ele caiu. Na foto � direita, recebida pela m�e, menino aparece amarrado (foto: Reprodu��o internet/WhatsApp)
Uma m�e busca justi�a para o filho, de apenas 10 anos, que passou por momentos de dor e medo nos �ltimos meses na escola onde estuda, na Regi�o de Venda Nova, em Belo Horizonte.

O menino, que � autista, vinha sendo agredido pelo monitor respons�vel por acompanh�-lo na sala de aula. Os epis�dios de viol�ncia terminaram depois que a mulher recebeu v�deos que confirmavam o caso.

Segundo a Secretaria de Educa��o, o funcion�rio foi demitido. O caso j� � investigado pela Pol�cia Civil.

A crian�a estuda na escola municipal, que fica no Bairro Piratininga, h� dois anos. A m�e trabalha e o menino fica na institui��o em per�odo integral, onde era acompanhado por dois monitores em turnos diferentes. O menino apareceu ferido pela primeira vez em dezembro. “No ano passado ele come�ou a chegar em casa machucado. Eles falaram que ele caiu, quebrou um dente, que o rosto dele estava machucado”, explicaa m�e do garoto. Na �poca, ela registrou um boletim de ocorr�ncia por causa dos ferimentos.



Com o retorno �s aulas, no in�cio deste ano, o menino voltou a aparecer com hematomas pelo corpo. A m�e reclamava. “N�o socorreram, nunca levaram ao m�dico. Eles limpavam, colocavam gelo”, diz.

No in�cio deste m�s, veio a confirma��o. “Uma pessoa filmou e passou para mim. Era durante as aulas de inform�tica, era o hor�rio da inclus�o. O professor de apoio que agredia ele. O v�deo chegou no dia 1º de agosto”, conta a mulher. S�o diversas imagens que mostram o homem puxando as orelhas e o nariz do menino, que chora. Em determinado momento, ele se arrasta pelo ch�o at� perto de outras crian�as, mas � retirado � for�a pelo monitor e colocado em uma cadeira. O agressor diz que o menino  “destr�i tudo”, manda ele ficar quieto e o amea�a falando de uma inje��o. Uma foto tamb�m encaminhada a m�e mostra o menino sentado no ch�o e amarrado.

A m�e da crian�a contou que registrou um novo boletim de ocorr�ncia e acionou advogados. Entre o lamento e a revolta, ela quer que os respons�veis sejam punidos, at� para evitar que outras crian�as passam por isso. “Eu quero justi�a. Poque n�o pode acontecer o que aconteceu com o meu filho. Isso pode acontecer com outras crian�as”, enfatiza. O em.com.br entrou em contato com a Pol�cia Civil e aguarda retorno. 

Defesa fala em processar o Munic�pio


Um dos advogados da fam�lia, Rafael Felipe Amaral da Cunha, diz que a defesa est� acompanhando o inqu�rito instaurado pela Delegacia Especializada de Prote��o a Crian�a e ao Adolescente (Depca). O menino j� passou por exame de corpo de delito. Ainda n�o � poss�vel ligar as les�es mais graves, como o dente quebrado, � a��o do agressor, o que vai depender da per�cia. Segundo ele, o monitor flagrado no v�deo ser� processado e as pessoas que viram os epis�dios de viol�ncia, mas n�o tomaram nenhuma atitude, ser�o investigadas.

Cunha afirma que a institui��o de ensino foi omissa. “A escola sempre dizia que os hematomas eram de quedas, porque ele tem muito pouca mobilidade. Falavam isso com ela (m�e) s� � tarde. Nunca, jamais levavam ele para alguma assist�ncia, em nenhuma situa��o prestaram socorro”, ressalta o advogado. “O que a escola deveria ter feito, quando foi questionada sobre a possibilidade, era ter instaurado uma peti��o espec�fica para ver se tinha envolvimento (do monitor). Ela foi completamente negligente. Ainda que fosse um acidente, tinha que ter feito isso. Ela (m�e) n�o obteve nenhum auxilio por parte da escola desde o come�o do caso. A �nica preocupa�a� foi com a repercuss�o por conta dos v�deos. A escola foi sim em todos os momentos notificada”, refor�a.

Rafael Cunha tamb�m diz que a defesa j� est� se organizando para mover uma a��o contra o Munic�pio. “Com o trauma que ele passou, vai precisar de acompanhamento psicol�gico, psiqui�trico, de odontologia. Todo o que constar por per�cia t�cnica vamos cobrar do estado, do Munic�pio”, diz.

Secretaria Municipal de Educa��o se posiciona


A crian�a continua nas aulas, acompanhada pelo outro monitor respons�vel por ele. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educa��o de Belo Horizonte confirmou que o funcion�rio foi demitido por justa causa e que foi realizada uma reuni�o com a fam�lia e a dire��o para falar sobre o caso. “Vale ressaltar que a Secretaria Municipal de Educa��o repudia veemente a atitude do monitor em rela��o a essa crian�a e que tal epis�dio n�o reflete a pol�tica de inclus�o adotada na Rede Municipal de Educa��o”, diz o texto. Leia a nota na �ntegra:

Em rela��o ao epis�dio envolvendo um aluno da Escola Municipal Eliza Buzelin, de Venda Nova, a Secretaria Municipal de Educa��o (Smed) informa que logo que tomou ci�ncia do fato orientou prontamente a escola em rela��o �s medidas cab�veis. A dire��o da unidade foi instru�da a demitir o funcion�rio, comunicar o fato � fam�lia e registrar um boletim de ocorr�ncia. Esses procedimentos foram feitos imediatamente, e o funcion�rio foi demitido por justa causa na segunda-feira, dia 7. No mesmo dia, a escola registrou o boletim e representantes da Ger�ncia Regional de Educa��o de Venda Nova estiveram no local para apurar os fatos e promover uma reuni�o com a dire��o da unidade e com a fam�lia.

A escola j� providenciou outro auxiliar de apoio para acompanhar a crian�a, que continua a frequentar as aulas na unidade. Todas as provid�ncias imediatas cab�veis � compet�ncia da Educa��o foram tomadas e a Smed apura detalhes do fato para avaliar outras medidas necess�rias. A Smed continua em constante contato com a escola, objetivando ativar os servi�os necess�rios para garantir melhor acompanhamento da crian�a.

Vale ressaltar que a Secretaria Municipal de Educa��o repudia veemente a atitude do monitor em rela��o a essa crian�a e que tal epis�dio n�o reflete a pol�tica de inclus�o adotada na Rede Municipal de Educa��o. A Secretaria atende cerca de cinco mil estudantes com defici�ncia na Rede e promove capacita��es constantes para garantir que os profissionais envolvidos, tanto da �rea pedag�gica quanto da �rea de apoio, atuem de forma comprometida, acolhedora e respons�vel com os estudantes. Qualquer fato que esteja em desacordo com tal pol�tica � apurado criteriosamente na Secretaria e os envolvidos s�o devidamente responsabilizados para que ocorr�ncias semelhantes sejam evitadas nas escolas municipais.

 

*Sob supervis�o do editor Benny Cohen


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