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Estado de Minas

Calor e baixa umidade do ar em Minas favorecem propaga��o de inc�ndios

Associa��o entre altas temperaturas e baixa umidade do ar cria clima prop�cio a inc�ndios florestais, que desde janeiro j� consumiram 600 hectares de mata em 3.425 ocorr�ncias


postado em 11/08/2017 06:00 / atualizado em 11/08/2017 07:19

Parque Estadual Serra Verde sofreu ontem com fogo pela terceira vez em menos de sete dias. Bombeiros e brigadistas que estavam em treinamento na unidade debelaram chamas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Parque Estadual Serra Verde sofreu ontem com fogo pela terceira vez em menos de sete dias. Bombeiros e brigadistas que estavam em treinamento na unidade debelaram chamas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Calor, secura e fogo: a combina��o perigosa volta a deixar Minas Gerais em alerta m�ximo. N�veis de umidade bem pr�ximos aos de deserto e temperaturas t�picas do fim do inverno voltam a desafiar bombeiros no quesito inc�ndios florestais. Ontem, o Parque Estadual Serra Verde, na Regi�o de Venda Nova, em Belo Horizonte, pegou fogo pela terceira vez em menos de uma semana. A corpora��o garante estar preparada para enfrentar a temporada de chamas em �reas de mata, tendo como um dos instrumentos a educa��o ambiental. Mesmo assim, o estado entra em meados de agosto com n�meros preocupantes. Ontem, a umidade relativa do ar em Belo Horizonte ficou em 15%, o que � considerado estado de alerta pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS). A capital viveu ainda um dia mais compat�vel com o ver�o, com term�metros marcando 32,1 graus.

No Parque Estadual Serra Verde, as causas do terceiro inc�ndio em menos de sete dias ainda est�o sendo apuradas. O fogo foi detectado ontem por bombeiros e brigadistas que estavam em treinamento na unidade, e contaram com um helic�ptero do Previnc�ndio para o combate �s chamas. O Corpo de Bombeiros registrou, de janeiro a junho, 3.425 ocorr�ncias de inc�ndios florestais nos seis primeiros meses do ano – m�dia de 19 por dia. Ano passado, no mesmo per�odo, houve 4.325 (m�dia di�ria de 24).

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), o estado teve desde janeiro 600 hectares de �rea queimada dentro de unidades de conserva��o. Ano passado, somente em agosto foram 4.244 hectares. O tenente Warley de Paula Vieira Barbosa, do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Resposta a Desastres, considera as precipita��es tardias (choveu em pleno inverno este ano) e o trabalho de preven��o feito pelos bombeiros, principalmente em rela��o ao patrulhamento e � vigil�ncia nas �reas de conserva��o, os principais fatores para explicar a redu��o.

Bombeiros da �rea administrativa tamb�m est�o sendo treinados para o combate a inc�ndios e ficam de sobreaviso em caso de ocorr�ncias. “Isso garante que, quando acionadas, as equipes sejam empenhadas mais rapidamente”, afirma. Os militares t�m se concentrado tamb�m na quest�o ambiental, com palestras em escolas para turmas dos ensinos infantil e m�dio. “Queremos sensibilizar crian�as e adolescentes, apresentando os riscos de um inc�ndio, desde a extin��o de flora e fauna at� os bens que podem ser atingidos”, explica. Para o tenente, o maior desafio ainda � a conscientiza��o sobre as consequ�ncias: “� muito dif�cil fazer as pessoas entenderem que p�r fogo em vez de fazer a limpeza do terreno ou jogar ponta de cigarro �s margens da rodovia pode causar danos”.

Diretor da Associa��o dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Pol�cia Militar de Minas Gerais (Ascobom) e antigo coordenador da equipe respons�vel pelo Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a, na Grande BH, o capit�o da reserva Cl�ber Ribeiro de Carvalho considera uma evolu��o o apoio � educa��o ambiental e v� como positivo o trabalho do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais. “Fogo zero � imposs�vel. Mesmo porque at� pouco tempo atr�s n�o t�nhamos os focos que surgiram em fun��o de descargas atmosf�ricas que n�o s�o seguidas de precipita��es. J� ocorreu no Rola-Mo�a, no Cara�a e tem ocorrido na Serra do Cip� e na Canastra”, conta. Para ele, a forma��o dos novos militares, que contempla treinamento de combate a inc�ndios, tamb�m � um passo � frente. “Est� bom, mas pode melhorar, desde que o governo libere mais recursos para o aumento do efetivo e aquisi��o de equipamentos.”

Brigadista contratado pela Semad, Geraldo dos Santos Dias integra uma equipe de nove pessoas. Artista de voca��o e talento, Geraldo Beija-Flor, como � conhecido, se interessou pelas quest�es ambientais em 2006, quando cantava para turistas no Parque Nacional Chapada dos Guimar�es (MT). Mineiro da Serra do Cip�, ele j� trabalhou na conserva��o de parques tamb�m via Ibama e Instituto Chico Mendes (ICMBio). Atualmente, seu ponto de atua��o � o Parque do Rola-Mo�a, que conta com uma base dos bombeiros, uma brigada volunt�ria e outra de profissionais que trabalham por for�a de contrato. Para ele tamb�m, a conscientiza��o por meio da educa��o � a grande arma no combate ao fogo em �reas de mata.

Geraldo Beija-Flor, que faz faculdade de geografia para trabalhar como concursado nos parques estaduais, sugere que o servi�o de brigadista seja implantado em tempo integral, e n�o apenas durante os quatro meses cr�ticos de seca. “Atuamos na preven��o, no cuidado com o parque, recebendo turistas, fazemos rondas, socorremos animais e fazemos um trabalho de fiscaliza��o, a��es que podem e devem ser feitas ao longo de todo o ano para sensibilizar a popula��o”, afirma.

 

 

Temperatura recorde


A esta��o que foi considerada a mais fria em d�cadas teve, pelo segundo dia consecutivo, um dia de ver�o ontem em Minas. A capital registrou ontem a maior marca deste inverno: 32,1 graus medidos na Pampulha. Mas, o calor deve dar uma tr�gua nos pr�ximos dias. A partir de hoje, o vento muda de dire��o por causa de um sistema de alta press�o que est� pr�ximo ao litoral Sudeste, segundo o meteorologista Cleber Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). “Os ventos gelados e mais �midos v�o dar uma aliviada neste calor�o”, diz. O al�vio deve ser sentido na Zona da Mata, Campo das Vertentes e Regi�o Metropolitana. Cidades do Tri�ngulo Mineiro e das regi�es Norte e Noroeste v�o continuar com altas temperaturas.


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