
A estatal de �gua e esgoto n�o comentou especificamente a redu��o, mas informou em nota que tem capacidade de transferir �gua tratada do outro sistema que atende � Grande BH, o Paraopeba (capta��o no leito do rio e reservat�rios Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores), para compensar a diminui��o do volume dispon�vel no Sistema Rio das Velhas. A concession�ria acrescentou que j� vem captando menos na regi�o de Hon�rio Bicalho, o que n�o afetou o abastecimento na regi�o metropolitana. “A vaz�o m�nima do Rio das Velhas est� sendo monitorada pelo grupo Convaz�o, que � coordenado pela Copasa e composto por representantes da Cemig, Anglo Gold e CBH Velhas. O Convaz�o tem por objetivo tomar as medidas que garantam a vaz�o m�nima residual”, diz o texto da concession�ria.
“Nesses �ltimos quatro anos tem sido mais ou menos esse o cen�rio. O que temos assistido � a uma perda cada vez maior de rio. Cada vez nosso rio tem diminu�do em quantidade, qualidade e vitalidade. Mesmo que chova muito, se n�o revertermos o quadro para que o solo possa se alimentar de �gua, possa manter essa �gua durante o ano fortalecendo nascentes, vamos ter cada vez rios mais secos e isso cria uma inseguran�a h�drica para a capital a m�dio e longo prazos”, diz o presidente do CBH/Velhas.
O ideal seria que a vaz�o nunca ficasse abaixo da barreira de 10,25m³/s, considerada a m�dia m�nima dos �ltimos 10 anos no Velhas na regi�o de Hon�rio Bicalho. Por�m, na primeira quinzena de agosto, por 11 dias seguidos o volume ficou abaixo da marca, entre 3 e 13 de agosto (veja quadro). Isso � suficiente para que essa por��o do manancial entre em estado de alerta, �ltimo est�gio antes que se torne obrigat�rio o corte nas capta��es, conforme Delibera��o Normativa do Conselho Estadual de Recursos H�dricos n�mero 49, de 25 de mar�o de 2015. Em 14 de agosto, a medi��o da Copasa foi de 10,2m³/s. No dia 15, �ltimo dado dispon�vel, a vaz�o registrada foi de 9,7 m³/s.

A situa��o do Rio das Velhas � t�o preocupante que mesmo em um trecho na �rea considerada M�dio Velhas, quando o manancial j� recebeu a �gua de uma s�rie de afluentes, a vaz�o ainda � muito baixa. Nesse caso, inclusive, j� foi publicada a situa��o de restri��o de uso na por��o da esta��o Santo Hip�lito, na Regi�o Central do estado, que alcan�ou volumes inferiores a 70% da m�dia m�nima hist�rica para aquele trecho. O “atenuante” naquele ponto, segundo Marcus Vin�cius Polignano, � que nenhuma cidade capta �gua diretamente do rio na regi�o e por isso n�o houve desabastecimento.
“A gente tem alertado que essa n�o � uma situa��o somente conjuntural, de falta de chuva. N�s temos um problema muito maior, que � a gest�o da bacia. Na medida em que estamos impermeabilizando, desmatando, acabando com nascentes, n�s estamos deixando de ter um sistema alimentador da produ��o da �gua do rio. E temos que entender que o rio tem que sobreviver n�o s� no per�odo de chuva”, completa Marcus Vin�cius Polignano.
Entenda o caso
Para monitorar as baixas vaz�es dos mananciais que cortam Minas Gerais durante o per�odo seco, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente criou a Q7,10, valor m�dio m�nimo de vaz�o medido nas esta��es de monitoramento durante sete dias consecutivos nos �ltimos 10 anos. As varia��es nas vaz�es consideram esse patamar, que na esta��o Hon�rio Bicalho do Rio das Velhas � de 10,25m³/s, para determinar qual � a situa��o do manancial. Entre 100% e 200% da Q7,10, o rio fica em estado de aten��o. Entre 70% e 100% da Q7,10, o estado � considerado de alerta. Abaixo de 70% da Q7,10, est� configurada a restri��o de uso, tornando obrigat�rio o corte nas capta��es, que segue a regra:
20%
de redu��o para consumo humano
25%
de redu��o para irriga��o
30%
de redu��o para ind�stria
50%
para outras finalidades
Q7,10 do Rio das Velhas em Hon�rio Bicalho: 10,25m³/s