
Foi por volta dos seus 29 anos que o assistente administrativo R., hoje com 38 anos, se infectou com o HIV. Em 2014 ele recebeu o diagn�stico, mas j� estava contaminado havia cerca de seis anos, segundo profissionais de sa�de que fazem seu acompanhamento na rede SUS-BH. A descoberta do v�rus ocorreu quando ele procurou um centro de sa�de em estado debilitado e sintomas como emagrecimento e baixa imunidade. Depois de v�rios exames, descobriu que tinha s�filis e tamb�m estava com o v�rus que transmite a Aids. Em seis meses, a s�filis estava tratada, mas a infec��o pelo HIV, incur�vel, exige dele tratamento cont�nuo e acompanhamento para detec��o da carga viral, hoje muito baixa.
“Na �poca foi uma not�cia muito dif�cil. A m�dica que me atendeu disse que eu j� estava com o v�rus havia mais tempo, cerca de seis anos, por causa da minha condi��o f�sica debilitada. A s�filis foi uma doen�a secund�ria e por causa dela � que descobri o HIV”, contou R. Apesar de hoje ele levar uma vida normal e ter bom estado de sa�de, o paciente que se trata na Rede SUS-BH disse ter revelado a infec��o para poucas pessoas. “Ainda existe muito preconceito e falta de aceita��o, porque as pessoas ainda enxergam o v�rus pensando em um estere�tipo, quando, na verdade, qualquer pessoa pode estar infectada, n�o somente grupos espec�ficos”, destacou.
Ele ainda critica as campanhas de conscientiza��o em torno do tema. “As campanhas que chamam para o teste e para a infec��o sempre tratam da preven��o, do diagn�stico e do tratamento. Mas n�o focam na quest�o do estigma em torno de quem tem o v�rus”, opinou. A respeito da rede de testagem em BH, o assistente afirma que o servi�o � eficiente e importante, principalmente por ser gratuito e acess�vel. Mas defende que o atendimento deveria ser estendido aos hospitais, nos mesmos moldes dos centros de sa�de e de centros de testagem.
Medica��o A gerente do Centro de Testagem e Aconselhamento Sagrada Fam�lia, Raquel �lvares da Silva, confirma que os resultados positivos t�m se concentrado entre o p�blico masculino jovem, que � tamb�m maioria na unidade, que realiza cerca de 800 testes r�pidos por m�s. “S�o, de modo geral, pessoas esclarecidas, com acesso � informa��o, e que ainda assim t�m tido rela��es sexuais desprotegidas. Muitos relatam que n�o usam o preservativo”, diz. H� ainda uma crescente “medica��o da preven��o”, como explica a gerente. “As pessoas t�m optado pela profilaxia p�s-exposi��o em vez de se prevenir”, afirma.
Segundo ela, muitas pessoas, em vez de usar preservativo, recorrem aos medicamentos que fazem parte do coquetel usado no tratamento da Aids para evitar a contamina��o pelo HIV. Esses medicamentos devem ser tomados em at� 72 horas para impedir a infec��o pelo v�rus e sempre com orienta��o m�dica.
Em nota, a Secretaria Municipal de Sa�de informou que os tratamentos das infec��es pelo HIV/Aids, hepatites virais e s�filis s�o gratuitos e integralmente dispon�veis pela Rede SUS e que, quanto mais precoce forem o diagn�stico e in�cio do tratamento, menores as possibilidades de adoecimento e transmiss�o desses agravos para outras pessoas.