
A rea��o de agentes de for�as de seguran�a p�blica contra criminosos, depois de ser v�timas de tentativas de assaltos, como ocorreu anteontem na �rea de exames para obten��o de carteira de motorista no Bairro Bandeirantes, na Pampulha, vem se tornando comum no estado. Levantamento do Estado de Minas mostra que s� neste ano foram 10 ocorr�ncias do tipo, envolvendo policiais militares, civis, rodovi�rios federais e guardas municipais de Belo Horizonte. Esses epis�dios resultaram na morte de 11 pessoas. A PM cita a ousadia dos criminosos e a fragilidade da lei como explica��o para o aumento dos casos. Para criminalista ouvido pelo EM, o aumento de assaltos favorece situa��es com essas.
Foi o mais recente de uma escalada de crimes que come�ou em fevereiro deste ano, quando dois homens armados abordaram um guarda municipal, � paisana, no Bairro Serra Verde, Regi�o de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ele reagiu e atirou em um dos criminosos, que morreu no local. O outro acabou detido. Um m�s depois, mais um caso foi registrado. Desta vez, em Contagem, na Grande BH. Um sargento da PM passava pelo Bairro Inconfidentes quando estacionou para atender ao celular. Dois homens sa�ram da frente de um �nibus e foram em dire��o ao ve�culo. Um deles, de 22 anos, sacou uma arma e anunciou o assalto. O militar reagiu e atirou na barriga do suspeito, que morreu.
Em julho deste ano, a tentativa de assalto teve como v�tima um policial rodovi�rio federal. O agente estava em um �nibus de viagem que seguia pela BR-040, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH. Quando o ve�culo estava no trevo da cidade, tr�s homens armados entraram e anunciaram o assalto. O policial reagiu e atirou em um dos assaltantes, de 21 anos, que morreu na hora. Os outros dois acabaram presos.
Na avalia��o da Pol�cia Militar, a inconsequ�ncia frequente dos criminosos, principalmente os mais jovens, motivada pela fragilidade da legisla��o penal, tem produzido mais casos de enfrentamento com a pol�cia. “O disparo de arma de fogo s� acontece em situa��o de leg�tima defesa do policial militar ou de outra pessoa. Em um mil�simo de segundo o infrator pode atirar, portanto, se ele apontou a arma � uma ratifica��o da inten��o de disparar. O criminoso precisa imediatamente ser contido nessa inten��o”, diz o major Fl�vio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PM.
Santiago avalia que, se um criminoso � preso por porte ilegal de arma de fogo e volta para o conv�vio em sociedade em pouco tempo, ele vai entendendo que n�o ficar� detido por tanto tempo se tiver envolvimento em crimes. Por isso, ganha coragem para seguir cada vez mais ousado na viol�ncia e, eventualmente, disposto ao enfrentamento. “Eles at� temem um enfrentamento com a pol�cia, mas o infrator, com essa legisla��o que temos atualmente, n�o teme mais a pris�o”, diz o militar.

CONSEQU�NCIA O coordenador do Centro de Pesquisa em Seguran�a P�blica da PUC Minas, Luis Fl�vio Sapori, avalia que enfrentamentos entre ladr�es e policiais est�o mais comuns por causa do aumento no n�mero de assaltos. “Em qualquer tipo de crime, o risco de uma rea��o � grande. � poss�vel que ocorra morte da v�tima ou do pr�prio assaltante. Essa situa��o est� mais comum no Brasil por causa do alto n�mero de assaltos. Infelizmente, enquanto o n�mero de roubos continuar alto, a possibilidade de acontecer uma rea��o � ainda maior”, afirmou.
Para o especialista, o n�mero de mortes em ocorr�ncias de rea��es policiais est� baixo em Minas, considerados os padr�es brasileiros. “Na compara��o com o Rio de Janeiro, S�o Paulo, Bahia, Goi�s, a letalidade da pol�cia de Minas Gerais � baixa. Isso refor�a o argumento de que uma boa pol�cia n�o precisa ser violenta. Al�m disso, o policial est� pass�vel de ser abordado por criminosos e tem o grau de rea��o em leg�tima defesa”, avaliou.
OPERA��ES Levantamento do EM tamb�m aponta ao menos 21 mortes causadas por policiais, neste ano, durante opera��es distintas, como combate ao tr�fico de drogas, explos�es de caixas eletr�nicos e persegui��o a suspeitos de assaltos. Somente em uma das ocorr�ncias, sete criminosos morreram em troca de tiros com policiais. O caso aconteceu em Mato Verde, na Regi�o Norte de Minas Gerais, em 2 de fevereiro. Criminosos armados foram para o munic�pio na tentativa de explodir caixas eletr�nicos, mas foram surpreendidos por policiais civis que j� monitoravam o grupo. Os agentes ocuparam quartos em um hotel em frente � ag�ncia banc�ria, onde ficaram posicionados atiradores de elite. A pol�cia tamb�m ocupou uma escola na mesma rua do banco. A a��o envolveu cerca de 40 homens. Houve troca de tiros e oito criminosos foram baleados. Sete morreram.
Alvos de risco
Confira alguns dos epis�dios em que assaltantes foram mortos ap�s abordar agentes de for�as de seguran�a
» 21 de agosto
Dois homens em uma motocicleta roubaram uma mulher que fazia caminhada no Bairro Bandeirantes, na Pampulha, e, em seguida, tentaram roubar um examinador do Detran. Um dos criminosos chegou a atirar, mas a arma falhou. Um segundo policial atirou e matou o assaltante.
» 21 de julho
Um policial rodovi�rio federal estava em um �nibus de viagem que seguia pela BR-040, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH. Quando o ve�culo estava no trevo da cidade, tr�s homens armados entraram e anunciaram o assalto. O policial reagiu e atirou em um deles. O jovem, de 21 anos, morreu na hora. Os outros dois acabaram presos.
» 15 de mar�o
Em Contagem, na Grande BH, um sargento da PM passava pelo Bairro Inconfidentes quando estacionou para atender ao celular. Dois homens foram em dire��o ao ve�culo e um deles sacou uma arma e anunciou o assalto. O militar reagiu e atirou na barriga do assaltante, que morreu. O outro fugiu.
» 2 de fevereiro
Dupla de assaltantes armados abordou um guarda municipal, que estava � paisana, na Rua Claudelino Xavier de Assis, no Bairro Serra Verde, em Venda Nova. Ele reagiu e atirou em um dos criminosos, que morreu no local. O outro tentou fugir, mas acabou detido.