A nova estrat�gia come�ou a dar resultado. No domingo, pela primeira vez, um homem foi detido ap�s ser flagrado incendiando a mata. “A maioria dos inc�ndios � criminosa, como a do fim de semana”, alertou Michele Gon�alves, ge�grafa e coordenadora de preven��o e combate a inc�ndios da Brigada do Previnc�ndio, vinculada ao Instituto Estadual de Florestas (IEF).
O refor�o na fiscaliza��o ocorreu, sobretudo, com a chegada de 40 alunos do curso de forma��o do Corpo de Bombeiros. “Eles nos ajudam aos s�bados e domingos, das 8h �s 18h. O refor�o deles � de grande import�ncia”, disse o tenente Warley de Paula. Mas s� isso basta. O Corpo de Bombeiros e as brigadas desejam ampliar o n�mero de c�meras de vigil�ncia, das atuais quatro para seis.
“Uma, por exemplo, ficaria na torre de telefonia. Cobriria, em linha reta, tr�s quil�metros. As imagens pegariam a regi�o do Vale do Sol, o Residencial Miguel�o e o Topo do Mundo. Ela teria 360 graus. A outra ficaria pr�xima � linha f�rrea e pegaria bairros de BH que fazem limite com o parque, como Olhos D’�gua, Milion�rios, Fl�vio Marques Lisboa... Ter�amos mais dois quil�metros de alcance em linha reta”, explicou o subtenente Lopes.
Foi com ajuda de uma c�mera que o incendi�rio de domingo foi detido. “Um vigia motorizado flagrou (por meio de um bin�culo) o rapaz em atitude suspeita e avisou � central de videomonitoramento, que acompanhou os passos dele”, recordou Marcus Vin�cius de Freitas, gerente do Parque do Rola-Mo�a. Ele pede maior consci�ncia das pessoas quanto a �rea de preserva��o, pois as queimadas deste ano j� destru�ram uma �rea maior do que a devastada no acumulado dos 12 meses de 2016.
De janeiro a junho de 2017, 15,27 hectares foram afetados por inc�ndios. Em todo ano passado, essa extens�o foi de 23,67 hectares. Por�m, embora o IEF n�o tenha contabilizado o preju�zo entre julho e agosto deste ano, um inc�ndio na �ltima quinta-feira consumiu aproximadamente 48 hectares. Com isso, o total da �rea devastada em 2017 j� chega a 63,27 hectares. “Foi necess�ria uma grande equipe, al�m de dois helic�pteros, para combater as labaredas”, refor�ou Marcus Vin�cius.
FUMA�A O trabalho dos bombeiros e brigadistas tamb�m foi intenso ontem. Quem esteve nos mirantes do parque avistou diversos focos de fuma�a tanto no interior quanto no entorno do Rola-Mo�a. “Aquele ali � em Ibirit�. H� outro pr�ximo a Betim. Mais um atr�s daquela serra”, apontou um brigadista.
A equipe de Michele precisou sair �s pressas para um terreno de uma mineradora, onde mais um foco surgiu. A bordo de uma caminhonete, Ronaldo da Cruz dos Santos, Marcelo Martins e Mois�s Silva Lima conferiram os equipamentos antes de se embrenhar na mata.
“Tamb�m � importante um trabalho de educa��o ambiental, de conscientiza��o das pessoas. S� assim conseguiremos grandes mudan�as”, destacou Michele. Ele conta que, h� poucos dias, um inc�ndio teria origem numa brincadeira de crian�as. A dupla teria colocado fogo em pl�stico. As labaredas surgiram e fugiram ao controle dos garotos. Muitos outros inc�ndios surgem porque pessoas queimam lixo e n�o conseguem controlar as chamas.