
A morte do jovem Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos, durante uma opera��o da Pol�cia Militar (PM) em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas Gerais, foi discutida em audi�ncia p�blica da Comiss�o de Direitos Humanos nesta quarta-feira. Familiares e amigos do garoto compareceram ao encontro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), assim como deputados da Casa. O clima esquentou quando alguns parlamentares deram opini�o sobre o caso. Ao fim do debate, a Comiss�o aprovou requerimentos pedindo celeridade nas investiga��es sobre o caso.
A sala onde ocorreu a reuni�o ficou lotada. O clima esquentou quando o deputado Coronel Piccinini (PSB) pediu a palavra. Segundo a assessoria de imprensa da ALMG e familiares de Igor, ele afirmou que conhecia o militar que � acusado de matar o jovem e que ele tem treinamento. Disse, ainda, que o policial n�o saiu de casa para matar ningu�m e que n�o se pode conden�-lo sem a apura��o do caso.
A declara��o do deputado n�o agradou aos familiares e amigos de Igor, que fizeram um protesto. “Al�m de ter defendido o tenente, desrespeitou totalmente a fam�lia. Todo mundo protestou, gritou e ficou de costas. Em seguida, colocamos as m�os na cabe�a, pois foi por isso que Igor foi morto, por colocar a m�o na cabe�a”, contou Nayara Mendes, de 21, irm� da v�tima.
Durante o encontro, o comandante 3ª Regi�o da PM, coronel Eucles Honorato J�nior, afirmou que a corpora��o est� tomando todas as provid�ncias para investigar o caso. “Determinamos que a Corregedoria fa�a a investiga��o. Est� tudo sendo tratado com isen��o e transpar�ncia. O tenente envolvido na abordagem foi afastado das suas fun��es operacionais”, completou. Segundo ele, a cena do crime foi preservada, a apreens�o e a per�cia da arma foram feitas e o inqu�rito policial, instaurado.
A morte de Igor ocorreu na noite de sexta-feira. Ele estava em um carro junto com amigos e seguia para um show. O jovem foi baleado depois de o ve�culo ter sido parado em uma opera��o da PM. Segundo um dos ocupantes do carro, que conversou com o em.com.br, os policiais abordaram os jovens e pediram para eles descerem do carro. Por�m, as portas estavam travadas. A testemunha contou que Igor abaixou as m�os para destravar a porta e quando as levava para a cabe�a acabou baleado.

Ap�s o disparo, a jovem disse que os policiais mandaram que os amigos guardassem os celulares e n�o ligassem para ningu�m. Pediram tamb�m, segundo ela, que o grupo deixasse o local, acompanhado por outros policiais. A jovem, no entanto, precisou ser medicada em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da cidade por causa de estilha�os no pesco�o.
A Pol�cia Militar deu outra vers�o para o caso. Em nota enviada � imprensa, a assessoria de comunica��o do 52º BPM informou que o Fiat P�lio estava com “lota��o superior � permitida, seis ocupantes, e com pel�cula escura nos vidros, o que gerou suspei��o e acompanhamento da viatura policial.” Ainda conforme a nota, foi dada ordem de parada ao ve�culo, que n�o foi obedecida de imediato. O carro s� parou, segundo a PM, em um segundo pedido de parada. “O passageiro que ocupava o banco da frente, no momento da ordem para descer do ve�culo, levou as m�os � cabe�a e, em seguida, abaixou-se e tirando as m�os da cabe�a efetuou movimento brusco com as m�os em dire��o ao porta-luvas do carro. O comandante da equipe policial, ent�o, verbalizou e efetuou um disparo de arma de fogo na dire��o do passageiro, pois devido ao movimento brusco do jovem, o mesmo poderia atentar contra a integridade f�sica dele e dos outros policiais militares.”
Ao fim da nota, a pol�cia informou que dois pinos de coca�na foram encontrados no carro e que uma bucha de maconha estava no bolso de Igor Mendes, por uma enfermeira da Upa, onde o jovem foi atendido. A Pol�cia Militar informou que o motorista do carro, de 46 anos, foi detido por pr�tica de transporte irregular dos passageiros que se encontravam no Fiat Palio. O ve�culo foi apreendido.