
At� o fechamento desta edi��o, a Pol�cia Militar havia levantado a identidade de dois dos tr�s bandidos. Adriano Mendes, de 21, j� tinha passagens por roubo de ve�culo, j� tinha sido pego com carro roubado (recepta��o), foi preso com r�plica de arma de fogo, al�m de ter sido flagrado por uso de drogas e de documento falso. J� Jos� Alves da Silva J�nior, de 33, j� tinha sido preso por roubar um posto de gasolina, uma padaria e por tr�fico de drogas. “Como essas pessoas n�o estavam presas? A pena m�nima para o crime de roubo � de quatro anos. N�o � s� a nossa legisla��o que � fraca. A lei que j� existe n�o � aplicada corretamente”, diz o tenente-coronel. O militar destaca que em todos os casos de roubo que a dupla foi flagrada houve emprego de viol�ncia, o que deveria motivar a pris�o dos autores. “A reincid�ncia criminal interfere diretamente na paz social. Se um cidad�o comete crimes e mesmo assim � colocado em liberdade, a sensa��o que ele tem � de que a san��o n�o vai ser aplicada. A Pol�cia Militar prende esses bandidos e eles voltam para as ruas”, afirma.
"A M�rcia era uma pessoa excelente, muito dedicada � fam�lia. Morava com meus pais e cuidava de todos. Meu pai faleceu recentemente e agora a perdemos"
Maria Alice Pereira Ribeiro do Nascimento 37 anos, irm� da advogada
MODUS OPERANDI Os detalhes do crime que terminou com a morte da advogada M�rcia Cristina ajudam a entender a reincid�ncia cometida pelos bandidos. Segundo a Pol�cia Militar, tr�s homens abordaram M�rcia no momento em que ela chegava em casa, de carro, acompanhada da irm�, Maria Alice do Nascimento, de 37. Eles ocupavam um carro que tinha sido roubado dias antes no Bairro Vista Alegre, Regi�o Oeste de BH, em um modus operandi parecido com o �ltimo da carreira criminosa dos ladr�es. Depois de abordar a v�tima, eles a colocaram no carro e a soltaram em um buraco, com o carro em movimento, em uma estrada de terra em Ribeir�o das Neves, na Grande BH. A pol�cia n�o sabe se os ladr�es s�o exatamente os mesmos nas duas ocorr�ncias, mas o fato � que, seis dias depois, o grupo voltou a agir.
Muito abalada com a situa��o, Maria Alice contou apenas que chegava com a irm� na casa dos pais, onde M�rcia tamb�m morava, quando desceu do carro para abrir o port�o. “Eles chegaram e dois entraram no carro da minha irm�. O outro ficou no carro em que eles chegaram. Depois, eles abandonaram o primeiro carro e foram todos para o carro dela. A princ�pio, queriam apenas o carro, porque n�o pediram pertences nem nada”, afirma. A assistente administrativa diz que como estava fora do carro, n�o conseguiu ver se os ladr�es estavam armados, mas ficou muito desesperada com a situa��o. A PM foi acionada e chegou a perseguir os bandidos, mas acabou perdendo o carro de vista antes que ele se chocasse contra um poste da Rua Sacadura Cabral, no Bairro Vila Oeste, Oeste de BH, via que funciona como marginal do Anel Rodovi�rio. A advogada, que n�o exercia a profiss�o, trabalhava como secret�ria do plen�rio do colegiado de entidades de arquitetos do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais, n�o era casada e tamb�m n�o tinha filhos. Seu corpo foi sepultado ontem, �s 10h.
Entrevista
Maria Alice Pereira Ribeiro do Nascimento 37 anos, irm� da advogada
1 - Como tudo aconteceu?
N�s est�vamos chegando na casa da minha irm� e dos meus pais e eu desci para abrir o port�o. Nesse momento, os bandidos se aproximaram. Dois entraram no carro da minha irm�. O outro ficou no carro em que eles chegaram.
2 - Por que eles a levaram no carro?
A princ�pio queriam era o carro, porque n�o pediram pertences nem nada. No desespero, n�o consegui observar nada, mas vi que eles foram violentos. Primeiro ela estava no banco da frente e depois a colocaram no banco de tr�s.
3 - Qual recorda��o voc� vai guardar da sua irm�?
A M�rcia era uma pessoa excelente, muito dedicada � fam�lia. Morava com meus pais e cuidava de todos. Meu pai faleceu recentemente e agora a perdemos. � uma situa��o de desespero muito grande.