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Estado de Minas

'Foi dif�cil suportar isso', diz coveiro de cemit�rio onde foram enterradas v�timas de Jana�ba

Mesmo acostumado a lidar com a morte, Miguel Fernandes de Vasconcelos relata a tristeza pela soma de tantas vidas tiradas na trag�dia


postado em 11/10/2017 06:00 / atualizado em 11/10/2017 08:13

Único coveiro do cemitério São Lucas, Miguel relata o sofrimento com tantas mortes na tragédia (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A PRESS)
�nico coveiro do cemit�rio S�o Lucas, Miguel relata o sofrimento com tantas mortes na trag�dia (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A PRESS)
A dor provocada pela perda das vidas de nove crian�as e de uma professora, v�timas do inc�ndio na Creche Gente Inocente, abalou at� quem j� convive rotineiramente com a morte.

� o caso de Miguel Fernandes de Vasconcelos, coveiro do Cemit�rio S�o Lucas, onde foram enterrados os 11 corpos – incluindo o do autor do ataque, que tamb�m deixou cerca de 40 feridos. Os pequenos ficaram sufocados na sala da creche, gritando pelas m�es, como foi o caso do menino Mateus Felipe Rocha Santos, de 5 anos, a nona crian�a morta na trag�dia, cujo corpo foi sepultado ontem em Jana�ba, sob salvas de palmas e honras militares. Mateus teve 90% do corpo queimado e morreu no Hospital Joao XXIII, em BH, na madrugada de segunda-feira.


“A gente j� convive com a morte, mas, neste caso, � muita dor. � muito triste ver que tantas crian�as inocentes morreram por causa de uma covardia”, lamenta Miguel. “Sofri muito como profissional, como pai e como ser humano. Foram mortas crian�as inocentes e indefesas em um ato violento. Foi dif�cil suportar isso”, afirma o coveiro, lembrando que nunca imaginava sepultar nove crian�as em t�o curto espa�o de tempo. “Morreram muitas sem ter culpa, sem saber por que, de forma t�o cruel”, acrescenta.

H� cinco anos no of�cio, o coveiro ganha um sal�rio m�nimo por m�s. “Sou um trabalhador como qualquer outro. A diferen�a � que lido com a dor e com o sentimento de sofrimento. Tamb�m sofro com as perdas das pessoas.” Junto com a dor, a trag�dia trouxe sobrecarga para Miguel, o �nico coveiro do Cemit�rio S�o Lucas. Mas, para ele, pior do que o cansa�o f�sico foi a soma da tristeza e dor pelas mortes de tantas crian�as. “Foi muito desgastante e me deixou com o cora��o comovido. Todos dias, quando fui para a casa, � noite, chorei muito”, contou.


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