
� o caso de Miguel Fernandes de Vasconcelos, coveiro do Cemit�rio S�o Lucas, onde foram enterrados os 11 corpos – incluindo o do autor do ataque, que tamb�m deixou cerca de 40 feridos. Os pequenos ficaram sufocados na sala da creche, gritando pelas m�es, como foi o caso do menino Mateus Felipe Rocha Santos, de 5 anos, a nona crian�a morta na trag�dia, cujo corpo foi sepultado ontem em Jana�ba, sob salvas de palmas e honras militares. Mateus teve 90% do corpo queimado e morreu no Hospital Joao XXIII, em BH, na madrugada de segunda-feira.
“A gente j� convive com a morte, mas, neste caso, � muita dor. � muito triste ver que tantas crian�as inocentes morreram por causa de uma covardia”, lamenta Miguel. “Sofri muito como profissional, como pai e como ser humano. Foram mortas crian�as inocentes e indefesas em um ato violento. Foi dif�cil suportar isso”, afirma o coveiro, lembrando que nunca imaginava sepultar nove crian�as em t�o curto espa�o de tempo. “Morreram muitas sem ter culpa, sem saber por que, de forma t�o cruel”, acrescenta.
H� cinco anos no of�cio, o coveiro ganha um sal�rio m�nimo por m�s. “Sou um trabalhador como qualquer outro. A diferen�a � que lido com a dor e com o sentimento de sofrimento. Tamb�m sofro com as perdas das pessoas.” Junto com a dor, a trag�dia trouxe sobrecarga para Miguel, o �nico coveiro do Cemit�rio S�o Lucas. Mas, para ele, pior do que o cansa�o f�sico foi a soma da tristeza e dor pelas mortes de tantas crian�as. “Foi muito desgastante e me deixou com o cora��o comovido. Todos dias, quando fui para a casa, � noite, chorei muito”, contou.