“A partir de agora, a cada anivers�rio vou me lembrar sempre daquela trag�dia”, afirma Helenilsa, que escapou do fogo porque trabalha no turno da tarde. A creche, que foi interditada ap�s o inc�ndio, funcionava em tempo integral.
A professora afirma que, se estivesse na creche no momento do ataque, tamb�m teria tentado salvar as crian�as, como fizeram suas colegas, que acabaram sendo v�timas do fogo , sendo que a professora Heley de Abreu n�o resistiu. “Acho que se eu estivesse l� poderia ter morrido tamb�m. N�o conseguiria sair e deixar as crian�as sofrendo”, pensa.
O 5 de outubro � tamb�m data do anivers�rio da auxiliar Geni Lopes Oliveira, de 63 anos, outra funcion�ria da creche, que estava na unidade de ensino infantil no momento do inc�ndio e teve grande parte do corpo queimado. Ela continua internada em estado grave. Colegas preparavam uma festinha surpresa para as duas.
Outra funcion�ria da creche se salvou pela decis�o de ir fazer as unhas. Na manh� em que a unidade foi incendiada, a auxiliar de servi�os gerais Darvina Ferreira Silva, de 60, n�o estava no servi�o no hor�rio de costume.
“Normalmente trabalhava como porteira enquanto as crian�as entravam. Depois, fazia outras coisas”, detalha. Mas, no dia 4 de outubro, pediu � diretora do centro de ensino para que, no dia seguinte pudesse chegar mais tarde. Pela manh� a auxiliar iria se arrumar para a festinha em comemora��o ao Dia das Crian�as, que ocorreria em 6 de outubro, sexta-feira. “Sou vaidosa”, admite Darvina, que � separada, m�e de tr�s filhos e av� de 5 netos e tem um bisneto.
Ela relata que naquela manh� de 5 de outubro, estava em casa com a manicure quando recebeu a not�cia do inc�ndio. “Sa� correndo e fui para a creche”, afirma Darvina. A auxiliar de servi�os gerais disse que, se n�o estivesse cuidando da beleza, certamente estaria entre as v�timas. “Eu me salvei, mas fico muito triste pelas crian�as que perderam a vida e tamb�m pela morte da professora e pelo sofrimento das colegas”, resume.
