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Estado de Minas

Conselho Tutelar de Juiz de Fora critica v�deo de drag queen em col�gio infantil da UFJF

�rg�o questiona a a��o e pede ao MPF que medidas sejam adotadas contra a universidade. OAB � favor�vel ao artista e ao programa da institui��o


postado em 17/10/2017 16:49 / atualizado em 17/10/2017 16:49

(foto: Internet/ Reprodução/ Facebook )
(foto: Internet/ Reprodu��o/ Facebook )

Um v�deo produzido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII, que � mantido pela institui��o de ensino superior da Zona da Mata mineira, tem gerado pol�mica na cidade e j� resultou em um of�cio protocolado por um conselheiro tutelar da cidade junto ao Minist�rio P�blico Federal. 

Gravado para o Dia das Crian�as, comemorado em 12 de outubro, o v�deo faz parte do quadro "Hora do Lanche" e mostra a drag queen Nino de Barros, conhecido como Femminino, visitando o col�gio e conversando com alunos do ensino fundamental. A controv�rsia em quest�o est� nos dois primeiros minutos do v�deo, quando a artista pergunta quais presentes as crian�as gostariam de ganhar no dia 12. 

Ao receber a resposta de duas garotas que pediram bonecas e de um menino que pediu um boneco Pokemon, a drag diz: “Voc�s v�o ficar repensando sobre essas coisas de menino e de menina, isso n�o existe, t�?”. Sobre essa divis�o, as crian�as acrescentam, em coro e espontaneamente, a frase: "� preconceito". A declara��o, por�m, gerou efeitos contr�rios e reclama��es por parte de alguns pais de alunos, pelo grupo “Direita Minas” - conhecido pelo apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ) –, e pelo Conselho Tutelar de Juiz de Fora. 

“Foi protocolado um of�cio junto ao MPF para que medidas fossem tomadas em desfavor da escola e da drag queen. Entendemos que houve uma viola��o de direito do artigo 22 (do Estatuto da Crian�a e do Adolescente (Eca),  pois incumbe apenas a fam�lia o direito de guarda, sustento e educa��o dos filhos. Queremos que sejam verificadas as responsabilidades administrativas de quem autorizou a drag a ir l�. At� porque, se tratando de atividade extracurricular, os pais deveriam ser comunicados e n�o foram”, explicou o conselheiro Abra�o Fernandes, que informou que 13 fam�lias o procuraram reclamando do ocorrido.

O of�cio tamb�m foi baseado, segundo o conselheiro, no Plano Municipal de Educa��o de Juiz de Fora, que faz restri��o ao termo diversidade nas escolas da cidade. Segundo o artigo 2º do texto que foi aprovado mar�o deste ano, “A promo��o da cidadania e dos princ�pios do respeito aos direitos humanos e � diversidade n�o poder� se sobrepor aos direitos dos pais � forma��o moral de seus filhos, nem interferir nos princ�pios e valores adotados ao ambiente familiar, conforme assegurado pela Conven��o Americana dos Direitos Humanos, Constitui��o Federal de 1988, C�digo Civil Brasileiro e demais normas infraconstitucionais.”

O MPF confirmou o recebimento da representa��o e informou que o documento est� em fase de distribui��o, por isso, nenhum procurador ainda foi designado. 


O trecho do v�deo foi visto pelo conselheiro tutelar como uma vertente para a criminaliza��o das crian�as. “Esse pequeno grupo de esquerda que defende a ideologia de g�nero quer desmitificar a fam�lia e enfiar goela abaixo a ideologia de g�nero, abrindo porta para a pedofilia e prostitui��o infantil,” disse. 

Sobre o assunto, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) informou, por meio de nota, que "tem compromisso com uma educa��o p�blica, democr�tica, de qualidade e inclusiva, tanto nos seu cursos na educa��o superior quanto na educa��o b�sica."

O Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII � uma Unidade Acad�mica da UFJF vinculada ao sistema federal de col�gios de aplica��o e tem, em seu projeto pol�tico-pedag�gico, o objetivo de assegurar ao educando a forma��o indispens�vel ao exerc�cio efetivo da autonomia com a estrutura��o de uma sociedade justa e democr�tica."

OAB apoia UFJF e drag queen 

Em nota, a 12ª se��o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG) se mostrou favor�vel ao v�deo produzido pela Universidade Federal de Juiz de Fora. O �rg�o entende que a discuss�o sobre a diversidade e igualdade de g�nero nas escolas contribui para que haja uma desconstru��o da cultura machista, de viol�ncia contra a mulher e da LGTBfobia. 

Confira um trecho do texto: 

“As Comiss�es de Direitos Humanos e Cidadania da OAB/JF e de Defesa dos Direitos das Crian�as, Adolescentes e Jovens da OAB/JF v�m, diante desse epis�dio, prestar apoio � Universidade Federal de Juiz de Fora, ao Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII, a Nino de Barros, e �queles e �quelas que idealizaram e produziram essa atividade e o produto do v�deo. 

Fomentar reflex�o sobre g�nero nas escolas � contribuir para a desconstru��o da cultura do machismo, que produz das mais diversas viol�ncias contra as mulheres, desde a mais tenra idade; para o combate � LGBTfobia, que mata diariamente seres humanos no Brasil; � contribuir para o reconhecimento da diversidade e respeito aos direitos humanos. Trata-se de construir uma educa��o socialmente referenciada; de observar normas constitucionais: “art. 205. 
 
A Universidade Federal de Juiz de Fora e o Col�gio de Aplica��o Jo�o XXIII fizeram uma escolha pouco comum nesse �ltimo dia das crian�as: ao inv�s de refor�ar estere�tipos que causam sofrimento, optaram por comemorar essa data apostando em respeito, liberdade e cidadania. Que sejam tomadas as devidas provid�ncias: que escolhas como essa se multipliquem.
 
As Comiss�es de Direitos Humanos e Cidadania e de Defesa dos Direitos das Crian�as, Adolescentes e Jovens da OAB/JF, nesses termos, prestam seu apoio a essa iniciativa e a todos e todas que nela se engajaram.”

Em seu perfil numa rede social, Nino de Barros desabafou: "Ao inv�s de estarem preocupados com orienta��o sexual do filho de voc�s (que nada tem a ver com identidade de g�nero!), tinham que estar preocupados em criar um ser humano mais l�cido e com conhecimento da sociedade que ele est� inserido, deveriam estar se preocupando se seu filho(a) tem senso de coletividade, se ele respeita a vida das pessoas, se ele � feliz, se tem amigos e se est� conseguindo exercer a plenitude que � um ser humano pensante, com o poder da cr�tica, do racioc�nio, da filosofia", escreveu. "Eu boto muita f� no meu trabalho e a experi�ncia que eu tive com todas essas crian�as s� me deu mais for�a e esperan�a que d� pra rolar um mundo muito mais massa pra geral!"


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