Horas depois de formalizado o protocolo, o alarme j� soou pela primeira vez para acionar o pacto de a��es integradas. Na madrugada de ter�a-feira, uma ag�ncia do Banco do Brasil e outra do Ita� foram atacadas por uma quadrilha em Bambu�, no Centro-Oeste mineiro.
Ainda na ter�a-feira, mas no Norte de Minas, outro grupo de criminosos com armamento pesado fechou com uma carreta a BR-251, nas imedia��es de Gr�o Mogol, para assaltar um carro-forte. Eles interceptaram o ve�culo de uma transportadora de valores e trocaram tiros com os vigilantes. Em seguida, explodiram uma das portas do blindado, levando quantidade n�o informada de dinheiro. Cerca de 15 pessoas atuaram nesse caso e h� suspeitas de que o grupo esteja ligado a outro ataque, cometido da mesma forma em Una�, no Noroeste de Minas, em maio. A Secretaria de Seguran�a P�blica confirmou que o conjunto de a��es integradas foi adotado nos dois casos, mas sustenta que informa��es sobre as investiga��es n�o podem ser divulgadas, para n�o prejudicar os trabalhos. At� o fechamento desta edi��o, ningu�m havia sido preso nos dois casos.
As a��es padronizadas de cada for�a de seguran�a contra a viol�ncia desse tipo de quadrilha buscam criar uma forma de rea��o padronizada para a modalidade de crime, evitando que em cada caso seja adotada uma forma de trabalho diferente, segundo o secret�rio de estado de Seguran�a P�blica, S�rgio Barbosa Menezes. O objetivo � unificar rea��es como a preserva��o dos lugares explodidos, acionamento de planos de cerco e bloqueio e concentra��o de informa��es de intelig�ncia levantadas por diferentes �rg�os, para prender mais rapidamente os criminosos. Resumidamente, trata-se de definir, uma vez ocorrido o crime, que �rg�o reage, de qual forma e em que momento.
“O crime de explos�o de caixa eletr�nico traz consequ�ncias que extrapolam a quest�o da seguran�a. H� impactos sociais e econ�micos para as cidades, muitas vezes pequenas, que dependem daquele terminal que foi alvo de ataque. Nosso foco � sempre reduzir os n�meros, trabalhar cada vez mais para minimizar o impacto para o cidad�o. Se temos uma ou 120 ocorr�ncias, nosso esfor�o ser� o mesmo, exatamente pelas caracter�sticas dessa modalidade de crime”, diz o secret�rio.

ARTICULA��O A Sesp coordena um grupo que tem se reunido de forma frequente e conta com a participa��o da Pol�cia Federal, Pol�cia Rodovi�ria Federal e Minist�rio P�blico, al�m dos demais bra�os do estado ligados � quest�o: Secretaria de Administra��o Prisional (Seap), Pol�cia Militar, Pol�cia Civil e Corpo de Bombeiros. A cria��o do grupo de trabalho no governo de Minas, que vinha se articulando tamb�m com as for�as federais, foi anunciada em setembro por Fernando Pimentel.
O esquema pelo qual deve operar esse esfor�o conjunto, segundo a Sesp, j� est� no papel, mas n�o pode ser detalhado, para n�o comprometer investiga��es e o pr�prio funcionamento da cadeia de a��es que pode levar � captura dos criminosos. Mas, como resultado da concentra��o de esfor�os nesse tipo de crime, a secretaria informa que, de 12 de junho at� 12 de setembro deste ano, 50 pessoas foram presas no estado por envolvimento com explos�es de caixas eletr�nicos e ataques a bancos. Dois acusados foram capturados m�s passado, em Capit�o En�as, Norte de Minas, com um fuzil e duas submetralhadoras, uma pistola, uma espingarda e uma garrucha.
Os dois foram detidos ap�s persegui��o policial e bloqueios montados pela Pol�cia Militar. Com eles havia malotes com dinheiro manchado e tamb�m bananas de dinamite. Outras 28 pris�es ocorreram em 9 de agosto, em Tr�s Cora��es (Sul de Minas). Segundo a PM, todos os presos estavam envolvidos em crimes de explos�o de caixas eletr�nicos e roubos a bancos e a ag�ncias postais no Sul de Minas.
Enquanto as for�as de seguran�a procuram padronizar suas a��es para contra-atacar, o secret�rio de Seguran�a P�blica defende uma puni��o mais pesada para o crime de explos�o de caixas e bancos. “Tem que haver uma pena diferenciada, porque � uma a��o que atenta contra o poder p�blico. O policial que est� na ponta � o representante do Estado. � necess�rio que haja um qualificador mais pesado para quem pratica explos�es de caixas eletr�nicos, porque h� muitas vari�veis que justificam isso: temos uso de explosivos, uso de armamentos pesados, organiza��es criminosas envolvidas. N�o podemos tratar tudo isso como um roubo qualquer”, afirma. Neste ano, o caso de maior repercuss�o ocorreu em Santa Margarida, na Zona da Mata, onde um Policial Militar e um vigia foram mortos por assaltantes que atacaram as ag�ncias locais do Banco do Brasil e do Sicoob.
Tr�s perguntas para...
S�rgio Barbosa Menezes - Secret�rio de estado de Seguran�a P�blica
As explos�es de caixas ca�ram 36,5% no per�odo divulgado. A que se pode atribuir esse resultado?
Temos desenvolvido a��es integradas que contam com o apoio e trabalho �rduo de v�rias institui��es. Desde que esse tipo de crime passou a preocupar mais, temos tentado aperfei�oar o trabalho e agregar melhorias na repress�o qualificada e no mapeamento das quadrilhas que promovem esse tipo de a��o. Um exemplo desse avan�o � exatamente a assinatura do termo de coopera��o com oito institui��es, na �ltima segunda-feira.

Algum outro tipo de crime � alvo dessa coopera��o?
Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica coordena uma for�a-tarefa voltada para a redu��o de eventos de seguran�a, em geral, em institui��es banc�rias. Esse grupo busca resultados n�o s� para explos�es de caixas, mas tamb�m para crimes com uso de ma�arico, assaltos e o crime chamado de “sapatinho” (sequestro de banc�rios para for�ar a abertura de cofres). A for�a-tarefa tem forte atua��o na �rea de intelig�ncia, com informa��es que se transformam em opera��es repressivas e preventivas. Esse grupo promove reuni�es mensais de avalia��o e planejamento.
Embora o detalhamento do acordo de coopera��o t�cnica seja sigiloso, � poss�vel dar um exemplo pr�tico de como ele pode funcionar?
A intelig�ncia busca, por exemplo, o mapeamento de quadrilhas para prevenir ocorr�ncias, entender o modus operandi dos envolvidos ou, at� mesmo, fornecer informa��es que levar�o � pris�o dos envolvidos.
Mem�ria
Mobiliza��o e desmobiliza��o
N�o � a primeira vez que se forma uma for�a-tarefa na tentativa de enfrentar o desafio da explos�o de caixas eletr�nicos em Minas. Em 2013, �poca em que casos do tipo estavam em franca ascens�o, o governo do estado constituiu um grupo de trabalho com objetivo de dar uma resposta � ofensiva, de forma integrada e com a��es compartilhadas. Por�m, em 2015 a pr�pria administra��o estadual avaliou que n�o havia mais a necessidade do esfor�o concentrado, sob a justificativa de se tratar de um conceito a ser adotado em situa��es de crise, o que, no entendimento do estado, n�o ocorria naquele momento. Por�m, o avan�o de casos com maior emprego de viol�ncia – que causaram mortes, deixaram policiais sitiados e cidades sem terminais banc�rios – levaram a uma mudan�a de postura. Apesar da redu��o dos casos, nova for�a-tarefa foi formada para unificar procedimentos na contraofensiva aos assaltantes.
DESCONFIE
Confira recomenda��es da Secretaria de Seguran�a P�blica para ajudar no cerco a ladr�es de caixas eletr�nicos
1) Se voc� � dono de hotel ou pousada, fique atento a h�spedes com bagagem incompat�vel com a quantidade de dias que pretendem ficar
2) Caso voc� seja um morador ou comerciante e perceba movimenta��o de pessoas muito at�pica em sua cidade, alerte as autoridades
3) Se voc� for dono de algum s�tio, esteja alerta a alugu�is pagos com altas quantias, em dinheiro, sem contratos formais nem negocia��o
Denuncie
Den�ncias an�nimas podem ser feitas pelo telefone 181