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Estado de Minas

Manejo das capivaras na Pampulha vai custar R$ 500 mil

Passados 5 anos sem que BH consiga resolver o problema dos animais da Pampulha, ligados ao ciclo da febre maculosa, secret�rio anuncia que provid�ncia definitiva come�a na segunda-feira


postado em 28/10/2017 06:00 / atualizado em 30/10/2018 16:56

Manejo das capivaras vai começar na próxima segunda-feira(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.)
Manejo das capivaras vai come�ar na pr�xima segunda-feira (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.)

O destino do grupo de roedores que ocupa o principal cart�o-postal da terceira maior capital do Sudeste brasileiro, desafiando a Prefeitura de Belo Horizonte h� cinco anos, pode estar finalmente tra�ado. Depois de tanto tempo de impasse sobre o que fazer com as capivaras da Pampulha, o secret�rio Municipal de Meio Ambiente, M�rio Werneck, garante que a solu��o definitiva para os animais que vivem na orla da lagoa come�a a ser adotada na segunda-feira. Ap�s meia d�cada de debates, pol�mica e batalha judicial, as medidas foram anunciadas em meio � volta do medo � regi�o, diante da morte de um homem de 42 anos, v�tima de febre maculosa – doen�a transmitida pelo carrapato-estrela, que tem na capivara um dos hospedeiros.

O paciente, morador de Contagem, visitou a Pampulha antes de manifestar os sintomas. Nessa sexta-feira, a Secretaria Municipal de Sa�de da cidade da regi�o metropolitana confirmou a segunda morte pela doen�a, de um lavrador do munic�pio de Florestal. Com isso, sobe para 12 o n�mero de mortes pela doen�a no estado – maior n�mero desde 2008, quando come�aram os registros.

No caso de Belo Horizonte, apesar da press�o provocada pela morte recente, a Prefeitura de Belo Horizonte ainda aguarda a aprova��o pelo Ibama de termo de compromisso e licenciamento para o plano de manejo das capivaras. Por�m, o secret�rio M�rio Werneck informou que as medidas ser�o colocadas em pr�tica com ou sem a licen�a.

A proposta apresentada pelo secret�rio prev� a esteriliza��o dos animais, al�m da aplica��o nos animais de subst�ncia para elimina��o do carrapato-estrela, transmissor da bact�ria Rickettsia rickettsii, que causa a febre maculosa. A prefeitura se mobilizou para fazer o manejo dos animais, ao custo de R$ 500 mil.

As reuni�es entre o Ibama, a PBH e o Minist�rio P�blico de Minas Gerais, para definir como o manejo ser� feito v�m ocorrendo desde o ano passado. Uma proposta chegou a ser apresentada aos t�cnicos do instituto pela gest�o passada, em 30 de dezembro de 2016. “Fizemos uma an�lise e solicitamos, em fevereiro, uma s�rie de informa��es complementares para que pud�ssemos emitir a autoriza��o. Mas os documentos n�o foram enviados. Com a mudan�a de governo, o respons�vel pelo trabalho n�o estava mais na prefeitura. H� cerca de 20 dias, uma nova proposta nos foi encaminhada e estamos encerrando a an�lise”, disse o analista ambiental do N�cleo de Biodiversidade e Florestas do Ibama-MG, Junio Augusto dos Santos Silva.

Segundo ele, o �rg�o deve emitir parecer sobre o documento na semana que vem. Ele disse, no entanto, que as medidas para controle do carrapato-estrela j� podem ser adotadas pelo munic�pio.

Segundo o secret�rio M�rio Werneck, tudo est� pronto para a execu��o do plano de manejo. “Quinta-feira tivemos a libera��o do recurso. J� temos a equipe t�cnica programada para as a��es. Estamos aguardando, nas pr�ximas horas, a libera��o do termo de refer�ncia e da licen�a para monitoramento e controle de animais silvestres pelo Ibama e acredito que na segunda-feira os trabalhos de campo j� estejam em pr�tica”, afirmou, na manh� de sexta-feira.

Segundo ele, o valor destinado ao servi�o vem da iniciativa privada e j� est� garantido. “O custo foi da libera��o de uma medida compensat�ria, n�o foi multa para nenhuma empresa n�o. � apenas o cumprimento de uma lei do Sistema Nacional de Unidade de Conserva��o, que foi aplicado no valor de 0,5% em cima do custo final do projeto de uma empresa”, informou.

Longo hist�rico

O alerta para a necessidade de manejo dos animais na Pampulha foi ligado em 2011, quando, na cidade paulista de Campinas, quatro funcion�rios de um parque foram diagnosticados com febre maculosa. Mas foi em 2012, quando houve aumento significativo da popula��o dos roedores na Pampulha, com a destrui��o dos jardins de Burle Marx, que a administra��o de BH come�ou a se mobilizar. Foi quando teve in�cio a discuss�o sobre a inviabilidade da conviv�ncia dos animais no espa�o urbano.

Em setembro de 2014, na administra��o municipal anterior, 52 capivaras foram capturadas e confinadas. O processo provocou a morte da maior parte delas e, em mar�o do ano seguinte, a Justi�a determinou a soltura das 14 que restaram. Em setembro de 2016, um novo epis�dio chamou a aten��o para o risco da doen�a na orla: uma crian�a de 10 anos, que esteve no parque, morreu com febre maculosa e a discuss�o sobre o manejo dos roedores foi retomada, com assinatura do termo de ajustamento de conduta (TAC) entre prefeitura e Minist�rio P�blico, em fevereiro deste ano.

Pelo plano de manejo do munic�pio (veja quadro), os animais n�o deixar�o a Pampulha para a esteriliza��o, j� que o procedimento ser� feito dentro de um bloco cir�rgico nas depend�ncias do parque ecol�gico. O m�dico- veterin�rio Leonardo Maciel, da Secretaria Municipal Meio Ambiente, explica que os animais ser�o atra�dos com alimentos e conduzidos para uma �rea de conten��o. “L�, ser�o sedados e anestesiados. A esteriliza��o prev� ligadura de trompas nas f�meas e vasectomia nos machos. No p�s-operat�rio, eles ser�o medicados para dor e com antibi�tico”, disse Leonardo.

Ap�s recuperadas, as capivaras retornam para seus n�cleos populacionais na orla da lagoa, onde v�o contribuir para eliminar os carrapatos em locais em que a Prefeitura de BH n�o tem acesso para aplica��o de inseticidas.

 

MANEJO 

Como ocorrer� o plano para esteriliza��o e aplica��o de carrapaticida nos roedores

1) Os animais ser�o atra�dos com uma isca alimentar e conduzidos a uma �rea de conten��o no Parque Ecol�gico da Pampulha, na orla da lagoa

2) No parque, ser�o sedados, anestesiados e levados para um bloco cir�rgico dentro das depend�ncias da unidade de conserva��o

3) As capivaras passar�o por um procedimento cir�rgico para a esteriliza��o (ligadura de trompas nas f�meas e vasectomia nos machos) e ter�o a aplica��o de carrapaticida no corpo

4) No p�s-operat�rio, recebendo medica��o para dor e antibi�ticos

5) Recuperadas, retornar�o para a orla da lagoa


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