A situa��o gerou um efeito cascata. Imediatamente, agentes da Nelson Hungria cruzaram os bra�os, trabalhando apenas para os atendimentos de sa�de dos presos e tamb�m para escoltas para o Tribunal do J�ri. A situa��o s� foi resolvida ao longo do dia, de acordo com a Seap. Em pronunciamento, o secret�rio respons�vel pela pasta, Francisco Kupidlowski, informou que as visitas no complexo foram suspensas at� segunda-feira e as c�pulas das pol�cias Civil e Militar foram acionadas. “Essa suspens�o tem como objetivo a quest�o de seguran�a dentro do complexo prisional, pois, quando acontece um atentado dessa natureza e magnitude, � comum que dentro haja uma situa��o conturbada, tanto da parte dos agentes, que ficam indignados, quanto da parte dos presos. E, para isso n�o gerar um conflito maior e uma amea�a f�sica aos familiares, o bom senso recomenda que a gente suspenda as visitas, al�m de adotar outros procedimentos de seguran�a”, disse.
A motiva��o do atentado ainda est� sendo apurada. O secret�rio afirmou que v�rias hip�teses foram levantadas, desde desaven�as em rela��o a um dos agentes feridos at� uma ordem de uma organiza��o criminosa. “A motiva��o desse atentado n�o � �nica. A intelig�ncia est� trabalhando com v�rias hip�teses, que v�o desde uma quest�o pessoal contra um dos agentes alvejados, at� uma ordem de atentado de uma fac��o criminosa paulista. Tudo isso est� sendo investigado de forma cuidadosa”, afirmou.

COBRAN�AS Os agentes, muitos dos quais passaram a manh� entre o Hospital Municipal de Contagem e a Nelson Hungria, concordaram com a decis�o de suspender as visitas, mas cobraram mais aten��o por parte do governo. Segundo os respons�veis pela guarda dos presos, nem todos os profissionais contam com o treinamento com armas de fogo (TCAF), e os que t�m reclamam da morosidade do estado em emitir a carteira que permite o uso da arma funcional. Sem o documento, eles n�o podem portar armamento e se sentem � merc� de ataques, j� que tamb�m n�o t�m equipamento pessoal de seguran�a para uso externo em deslocamentos, como coletes � prova de bala.
Tamb�m reclamam da falta de um transporte especial, como o �nibus que circulava anteriormente levando os trabalhadores. Os agentes alegam que, usando o transporte comum, eventualmente viajam com ex-presidi�rios ou parentes de detentos, ficando mais expostos � viol�ncia. Segundo um dos agentes, que n�o quis se identificar, a onda de tens�o na Nelson Hungria come�ou quando tr�s detentos vinculados a uma organiza��o criminosa com base em S�o Paulo foram impedidos de acompanhar o vel�rio do pai, que tamb�m integrava o grupo.
De acordo com Ade�lton Souza, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenci�rios de Minas Gerais (Sindasp/MG), os protestos da categoria podem se estender a outras unidades prisionais do estado. “O sistema j� est� em clima de anormalidade e, possivelmente, isso vai atingir outras unidades na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, enquanto n�o ocorrer uma apura��o e pris�o das pessoas respons�veis pelo ataque”, disse.
Ade�lton Souza atribuiu o atentado � falta de investimento no sistema prisional em Minas Gerais e pediu puni��o aos detentos da Nelson Hungria. “As ordens para o ataque com certeza partiram l� de dentro. Ent�o, o que a gente espera � que o governo de Minas d� uma resposta � altura com suas for�as policiais, e tamb�m punindo todo o complexo da Nelson Hungria. Eles (detentos) t�m que perder visitas, banhos de sol e qualquer tipo de regalia,” destacou. Conforme o Sindasp/MG, os agentes t�m sofrido com ataques em todo o estado. Duas mortes de guardas prisionais, segundo a entidade, foram constatadas no Tri�ngulo Mineiro desde o ano passado, a mando de criminosos que podem ter liga��o com a mesma fac��o que atua em pres�dios do pa�s.
O Estado de Minas pediu um posicionamento � Seap sobre as cr�ticas do sindicato, mas a pasta n�o se manifestou. O secret�rio Francisco Kupidlowski, em seu pronunciamento, tampouco respondeu a quest�es sobre o assunto.
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ataques
A Pol�cia Militar informou que a casa de um coronel da corpora��o no Bairro Cai�ara, regi�o Noroeste de BH, foi atacada a tiros na madrugada de ontem, com seis disparos. Ningu�m ficou ferido. Em nota, a PM descartou liga��o com o caso da Nelson Hungria, informando que j� tem indica��es dos suspeitos. Outra situa��o que a princ�pio teve rela��o descartada com o caso da penitenci�ria de seguran�a m�xima foi uma tentativa de invas�o ao pres�dio de Sabar�, na Grande BH. De acordo com o Sindasp, quatro ou cinco homens tentaram entrar na unidade. Agentes reagiram e houve troca de tiros. Os criminosos fugiram por uma mata e ainda n�o foram encontrados. A PM informou que foi acionada para refor�ar a seguran�a do entorno. N�o houve registro de feridos.