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Estado de Minas

Assaltantes podem ter roubado at� R$ 20 milh�es de empresa em Uberaba

Ataque contra transportadora de valores de Uberaba chama a aten��o por organiza��o, poder de fogo e agressividade do bando, que sitiou for�as de seguran�a em uma das maiores cidades do estado


postado em 07/11/2017 06:00 / atualizado em 07/11/2017 10:07

Sede da empresa foi parcialmente destruída com o uso de explosivos, enquanto vias de acesso eram bloqueadas para evitar aproximação da PM(foto: Sérgio Teixeira/Polícia Militar/Divulgação)
Sede da empresa foi parcialmente destru�da com o uso de explosivos, enquanto vias de acesso eram bloqueadas para evitar aproxima��o da PM (foto: S�rgio Teixeira/Pol�cia Militar/Divulga��o)

Um roubo de propor��es in�ditas, executado com planejamento, aud�cia, agressividade, alto poder de fogo e que terminou com a fuga de assaltantes que at� a noite de ontem n�o haviam sido sequer identificados, evidencia um novo n�vel de desafio para as for�as de seguran�a. Diferentemente dos costumeiros ataques em pequenas cidades do interior, criminosos colocaram em xeque na madrugada de ontem a resist�ncia da oitava maior cidade de Minas, ao atacar uma transportadora de valores em Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, de onde roubaram quantia que pode chegar a R$ 20 milh�es segundo fontes extraoficiais – o valor n�o foi informado pela empresa ou pela pol�cia.

A ofensiva teve tiros de fuzil, transformadores de energia el�trica estourados � bala, barricadas com carros e pneus queimados, correntes e “miguelitos” (objetos perfurantes para estourar pneus), tudo para barrar a rea��o policial. Somente depois de duas horas de cerco sob fogo as for�as de seguran�a foram capazes de montar bloqueios nas sa�das da cidade, o que n�o evitou a fuga do bando de aproximadamente 20 homens. A investida teve in�cio  �s 3h e terminou �s 5h15. Uma pessoa se feriu e bairros inteiros ficaram sem energia el�trica. O medo tomou conta da popula��o: nada menos que 40 escolas estaduais ficaram sem aulas e o transporte p�blico da cidade de 328 mil habitantes foi afetado.

A a��o � a primeira em uma cidade desse porte depois que a Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp) anunciou, em 17 de outubro, protocolo definindo a��es espec�ficas para oito institui��es de seguran�a em caso de ataques do tipo. Segundo a Pol�cia Militar, esse protocolo foi acionado principalmente com planos de cerco na regi�o e a��o de per�cia mais qualificada, para levantar informa��es no local do crime.

O coronel Lup�rcio Peres, que comanda a 5ª Regi�o de Pol�cia Militar e ocupa na ocorr�ncia o cargo local mais alto da PM, disse que os criminosos montaram uma conten��o extremamente sofisticada nas ruas de acesso ao endere�o da transportadora Rodoban, que fica no Bairro Boa Vista (veja arte). Enquanto tentavam romper pelo menos um cofre da empresa usando ma�arico e explosivos, deixaram seis carros incendiados bloqueando vias e outros tipos de barricada.

Segundo a Cemig, cinco transformadores foram danificados por tiros, cortando o fornecimento de energia el�trica na regi�o. “Eles estudaram muito a geografia da regi�o e se posicionaram primeiro, para depois fazer a conten��o, dificultando a a��o imediata dos militares”, afirmou o coronel Peres. A PM confirma que um inocente foi atingido por um tiro, mas foi socorrido e passa bem.

As estimativas da Pol�cia Militar d�o conta de aproximadamente 20 bandidos envolvidos na a��o. Foi confirmado o uso de fuzis 556 e 762, conforme as c�psulas recolhidas no local. Al�m dos seis carros incendiados – os quais ainda n�o se sabe se tamb�m foram usados para transportar criminosos –, seis ve�culos foram abandonados em uma regi�o de s�tios e ch�caras chamada de Morada do Sol, a 3 quil�metros do Centro de Uberaba. Cinco deles s�o ve�culos potentes, blindados e de luxo e um � caminh�o-ba� de menor porte, onde foram encontradas cerca de 10 bananas de dinamite n�o detonadas. Todos os carros, � exce��o de um entre os queimados, estavam sem placas. A �nica que foi encontrada era de S�o Paulo.

O coronel Peres garante que o protocolo comandando pela Sesp foi ativado assim que a ocorr�ncia foi informada �s autoridades policiais da cidade, ainda na madrugada. O militar evita dar detalhamento das rea��es, mas garante que pelo menos duas situa��es foram desencadeadas com base nos novos par�metros. “Fizemos cerco e bloqueio com apoio das regi�es vizinhas e contamos com a per�cia da Pol�cia Federal no local do crime”, afirma. Na regi�o de Arax�, por exemplo, militares montaram seis pontos de bloqueio, incluindo uma �rea de divisa entre Minas e S�o Paulo. As for�as de seguran�a de Uberl�ndia tamb�m foram usadas no apoio para tentar localizar criminosos em toda a faixa de divisa do Tri�ngulo Mineiro com S�o Paulo.

Durante todo o dia ontem, policiais civis, militares e federais trabalharam em dilig�ncias na cidade e na zona rural na tentativa de identificar e prender os ladr�es.De acordo com a Pol�cia Civil,  testemunhas relataram que os bandidos tinham sotaque paulista, no entanto, nenhuma das for�as de seguran�a confirma que o grupo seja do estado vizinho. Em nota, a Sesp informou que est� coordenando os esfor�os na �rea de intelig�ncia juntamente �s for�as de seguran�a do estado para combater esse tipo de crime.

Terror em Uberaba

Para inibir rea��o, quadrilha incendiou carros e pneus em cruzamentos estrat�gicos, al�m de fechar outros com correntes e material para furar pneus. Quartel da PM tamb�m foi cercado por assaltantes, que mantiveram unidade sob fogo enquanto comparsas explodiam cofre da Rodoban. Confira pontos-chave da a��o:

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


MANH� DE MEDO
Assustados com a madrugada de terror, moradores de Uberaba tinham medo de sair de casa na manh� de ontem. “O clima ficou tenso e tivemos que fazer an�ncios nas r�dios e por meio de redes sociais, tranquilizando a popula��o”, informou major Renato Silva, da 5ª Regi�o da PM.

O prefeito Paulo Piau (PMDB) afirma que o medo permanece. “� de se entranhar que uma cidade do porte de Uberaba, por onde circulam cerca de 400 mil pessoas, entre popula��o fixa e flutuante, seja isolada por bandidos para uma a��o criminosa que ainda era t�pica de cidades pequenas”, afirmou.

Para ele, isso � um pren�ncio de que a ousadia do crime pode come�ar a se espalhar por outras grandes cidades. O prefeito tamb�m critica o efetivo de Uberaba, segundo ele de 400 policiais. “� o mesmo n�mero de 15 anos atr�s. A defasagem � muito grande”, afirma. A PM n�o quis comentar quest�es relacionadas a efetivo, por “quest�es estrat�gicas”. 

Ver galeria . 8 Fotos Criminosos explodiram cofre de empresa de valores na madrugada desta segunda-feira. Rajadas de tiros e carros incendiados deixaram a população de Uberaba assustadaReprodução internet/WhatsApp
Criminosos explodiram cofre de empresa de valores na madrugada desta segunda-feira. Rajadas de tiros e carros incendiados deixaram a popula��o de Uberaba assustada (foto: Reprodu��o internet/WhatsApp )


AN�LISE DA NOT�CIA


Muito al�m da rea��o


A a��o da quadrilha que atacou em Uberaba representa um novo patamar de ofensivas contra institui��es do sistema financeiro e um novo n�vel de afronta �s for�as de seguran�a – n�o apenas do estado, mas tamb�m federais. Se antes ladr�es buscavam pequenos munic�pios, onde acuavam poucos policiais em instala��es acanhadas, desta vez n�o hesitaram em agir em uma das cidades-polo de Minas, combinando viol�ncia e artilharia pesada – caracter�stica marcante de bandos da Bahia –  e alto n�vel de organiza��o e planejamento – aspecto mais comumente ligado a fac��es paulistas. Armas de guerra, log�stica elaborada e planejamento detalhado, aliados ao fator surpresa, neutralizaram a capacidade de rea��o do poder p�blico por horas. Com isso, provavelmente atrasaram tamb�m o acionamento do protocolo de seguran�a contra roubos do tipo, que envolve v�rias for�as policiais e foi divulgado h� menos de um m�s pelo estado. O assalto � Rodoban n�o cobra somente a pris�o dos respons�veis: exige do poder p�blico uma resposta de magnitude proporcional, em termos de organiza��o e capacidade de reagir, mas, sobretudo, de se antecipar � ousadia crescente dos assaltantes. (Roney Garcia)


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