
A obra, or�ada em R$ 1,8 milh�o, chegou a ser prometida inclusive pela gest�o passada. Durante o per�odo eleitoral, em visita � Genoveva de Souza, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) disse que resolveria o problema. Novamente a interven��o foi anunciada para 2017, mas segundo o secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Josu� Valad�o, ainda n�o h� recurso aprovado. “J� tem projeto e estamos em fase de viabiliza��o de recurso. Ainda n�o entrou em fase de licita��o, mas est� pronta para ser licitada. Provavelmente come�a no ano que vem”, informou o secret�rio, sem detalhar melhor o prazo. Josu� reconhece que a chegada da temporada chuvosa pode piorar a situa��o no local.
De acordo com a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), respons�vel pela obra, o projeto consiste no tratamento do talude vizinho ao abatimento, com constru��o de muro de arrimo para estabilizar a encosta. O �rg�o ainda informou que foi feito um trabalho de sondagem de solo mais aprofundada na Rua Genoveva de Souza e que a licita��o das obras est� prevista para ocorrer ainda este ano. “A rua sofreu um processo de eros�o muito forte e n�o sabemos se uma constru��o ao lado contribuiu para solapar o solo ou se o problema ocorreu em fun��o de alguma rede de distribui��o de �gua”, informou o secret�rio Josu� Valad�o.
A Rua Genoveva de Souza � uma via de m�o �nica que funciona como sa�da do bairro para motoristas que seguem no sentido das avenidas Silviano Brand�o, Cristiano Machado e Jos� C�ndido da Silveira, passando pela Rua Conselheiro Lafaiete. Tem ainda importante papel de escoamento do fluxo em dias de jogos na Arena Independ�ncia, quando cerca de 20 mil torcedores v�o ao est�dio. “Mas desde o fechamento, quem frequenta a regi�o precisa usar desvios, que dificultam o acesso e confundem motoristas, pois n�o h� nem mesmo sinaliza��o indicativa de outras rotas”, afirma o diretor de rela��es institucionais da Associa��o dos Amigos e Moradores do Entorno do Est�dio Independ�ncia, Adelmo Gabriel Marques. Segundo o diretor, v�rias tentativas j� foram feitas junto ao poder p�blico para realiza��o da obra, sem resposta.
PREJU�ZOS Assim como ele, moradores e comerciantes cobram solu��o r�pida para o problema. Um deles, o empres�rio Alex Mota, de 37 anos, sentiu o peso da interdi��o no bolso. Apesar de ter feito um plano de neg�cio antes de abrir um restaurante e um emp�rio na Genoveva de Souza, ele foi surpreendido pelo fechamento da via dois meses ap�s montar o neg�cio. “Fiz o investimento levando em conta as caracter�sticas do ponto. Mas o movimento caiu bruscamente, porque, sem o fluxo de carros, a rua ficou morta do ponto de vista comercial. Logo em seguida tive que suspender o almo�o durante os dias da semana e passei a servi-lo s� no s�bado e domingo, mantendo o hor�rio noturno de quarta a s�bado. Reduzi o n�mero de funcion�rios pela metade e tive 40% de perdas nas vendas”, lamenta Alex. Para ele, � um descaso manter fechada uma rua t�o importante para o bairro, como � a Geno veva. “Ainda mais porque esta � uma obra pequena, frente a outras de infraestrutura que s�o feitas na cidade”, disse.
O tamb�m empres�rio Rodrigo Giovanni mora em frente ao ponto onde a cratera se formou na via e convive diariamente com os transtornos. “S�o v�rios. A rua perdeu o movimento, o que abriu espa�o para a ocorr�ncia de crimes, uso de drogas, assaltos. Usu�rios do transporte coletivo tamb�m perderam com a retirada do ponto de �nibus e comerciantes sentiram as perdas”, afirma. Rodrigo tamb�m mant�m uma empresa de aluguel de artigos para festa no local e disse que cogitou muitas vezes encerrar as atividades. “Tive um baque financeiro absurdo, porque a empresa perdeu toda a visibilidade. H� at� quem ache que j� est� fechada”, disse. Ele afirmou ainda que chegar em casa virou um supl�cio, porque o desvio prolonga o percurso de poucos metros em v�rios quarteir�es.
MEM�RIA
Passado tr�gico
Conhecido no passado como “Burac�o”, o trecho da Rua Genoveva de Souza onde o asfalto afundou j� foi cen�rio de trag�dias. Era um quarteir�o inteiro sem asfalto ou cal�amento, com enorme cratera no meio, no alto de um barranco. Ali existiu uma pedreira, que empregou muita gente nos primeiros anos do bairro. O neg�cio foi embora, os riscos ficaram. Na �poca das chuvas, tudo piorava com a lama e os deslizamentos. Foi l� que uma fam�lia de cinco pessoas foi soterrada na d�cada de 1980. Ap�s grande mobiliza��o da comunidade, foi constru�do pela Sudecap um arrimo, que resolveu o problema. Entretanto com a implementa��o do novo plano de mobilidade urbana no Bairro Sagrada Fam�lia, motivado principalmente pela reinaugura��o da Arena Independ�ncia, a rua passou a ser a �nica via paralela a Rua Pitangui de m�o �nica para quem trafega do Horto at� a Av. Silviano Brand�o e alguns afirmam que o afundamento da pista foi provocado pela tr�nsito pesado, acrescido devido ao trajeto de linha de �nibus do bairro, informa Adelmo Gabriel Marques, da Associa��o dos Amigos do Est�dio Independ�ncia (AAMEIA).