(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

De janeiro a agosto, BH registrou 185 casos de viol�ncia em postos de sa�de

Dois assaltos a pacientes sob amea�a de armas em 24 horas agravam a onda de viol�ncia em unidades de sa�de de BH. Sindicato dos M�dicos denuncia 260 ocorr�ncias s� neste semestre


postado em 29/11/2017 06:00 / atualizado em 29/11/2017 07:29

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Se os principais problemas dos usu�rios de unidades de sa�de de Belo Horizonte eram a demora no atendimento ou a falta de m�dicos, agora a inseguran�a e a viol�ncia entraram na receita. O registro de dois roubos � m�o armada em 24 horas em dois centros de sa�de da capital, nas regi�es Oeste e Nordeste, agrava a onda de viol�ncia nesses estabelecimentos. N�meros do Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) apontam que desde o in�cio deste semestre s�o mais de 260 ocorr�ncias de viol�ncia, entre roubos, agress�es e amea�as em estabelecimentos de sa�de da capital. Sessenta delas foram registradas apenas no �ltimo m�s.

Especificamente de roubos a funcion�rios e pacientes das unidades de sa�de, balan�o da Guarda Municipal aponta que entre janeiro e agosto foram 185 ocorr�ncias do tipo, ou seja, um ataque a cada tr�s dias. A corpora��o n�o apresentou dados recentes, assim como a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) de BH, que foi procurada no come�o da noite de ontem, mas n�o se posicionou sobre o clima de inseguran�a nas unidades.

O assalto de ontem ocorreu no Centro de Sa�de C�cero Idelfonso, na Rua Aguanil, no Bairro Vista Alegre, Regi�o Oeste da capital, onde pelo menos 10 pessoas foram v�timas de um arrast�o. O ataque ocorreu um dia depois que dois ladr�es roubaram usu�rios da casa de apoio do Centro de Sa�de Gl�ria, no Bairro S�o Salvador, Noroeste de Belo Horizonte. O assalto ocorreu na manh� da segunda-feira.

De acordo com a Pol�cia Militar, na manh� de ontem pessoas que aguardavam atendimento no Centro de Sa�de C�cero Idelfonso tiveram seus pertences levados por um criminoso armado. V�timas relataram aos militares que o ladr�o, armado, anunciou o assalto e come�ou a recolher aparelhos de telefone celular. Quando os PMs chegaram, pacientes informaram aos policiais que o homem, que usava mochila rosa, ainda se encontrava nas imedia��es da unidade, tendo cometido outros assaltos.

"N�o queremos seguran�a em dias alternados, mas diariamente, para garantir mais tranquilidade para os m�dicos, demais servidores e pacientes"

Andr� Christiano dos Santos, do Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais


Rapidamente os militares montaram um cerco e conseguiram prender Josemar Rodrigues da Silva, de 30 anos, que fugia em uma motocicleta no Anel Rodovi�rio, na altura da Vila Oeste. O suspeito teria confessado aos policiais que era o autor do roubo, tendo sugerido que a a��o ocorreu a mando de um traficante da Vila Casinha da Amanda, identificado como “Bruninho”. A motiva��o do ataque ao centro de sa�de, segundo o suspeito, foi uma retalia��o do traficante, que estaria revoltado com uma falha no atendimento por parte dos funcion�rios do posto e com agentes da Guarda Municipal que fazem patrulhamento na unidade.

Os PMs seguiram com Josemar at� o endere�o apontado por ele como sendo da casa do traficante Bruno de Paula, de 22 anos, o Bruninho. Ele estava no im�vel e tamb�m foi detido. Segundo os militares, o homem que � um dos suspeitos de chefiar o tr�fico de drogas na regi�o, disse que a vers�o de Josemar era mentirosa.

J� na delegacia, ouvido na Central de Flagrantes III, no Barreiro, Josemar disse que praticou o crime por estar desempregado e precisando de dinheiro para cuidar da fam�lia. Bruno, por sua vez, manteve a vers�o de que n�o ordenou o ataque. Mesmo com as contradi��es, os dois foram presos e autuados em flagrante pelo assalto, entre outros crimes. A moto e uma r�plica de arma de fogo usada na a��o criminosa foram apreendidas. Os celulares roubados foram recuperado e devolvidos aos seus donos.

Por meio de nota, na manh� de ontem, momentos depois do ataque, a Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte informou que o atendimento na unidade foi suspenso por causa da ocorr�ncia. A previs�o, segundo a SMS, era de que o atendimento fosse normalizado hoje. Os pacientes que aguardavam atendimento foram encaminhados a unidades pr�ximas, e os casos urgentes, para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Oeste.

 

Trabalhando com o perigo

 

De acordo com a dire��o do Sindicato dos M�dicos, den�ncias de casos de viol�ncia se tornaram rotina na entidade. “Al�m de oficializar a prefeitura em cada caso registrado, durante as reuni�es com gestores a diretoria do sindicato deixa clara a import�ncia de mais seguran�a nas unidades de sa�de, que est�o � merc� de bandidos. Mas parece que a prefeitura n�o est� preocupada com esta situa��o, pois v� os fatos sem tomar atitude”, disse o m�dico e diretor sindical Andr� Christiano dos Santos. “N�o queremos seguran�a em dias alternados, mas diariamente, para garantir mais tranquilidade para os m�dicos, demais servidores e pacientes”, completou.

No caso do roubo no Bairro S�o Salvador, na segunda-feira os dois homens que abordaram os pacientes que esperavam pela consulta chegaram ao posto de sa�de gritando “perdeu, perdeu, perdeu”. Eles levaram celulares, documentos e cerca de R$ 100 de pelo menos seis v�timas. Um dos bandidos estava com uma submetralhadora caseira. Eles fugiram em um Fiat Palio e n�o foram localizados pelos policiais. O caso agora � investigado pela Pol�cia Civil.

Por meio de nota, a Guarda Municipal de Belo Horizonte afirmou que adota estrat�gia de atua��o nas unidades de sa�de definida com base na incid�ncia de criminalidade da �rea onde cada unidade est� instalada, e tamb�m por indica��o de prioridades por parte da Secretaria Municipal de Sa�de. “Dessa forma, s�o mantidos guardas municipais fixos em 90 postos, durante todo o per�odo de funcionamento, em dias alternados. Toda a rede tem sua seguran�a garantida ainda com o patrulhamento preventivo motorizado, com rondas peri�dicas e espec�ficas, em viaturas que percorrem as unidades e estendem sua �rea de cobertura a todo o entorno, beneficiando assim mais pessoas e aumentando a sensa��o de seguran�a das comunidades vizinhas”, destacou o comunicado.

Ainda de acordo com a entidade, as nove unidades de pronto atendimento (UPAs) da capital contam, desde a segunda quinzena julho, com uma viatura fixa e dois guardas durante o per�odo noturno. As rondas motorizadas nas imedia��es de cada uma das UPAs tamb�m foram intensificadas. No m�s passado, dados divulgados pela Guarda Municipal entre janeiro e agosto de 2017 apontavam um aumento de 14,9% dos ataques aos postos de sa�de, em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado. Foram 185 casos neste ano contra 161 em 2016.

 

 

Inseguran�a em Betim

 


A viol�ncia no setor de sa�de n�o se restringe � capital, com mostrou reportagem do Estado De Minas de 16 de outubro. O quadro tamb�m � cr�tico para usu�rios e funcion�rios de centros de sa�de de cidades como Betim, na regi�o metropolitana. Uma sequ�ncia de 16 roubos foi registrada de abril a setembro em unidades da cidade, o que d� m�dia de um caso a cada quinzena. A soma de assaltos, por�m, seria de 20 ocorr�ncias at� come�o de outubro, segundo funcion�rios das unidades de b�sicas do munic�pio, conhecido por ser um dos grandes polos industriais mineiros. A luz de emerg�ncia se acendeu depois que, em abril deste ano, ocorreram oito assaltos, ou dois por semana. A situa��o levou o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) a enviar of�cio no dia 25 daquele mesmo m�s � Secretaria Municipal de Sa�de, pedindo provid�ncias no sentido de adotar medidas de seguran�a para garantir a integridade dos m�dicos. Em 10 de maio, o secret�rio municipal de Sa�de, Guilherme Carvalho da Paix�o, respondeu, por meio de of�cio ao CRM-MG, que a quest�o estava sendo discutida.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)