Homem flagrado em um v�deo de celular abusando da sobrinha, que atualmente tem 14 anos, foi condenado pela Justi�a a 18 anos e 4 meses de pris�o em regime fechado. A v�tima filmou os abusos para provar � fam�lia que estava sendo violentada. Ela j� tinha denunciado o tio, mas ningu�m acreditou em sua vers�o. A senten�a foi proferida pela ju�za Lucimeire Rocha, titular da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
No processo, a garota afirmou que sofreu abusos durante quatro anos, dos 9 aos 13. O crime era cometido na casa da av� paterna, onde ela visitava com frequ�ncia durante feriados e no per�odo de f�rias. Na primeira vez que foi abusada, segundo vers�o da garota, o tio lhe perguntou se ela sabia beijar. Diante da negativa da menina, o homem tentou beij�-la a for�a e passou a m�o pelo corpo dela.
Diante da desconfian�a dos familiares, no Carnaval do ano passado, a menina gravou os abusos por meio de um celular. No fim do mesmo ano, ela mostrou as imagens para a m�e, quando foi avisada que passaria o per�odo de f�rias na casa da av�. O irm�o dela viu o conte�do e denunciou o caso para a pol�cia. O agressor acabou preso.
Em depoimento, a m�e da menina afirmou que soube dos fatos h� tr�s anos, quando foi alertada pela irm�. Por�m, segundo o F�rum Lafayette, n�o acreditou porque a filha estava na “fase da mentira”. A mulher disse, ainda, que perguntou � filha se ela tinha provas, pois ficaria a palavra de um contra o outro. O homem se defendeu dizendo que as acusa��es eram falsas, mas reconheceu a veracidade do v�deo. Em depoimento, disse que as cenas eram uma brincadeira de passar a perna nele. Destacou que a menina estava vestida o tempo todo e revelou ter se assustado com a situa��o, que chamou de “uma fraqueza infeliz”.
Familiares afirmaram que a menina teve altera��o no comportamento depois dos abusos, como sono agitado, queda no rendimento escolar. Al�m disso, a menina come�ou a se ferir com objetos cortantes na escola e em casa, e chegou a tomar dosagens exageradas de rem�dios para dormir.
Decis�o
Ao analisar o caso, a ju�za destacou os argumentos do autor, em que diz que a menina estava vestida no v�deo. Para a magistrada, ele “demonstra que seu conceito de abuso sexual se restringe � conjun��o carnal, esquecendo que o corpo de uma mulher (ou de qualquer pessoa) deve ser respeitado na sua integralidade e que a sexualidade n�o passa, exclusivamente, pela genit�lia”, disse. “Estamos absolutamente convictos de que o acusado por, no m�nimo, tr�s anos abusava da v�tima praticando diversos atos libidinosos com ela para a satisfa��o de sua lasc�via”, completou.