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Estado de Minas

Belo Horizonte e regi�o metropolitana devem enfrentar mais temporais

Castigada por temporais, com granizo e vendaval, Regi�o Metropolitana de BH enfrenta at� segunda-feira amea�a de mais tempestades e preju�zos pela associa��o de calor e umidade


postado em 01/12/2017 06:00 / atualizado em 01/12/2017 07:35

Em cidades como Ribeirão das Neves, várias ruas amanheceram bloqueadas por troncos(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Em cidades como Ribeir�o das Neves, v�rias ruas amanheceram bloqueadas por troncos (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte se aproxima do fim de semana em clima de alerta. Aviso da Coordenadoria de Defesa Civil da capital, v�lido at� segunda-feira, adverte para forte instabilidade atmosf�rica atuando sobre boa parte do estado devido ao calor, � umidade e principalmente � queda da press�o atmosf�rica. Com isso, h� previs�o de temporais at� segunda-feira em �reas que incluem a Grande BH, j� castigada por tempestades nesta semana e onde muitas cidades amanheceram ontem contando preju�zos da v�spera. Em menos de 20 minutos, a chuva seguida de vendaval e granizo que se abateu no fim da tarde de quarta-feira principalmente sobre Ribeir�o das Neves, Caet� e Pedro Leopoldo causou inunda��es e estragos em im�veis e carros, deixando bairros inteiros sem luz e telefonia.

Ontem, as companhias de energia el�trica, de �gua, telef�nicas, al�m de equipes da Defesa Civil das cidades e de um batalh�o de limpeza das prefeituras come�aram cedo a desobstruir ruas, passeios e auxiliar na reestrutura��o de servi�os e infraestrutura de v�rios bairros. O fen�meno meteorol�gico caracterizado pela forma��o r�pida de nuvens carregadas ap�s intenso aquecimento (veja arte) levou as prefeituras desses tr�s munic�pios a declarar situa��o de emerg�ncia, condi��o que permite conseguir recursos junto ao estado e � Uni�o.

Em Caet�, 200 fam�lias ficaram desabrigadas. Em Pedro Leopoldo, a mesma quantidade de pessoas ficou sem um teto devido � tempestade. De acordo com meteorologistas do Instituto PUC Minas/TempoClima, a zona de destrui��o das rajadas de vento, pedras de granizo e chuvas intensas chegou a dist�ncias entre cinco e 10 quil�metros de bairros das regi�es Noroeste, Norte e Oeste, onde os preju�zos poderiam ser ainda maiores devido � densidade populacional e de tr�fego.

Ver galeria . 18 Fotos Chuva de granizo provocou alagamento, destelhamento de casas e derrubou árvores nessa quarta-feira em Ribeirão das NevesJair Amaral/EM/DA Press
Chuva de granizo provocou alagamento, destelhamento de casas e derrubou �rvores nessa quarta-feira em Ribeir�o das Neves (foto: Jair Amaral/EM/DA Press )
Em Ribeir�o das Neves, onde os ventos ultrapassaram 75km/h, a regi�o central foi a mais afetada, chegando ao ponto de a energia e as comunica��es da pr�pria prefeitura terem sido afetadas, o que estava comprometendo, inclusive, os esfor�os de repara��o e aux�lio �s comunidades. Por toda a regi�o o cen�rio era de destrui��o, semelhante ao de grandes cat�strofes, com muros derrubados sobre passeios e vias, destro�os interditando ruas, �rvores despencadas sobre casas e ve�culos, gente puxando �gua com rodos de dentro de suas casas e removendo o barro. Por sorte, nenhuma pessoa se feriu com gravidade, mas o preju�zo ainda n�o p�de ser estimado.

A �rea do Hospital S�o Judas Tadeu, que � refer�ncia em atendimento de pronto-socorro na regi�o, foi uma das mais afetadas. Parte do telhado do hospital foi arrancado pela for�a dos ventos, deixando m�dicos, enfermeiros e funcion�rios em alerta. A �gua invadiu a estrutura, obrigando ao esvaziamento de um andar inteiro. A UPA do Bairro Santa Marta tamb�m sofreu destelhamento e precisou ser evacuada, com tr�s pacientes em estado mais grave sendo direcionados para a UPA Justin�polis e outros tr�s recebendo alta, por terem condi��es mais favor�veis, de acordo com a Defesa Civil local.

Em volta do hospital, praticamente todas as constru��es foram destelhadas e pela manh� moradores se desviavam de �rvores serradas e l�minas de telhas met�licas retorcidas, enquanto muitas estruturas eram reparadas pelos pr�prios propriet�rios. “Como tudo ocorreu no fim da tarde, no primeiro momento nosso trabalho foi desobstruir vias serrando �rvores e limpando destro�os nas ruas at� as 3h. Hoje (ontem) partimos para a repara��o de estruturas comprometidas e levantamento dos estragos”, disse a coordenadora da Defesa Civil de Neves, Orlandi Barbosa Rodrigues.

Nos bairros Santa Marta e Santa Martinha, os estragos afetaram resid�ncias e pontos de com�rcio. No im�vel da dona de casa M�nica Teixeira de Ara�jo, de 43 anos, �rvores destru�ram o telhado e com isso chuva, lama e granizo invadiram a moradia. Ontem, ele removia os m�veis atingidos e os reunia no quintal para secar. “Foi uma tempestade muito r�pida, mas assustadora, parecia que a gente ia morrer. Imaginei que fosse um furac�o, que fosse arrancar nossa casa inteira. No momento eu estava sozinha. Fiquei sem luz e telefone, esperando not�cias dos meus filhos e do marido por horas”, conta. Dois supermercados tiveram suas estruturas de cobertura met�lica completamente destro�adas. Ontem, ficaram fechados para reparos e resgate das mercadorias.
Escola municipal no Bairro Santa Martinha foi destelhada(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Escola municipal no Bairro Santa Martinha foi destelhada (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

O p�nico tomou conta da Escola Municipal Clem�ncia Alves Dias, no Bairro Santa Martinha. De acordo com a diretora da institui��o de maternal, primeiro e segundo per�odos, Fl�via do Carmo Silva, 115 alunos estavam esperando seus pais quando a tempestade chegou. “Foi tudo muito r�pido, uma quest�o de segundos para as telhas serem arrancadas e a �gua descer com for�a por toda a parte. N�s, educadores, tivemos de ter muita atitude para que as crian�as n�o entrassem em p�nico, mas foram momentos cr�ticos”, afirma.

No p�tio filiado ao Detran/MG, uma d�zia de carros apreendidos foi danificada pela queda de um muro e pela derrubada de um estacionamento met�lico pelos ventos. A Pol�cia Civil informou que uma per�cia seria feita, mas que n�o haver� inqu�rito, por se tratar de fen�meno natural.

Perdas em outras cidades


Em Caet�, outro munic�pio castigado pela tempestade, fam�lias desabrigadas precisam de colch�es, len��is, cobertores, materiais de higiene e pe�as de roupa. As doa��es podem ser entregues no Gin�sio Poliesportivo do munic�pio (Avenida Carlos Cruz, sem n�mero, Bairro Jos� Brand�o). De acordo com a Defesa Civil da cidade, a estimativa � que 200 fam�lias tenham ficado desabrigadas. Mas o n�mero de moradias de alguma forma danificadas por pedras de gelo � estimado em 2 mil. No gin�sio poliesportivo da cidade est�o abrigadas 22 fam�lias.

Outro local atingido pela chuva que precisa de ajuda � Pedro Leopoldo. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, at� a manh� de ontem foram registradas 200 pessoas desabrigadas. Algumas preferiram ir para a casa de parentes, mas escolas est�o dispon�veis para quem precisar. A Secretaria Municipal de Seguran�a P�blica recebe as doa��es que ser�o repassadas �s fam�lias.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Meteorologia explica forma��o de granizo

 

O fen�meno causador da chuva que deixou rastros de destrui��o em Ribeir�o das Neves, Caet� e Pedro Leopoldo � uma forma��o de nuvens (cumulonimbus) caracterizada pelo desenvolvimento vertical. Esse tipo de chuva, conforme o meteorologista Heriberto dos Anjos, do Instituto PucMinas/TempoClima, “ocorre pelo aquecimento que est� na superf�cie do solo, que sobe e se transforma nesse tipo de nuvem”. “O per�odo de forma��o � de menos de uma hora e pode ocasionar tempestades acompanhadas de granizo e muitas rajadas de vento”, explicou.

Na tarde de quarta-feira, dois n�cleos do tipo se formaram sobre Brumadinho, na Grande BH, e Itabirito, na Regi�o Central, e resultaram nos temporais que atingiram Ribeir�o das Neves, Caet� e Pedro Leopoldo. Segundo Heriberto dos Anjos, as Regi�es Noroeste, Oeste e Norte de Belo Horizonte n�o foram afetadas pela forma��o por uma dist�ncia de no m�ximo 10 quil�metros.

Para os pr�ximos dias, persiste a previs�o de forte instabilidade atmosf�rica atuando sobre boa parte de Minas Gerais, devido ao calor, umidade e principalmente � queda da press�o atmosf�rica. H� previs�o de tempestade e acumulado pluviom�trico significativo no decorrer dos pr�ximos dias. Essa condi��o permanecer� at� segunda-feira em boa parte de Minas Gerais, inclusive na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Na capital, o acumulado pluviom�trico no mesmo per�odo poder� superar os 100 mil�metros. A condi��o levou a Defesa Civil da capital mineira e o Corpo de Bombeiros a emitirem alerta no in�cio de ontem para a possibilidade de chuva forte.


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