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Estado de Minas

Mudan�as nas Umeis de BH geram pol�mica entre pais

Familiares afirmam que n�o foram ouvidos sobre novidades anunciadas pelo prefeito de Alexandre Kalil, entre elas a abertura de mais 10 mil vagas para o ensino infantil em BH no ano que vem


postado em 05/12/2017 06:00 / atualizado em 05/12/2017 16:42

Criadora do Famílias Unidas pela Educação Infantil de BH, Polly do Amaral questiona:
Criadora do Fam�lias Unidas pela Educa��o Infantil de BH, Polly do Amaral questiona: "Vale a pena ampliar o n�mero de vagas reduzindo hor�rios e a qualidade?" (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Mudan�a no funcionamento das unidades municipais de Educa��o Infantil (Umeis) para garantir o que � obrigat�rio e tentar avan�ar nas metas do Plano Nacional de Educa��o (PNE) ainda a serem cumpridas nos pr�ximos sete anos. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai alterar a opera��o do ensino infantil a partir do ano que vem, com a promessa de ampliar vagas. Mas o an�ncio, feito ontem, tem causado insatisfa��o e desconfian�a entre pais e educadores. Isso porque as mudan�as incluem extin��o de vagas, restri��o de hor�rios e cria��o de turmas em outros espa�os. Faltando alguns dias para o t�rmino do ano letivo, familiares afirmam n�o terem sido ouvidos sobre as novidades.

Em entrevista na manh� de ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) e a secret�ria municipal de Educa��o, �ngela Dalben, anunciaram a abertura de 10 mil vagas na educa��o infantil para 2018, para atendimento a crian�as de 2 a 5 anos. Com as mudan�as acaba o hor�rio integral para novas matr�culas de alunos de 2 anos, que ser�o atendidos em jornada parcial. Ao todo, 31 escolas municipais de ensino fundamental ser�o preparadas para receber turmas de 3 a 5 anos. Para o ano que vem, muda tamb�m o funcionamento: para hor�rio integral, das 7h30 �s 17h; pela manh�, das 7h30 �s 11h30; e � tarde, das 13h �s 17h – atualmente, as aulas v�o at� as 17h30. J� o ber��rio, voltado para crian�as de at� 1 ano, ser� extinto em algumas unidades para que outra faixa et�ria seja priorizada.

Pessoas ouvidas pelo Estado de Minas afirmam que comunicado que teria sido apresentado a diretoras das unidades d� conta de que mais de 50 Umeis deixar�o de oferecer o ber��rio. Ao ser procurada no fim da tarde, a assessoria da Secretaria Municipal de Educa��o n�o confirmou esse n�mero, pois n�o havia mais fontes dispon�veis para a consulta. Sustentou, no entanto, que as vagas n�o ser�o extintas, mas remanejadas para crian�as das outras faixas et�rias.

Segundo o prefeito Alexandre Kalil, a altera��o nos hor�rios vale apenas para novas matr�culas e, assim, crian�as que j� est�o em tempo integral v�o continuar nesse regime, sob a justificativa de que ser� poss�vel atender a um maior n�mero de alunos. “N�o alteramos a matr�cula em sistema de tempo integral de crian�as de 11 unidades localizadas em zonas socioecon�micas mais baixas. Tamb�m n�o haver� altera��o no cadastro de crian�as de 1 para 2 anos que j� aguardam a matr�cula em tempo integral. Elas v�o permanecer no fluxo. N�o alteramos nada para as fam�lias. O que fizemos diz respeito apenas a oferta de novas vagas”, garantiu.

Ele informou que R$ 5 milh�es est�o sendo investidos em obras para que as escolas do n�vel fundamental recebam os alunos em fevereiro. A estrat�gia, segundo Kalil, tem como objetivo atender a demanda com tempo e investimento inferiores aos que seriam necess�rios para a constru��o de mais Umeis.

PROCURA ALTA Com a abertura de vagas, al�m de cumprir a obriga��o de atender 100% da demanda para crian�as de 4 e 5 anos (por lei, o ensino nessa faixa � universalizado), a expectativa � matricular 89% das crian�as de 3 anos que aguardam vaga na Umei e o “m�ximo poss�vel” de crian�as de 2 anos. Para este ano, 6.080 crian�as de 4 e 5 anos fizeram o cadastro escolar para uma vaga na rede p�blica. A Secretaria de Educa��o n�o soube informar quantas das 10 mil novas cadeiras ser�o revertidas para os estudantes com idade de at� 3 anos.

De acordo com a assessoria, no pr�ximo dia 15 sai o resultado do cadastramento das crian�as nessa faixa de idade e assim se ter�, ao certo, o retrato da rede. “N�s t�nhamos a seguinte op��o: n�mero x de vagas para atender alunos de 2 anos em tempo integral, mas cada crian�a teoricamente ocuparia duas vagas. Ent�o, optamos por abranger um maior n�mero de vagas em hor�rio parcial. Mais uma vez, o processo � v�lido para crian�as que est�o chegando agora, ou seja, v�lido para novas matr�culas em atendimento de cadastro”, relatou Kalil.

SALTO Somadas a 7 mil vagas que foram criadas este ano, muitas delas nesse mesmo sistema de adapta��o de escolas da rede municipal, o n�mero de cadeiras no ensino infantil d� um salto para 17 mil. “Em janeiro deste ano, disponibilizamos 61.170 vagas e em fevereiro de 2018 teremos 78.366”, disse a secret�ria. Segundo ela, esse caminho foi o escolhido, pois construir Umeis demandaria prazo de cerca de quatro anos e um custo estimado em R$ 195 milh�es. “Fomos atr�s de alternativas para atender a essa necessidade”, pontuou.

O objetivo � n�o ter salas ociosas nem em Umeis nem em escolas para suprir a demanda. De acordo com �ngela Dalben, foi feito um mutir�o nos �ltimos meses para analisar os espa�os e providenciar as adapta��es necess�rias. “Tudo para oferecer um espa�o adequado e com qualidade para acolher as nossas crian�as de 3 a 5 anos. E isso n�o � novidade, uma vez que 26 escolas municipais da cidade oferecem educa��o infantil junto do espa�o de ensino fundamental, o que consideramos poss�vel e saud�vel. A partir dessa inclus�o, teremos 385 escolas da rede municipal de BH oferecendo educa��o infantil e 10 mil novas vagas disponibilizadas em fevereiro de 2018”, afirmou.

PAIS COBRAM EXPLICA��ES

O grande gargalo na educa��o infantil de BH diz repeito �s crian�as de at� 3 anos. No in�cio do governo Kalil, em janeiro, o d�ficit para esse p�blico era de 19.560 vagas e passou, na �poca, para 18.264, com a abertura de 1.296 vagas para essa idade. O Plano Nacional de Educa��o (PNE) determina que, at� 2024, as prefeituras ter�o de atender 50% das crian�as nessa faixa et�ria e preconiza que pelo menos 25% dos estudantes da educa��o b�sica da rede p�blica de ensino estejam matriculados em tempo integral em sete anos.

As mudan�as anunciadas ontem preocupam pais, que j� organizaram um movimento para se manifestar sobre o assunto. A analista de sistemas Polly do Amaral, de 38 anos, tem uma filha de 3 que estuda numa Umei na Regi�o da Pampulha. Na internet, o “Fam�lias Unidas pela Educa��o Infantil de BH”, criado por ela, cobra explica��es.

“Sempre foi um absurdo n�o ter o tempo integral oferecido em toda a etapa da educa��o infantil e a fam�lia ter de escolher entre manh� ou tarde quando a crian�a completa 3 anos. Como mudar essa rotina? O contexto familiar continua o mesmo. Agora, esse hor�rio fica ainda mais restrito”, diz. “As fam�lias que t�m situa��o social mais vulner�vel acabam optando por p�r em creches conveniadas, que t�m a educa��o integral at� o fim do ensino infantil, mas ainda t�m muito a melhorar, seja na estrutura, na quest�o do espa�o, na forma��o de professoras ou na pr�pria alimenta��o”.

Polly, que tem outras duas filhas, de 9 e 11 anos, tamb�m estudantes da escola p�blica e ex-alunas da Umei, teme que a ca�ula seja transferida para uma escola de ensino fundamental. “Estou em p�nico, pois essas institui��es j� n�o s�o adequadas nem para receber as crian�as de 6 anos.”, afirma.

Para ela, um dos grandes erros da PBH foi n�o ter chamado fam�lias e professoras para as discuss�es. “� grande o desafio de matricular milhares de crian�as que est�o fora da escola em BH. As medidas adotadas t�m o objetivo de ampliar o n�mero de vagas, mas n�o se pode permitir que seja feito diminuindo qualidade, sem clareza no plano para atingir esses n�meros, reduzindo hor�rios. Onde est� o planejamento arquitet�nico das reformas, qual a previs�o de inaugura��o de novas Umeis, o que ser� feito a m�dio e longo prazo?”, questiona.


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