
Com uma m�dia de 80 ocorr�ncias por dia apenas neste m�s, Belo Horizonte s� ter� obra contra impactos da chuva em fevereiro. Licita��es ser�o abertas, a partir do ano que vem, para projetos em diversos c�rregos da capital mineira com o intuito de diminuir os danos dos temporais. O an�ncio foi feito durante coletiva de imprensa na manh� de ontem pelo secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Josu� Valad�o. De acordo com ele, a segunda etapa de obras de conten��o das �guas de chuva no Bairro das Ind�strias, na Regi�o do Barreiro, sair� do papel com o intuito de diminuir a vaz�o de �gua que vai para o Ribeir�o Arrudas – reduzindo a chance de inunda��o na Avenida Tereza Cristina. Enquanto os trabalhos n�o come�am, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) age na rede de drenagem.
Conforme o Estado de Minas mostrou em outubro, BH tem 82 pontos de inunda��o mapeados. Entre os mais cr�ticos est�o as avenidas Vilarinho e Cristiano Machado, na altura do Bairro 1º de Maio, na Regi�o Norte de Belo Horizonte. A secretaria tamb�m mostrou, na ocasi�o, que as avenidas Prudente de Morais, no Bairro Cidade Jardim, e Francisco S�, no Prado, localizadas em fundos de vale (ponto de menor eleva��o) tamb�m enfrentam problema das enchentes nesta temporada. Na manh� de ontem, o secret�rio anunciou que est�o previstas obras como o complemento dos C�rregos Jatob�/Olaria, na Regi�o do Barreiro, otimiza��o do sistema de macrodrenagem das Bacias dos Ribeir�es da Pampulha e do On�a. A macrodrenagem promete contribuir para reduzir o risco de inunda��es na regi�o da Avenida Cristiano Machado, nas imedia��es da Esta��o S�o Gabriel.
Por�m, outra obra que precisa ser feita pela PBH � a do C�rrego do Bairro Cachoeirinha, na Regi�o Nordeste. Or�ada em R$ 120 milh�es, ela est� somente na fase de projetos j� que n�o h� recursos financeiros. Com rela��o aos constantes transbordamentos do C�rrego do On�a, Valad�o disse que, al�m da remo��o das fam�lias que moravam em locais de alto risco, h� um projeto que vai entrar em licita��o, tamb�m em fevereiro, para fazer toda a requalifica��o do C�rrego Pampulha. “A prefeitura vai fazer a maior obra no pa�s, no C�rrego Pampulha, or�ada em R$ 230 milh�es e previs�o de ser conclu�da em dois anos. Essa obra vai aumentar a capacidade de vaz�o do c�rrego e, com isso, diminuir as chances de enchentes e alagamentos”, explicou.
Entre as obras conclu�das este ano est�o a segunda etapa das interven��es de amplia��o do canal do C�rrego Ressaca e de complementa��o da infraestrutura da Bacia do C�rrego Santa Terezinha, no Bairro Taquaril, Regi�o Leste. A prefeitura retomou, ainda, a obra da bacia de deten��o do C�rrego T�nel/Camar�es e deu in�cio � recupera��o de 8,6 quil�metros de galerias pluviais dos c�rregos da Serra e Acaba Mundo. Al�m disso, segundo o secret�rio, s�o feitas interven��es permanentes na rede de drenagem: “Temos trabalhado incessantemente na rede de drenagem, que � a limpeza dos c�rregos para aumentar a fluidez das �guas de chuva, e na limpeza das bocas de lobo, que est�o sempre contaminadas por garrafa PET e sacolas pl�sticas. De segunda a quarta-feira, mais de 600 toneladas de lixo foram retiradas das ruas, carreados somente pela �gua das chuvas deste final de semana”, afirmou.
RISCOS IMINENTES Enquanto as obras n�o chegam, a recomenda��o � para que a popula��o esteja atenta aos chamados da Defesa Civil, que mant�m n�cleos treinados de alerta de chuva para atuar em diferentes pontos de alagamento. Segundo o coronel Alexandre Lucas, subsecret�rio municipal de Prote��o e Defesa Civil, j� foram atendidas mais de 1,2 mil ocorr�ncias ligadas � chuva entre outubro e dezembro – sendo que no �ltimo fim de semana o n�mero foi maior, com mais de 593, o que corresponde a aproximadamente 80 por dia. Os c�rregos Ressaca, Sarandi, Leit�o, Vilarinho, Ferrugem e On�a amea�aram transbordar por conta do grande volume de �gua. V�rios pontos de alagamento dificultaram a passagem de pedestres e motoristas. Os �ltimos n�meros copilados pela corpora��o, entre 1º de outubro e 6 de dezembro, mostram que as ocorr�ncias atendidas mais comuns s�o de alagamento (144), queda de muros (44), risco de desabamento parcial e total de muro (130) e deslizamento e escorregamento de encosta (81). “A queda de muro � o que mais nos preocupa. H� muitos em risco. Na quarta-feira, por exemplo, tivemos que interditar um deles, com mais de 100 metros, que estava pondo em perigo pessoas em um ponto de �nibus”, disse.
Foi necess�rio interditar v�rias casas, entre elas 62 apartamentos no Condom�nio Residencial Assun��o Life, no Bairro Camargos, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, onde o escorregamento de terra destruiu um muro pr�ximo a tr�s pr�dios do conjunto, e sete im�veis que apresentaram trincas ou ficaram com estruturas expostas no Bairro Jo�o Pinheiro, na Regi�o Noroeste. “No caso do condom�nio, a construtora levou as v�timas para um hotel. Os moradores do im�vel Jo�o Pinheiro foram realocados para casas de amigos e familiares. Al�m deles, tivemos casos pontuais de fam�lias que foram acolhidas em abrigos intuicionais”, disse. O coronel Alexandre Lucas pontua que todo o plano de conting�ncia, conforme recomenda��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), est� sendo colocado em pr�tica. “Treinamos os moradores para receberam os alertas e adotar medidas de autoprote��o. E em alguns lugares, inclusive, para volunt�rios ajudarem na interdi��o das vias evitando a exposi��o de pessoas nas �reas de alagamento”, pontuou o coronel.