
Ap�s dois anos de sua inaugura��o parcial, em 2015, o Hospital Metropolitano Doutor C�lio de Castro, no Barreiro, foi aberto com capacidade total na manh� de ontem. Com 460 leitos, o segundo maior hospital de Belo Horizonte tem capacidade de atendimento mensal de 2 mil interna��es. Um dos maiores desafios � racionalizar os recursos para manter a unidade. A prefeitura estipula que para o funcionamento total s�o necess�rios mais de R$ 20 milh�es em repasses divididos entre o governo federal, estadual e o munic�pio. No m�s passado, os gastos foram custeados pela Uni�o e pela prefeitura da capital. Autoridades de sa�de presentes na solenidade ontem garantiram que o hospital vai continuar funcionando e que a quest�o financeira ser� equacionada gradualmente.
Em novembro, ainda sem operar com capacidade total, o gasto do C�lio de Castro foi de R$ 14.473.192,93. Segundo a prefeitura, deste valor, R$ 2.199.821,87 foram repassados pelo Minist�rio da Sa�de e, o restante pago pelo Executivo municipal. “Aguardamos mais publica��es, mais libera��es de recursos por parte da Uni�o, at� chegarmos ao R$ 11 milh�es mensais que foram solicitados ao Minist�rio da Sa�de”, disse a diretora-executiva do Hospital do Barreiro, Maria do Carmo.
Participaram da solenidade de abertura o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o governador Fernando Pimentel (PT), o secret�rio Municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, o secret�rio de Aten��o � Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Francisco de Assis Figueiredo, al�m de gestores do hospital, representantes do Conselho Municipal de Sa�de e da comunidade do Barreiro.
Ap�s citar, em uma entrevista � R�dio Itatiaia veiculada em 12 de dezembro, a falta e repasses do governo do estado ao Hospital do Barreiro, Alexandre Kalil agradeceu a Fernando Pimentel pela resolu��o publicada um dia antes da divulga��o da entrevista. “Vou agradecer ao governador por ter publicado a portaria do comprometimento tripartite desse hospital, o que para n�s � muito importante”, disse em seu pronunciamento durante a solenidade. O prefeito encerrou sua participa��o de forma enf�tica. “Acabo com todos os agradecimentos e come�o meu discurso. Prometi que ia abrir o Hospital do Barreiro na campanha para prefeito de BH, e est� aberto. Muito obrigado a todos”.
O governador de Minas definiu a abertura completa do hospital como “um dia de alegria”, e elogiou Kalil. “Conseguimos, e a� se deve, sem sombra de d�vidas, � determina��o do Kalil. Como ele mesmo disse, prometeu e cumpriu. Disse na campanha que ia ocupar o hospital e que ia abrir 100% e agora est� fazendo com o apoio de todos. � importante ressaltar isso: que todos se envolveram e n�o � um esfor�o individual, ele sabe disso”, afirmou Pimentel.
Ele lembrou o apoio do secret�rio de Aten��o � Sa�de e indicou dificuldades financeiras ao comentar a quest�o dos repasses do estado ao hospital. “Foi fundamental o apoio do ‘Chico’ (Francisco de Assis Figueiredo) no Minist�rio da Sa�de. O governo do estado tentando de todos os jeitos ajudar e, s� agora, no finalzinho, conseguimos publicar a resolu��o, que � dif�cil, porque estamos com uma situa��o financeira apertada. Mas, isso n�o vem ao caso. O que importa aqui � que estamos entregando para a popula��o de Belo Horizonte um hospital de primeiro mundo, de primeira qualidade e dirigido pela Maria do Carmo, que � a melhor gestora de sa�de p�blica deste pa�s”, declarou Fernando Pimentel na cerim�nia.
Representando a Uni�o, Francisco de Assis Figueiredo tamb�m garantiu que, da parte do governo federal, os repasses vir�o aos poucos. “J� estamos conversando h� um bom tempo e todas as habilita��es, tudo aquilo que � necess�rio de documenta��es, est�o sendo encaminhados para o Minist�rio da Sa�de. Os recursos j� caem no m�s subsequente �s habilita��es feitas. Estamos totalmente em dia. Tudo aquilo que o Minist�rio vem programando est� caindo regularmente na prefeitura de Belo Horizonte”.
Questionado se h� um prazo para que os repasses do Minist�rio da Sa�de cheguem a 50%, Figueiredo n�o falou em datas. “� medida em que vai crescendo sua produ��o (do hospital), imediatamente a prefeitura manda a documenta��o, n�s habilitamos, como tamb�m j� demos um certificado de filantropia para este hospital que foi fundamental”, explicou. As entidades que t�m certificado de filantropia contam com isen��o de contribui��es sociais, o que representa uma economia de R$ 2,2 milh�es por m�s � unidade. *Estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia

Interna��es apenas com encaminhamento
Operando em escala parcial desde dezembro de 2015, a unidade, agora, ter� capacidade para realizar, mensalmente, 2 mil interna��es, 1 mil cirurgias, 3,4 mil consultas de pr� e p�s-operat�rio, al�m de cerca de 20 mil exames por m�s. Para que estes procedimentos sejam feitos, o hospital � estruturado com 460 leitos para atendimentos cl�nicos e cir�rgicos, 16 blocos cir�rgicos e salas de exames de m�dia e alta complexidade para diferentes especialidades m�dicas.
A diretora-executiva da institui��o, Maria do Carmo, explicou que n�o haver� atendimento de pronto-socorro na unidade. “A popula��o n�o deve procurar diretamente o hospital. As interna��es ser�o feitas e encaminhadas pela Central de Interna��o da Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, os exames, pela Central de Marca��o de Consultas e Exames e o resultado disso � que potencializa mais a capacidade do hospital”, detalhou. “A partir do momento que a central faz a avalia��o pr�via dos casos, ela consegue tirar de outros hospitais, como pronto-socorro e das nove unidades de pronto-atendimento (UPAs) de BH, al�m de munic�pios do entorno aqueles casos mais graves, que as vezes os pacientes ficavam dias em macas aguardando interna��o para mandar para o hospital”, disse.
Tratado como refer�ncia para pacientes de cl�nica m�dica, ortopedia, cirurgia geral, cirurgia vascular, neurocirurgia, neurologia e urologia, o hospital oferece 35 leitos destinados a pessoas que apresentarem diagn�stico de Acidente Vascular Cerebral (AVC), explicou Maria do Carmo.
“Esse hospital � extremamente sofisticado em sua constru��o. N�o h� tr�nsito de material biol�gico, n�o h� tr�nsito de medicamentos fisicamente, � tudo feito por ar comprimido. � um hospital que n�o tem papel, � tudo eletr�nico. Por exemplo, no CTI, os leitos s�o isolados e apresentam circula��o de ar independente do resto do hospital para que uma pessoa que esteja internada com uma doen�a infecciosa n�o sirva como fonte (para contaminar outros doentes)”, detalhou o secret�rio municipal de Sa�de de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto.