
Se analisados de forma isolada, os n�meros de setembro e outubro apontam redu��o de 21% em rela��o ao mesmo per�odo de 2016. J� a redu��o entre 2016 e 2017, levando em considera��o apenas o per�odo de janeiro a agosto, antes do lan�amento das bases, foi de 14,71%. Para o secret�rio de estado de Seguran�a, Sergio Barbosa Menezes, esse modelo de policiamento est� diretamente relacionado � redu��o da criminalidade, mas o especialista Robson S�vio Reis Souza, membro do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, acredita que a mudan�a de perfil da Guarda Municipal de BH tamb�m interferiu no resultado. O secret�rio diz que um resultado que ser� considerado satisfat�rio pelo governo � uma redu��o nos roubos que chegue a 18% na capital mineira at� 31 de dezembro e que a PM est� concluindo estudos para ampliar o hor�rio de funcionamento das bases em BH, que hoje funcionam apenas de tarde e de noite. Dados de homic�dios tamb�m continuam caindo em BH e no estado. (veja quadro na p�gina 14.)
Desde 28 de agosto, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) distribuiu 86 bases comunit�rias de seguran�a pelos bairros da cidade, criando uma estrat�gia de maior aproxima��o da Pol�cia Militar com a comunidade. Essa � a grande aposta da corpora��o para frear principalmente o n�mero de roubos, uma das modalidades de crime que mais impacta na sensa��o de seguran�a da popula��o. Todos os dias da semana, as bases, que s�o vans com equipamentos de imagem e comunica��o, ficam estacionadas em 86 pontos das 15h30 �s 23h30. Com elas permanecem quatro policiais, sendo dois a p�, junto com a base, e outros dois fazendo o patrulhamento do entorno, de moto. Os dados da seguran�a p�blica disponibilizados pela Sesp apontam que, nos meses de setembro e outubro, quando as bases j� estavam funcionando 100%, ocorreram 5.940 roubos em BH. No mesmo per�odo de 2016, foram 7.523 casos, o que significa redu��o de 21% levando em considera��o apenas o per�odo de atua��o da nova forma de policiamento.
DESAFIO Diferente do que acontece com roubos e homic�dios em BH e no estado, casos de estupro ainda representam grande preocupa��o e registraram aumento na compara��o dos 10 primeiros meses de 2017 e 2016. Em Belo Horizonte, foram 204 estupros consumados no per�odo do ano passado, contra 219 neste ano, aumento de 7,35%. Em Minas, o crescimento foi de 1,36%, passando de 1.170 para 1.186. Casos de estupro tentado e consumado contra vulner�veis tamb�m est�o em alta, conforme dados da Sesp. O secret�rio de Seguran�a P�blica avalia que esse n�mero reflete o aumento de den�ncias, que passam a ser mais frequentes devido ao maior encorajamento das v�timas. Ele destaca que tanto a PM quanto a Pol�cia Civil est�o desenvolvendo estrat�gias focadas na preven��o e repress�o � viol�ncia dom�stica contra a mulher e tamb�m contra os adolescentes.

Mais pol�cia para conter assaltos
O secret�rio de Estado de Seguran�a P�blica de Minas Gerais, Sergio Barboza Menezes, acredita que a partir da redu��o de 15,9% nos roubos em Belo Horizonte, verificados na compara��o entre janeiro e outubro de 2016 e 2017 (veja quadro), � poss�vel alcan�ar uma meta de recuo de 18% at� o fim do ano. A manuten��o da estrat�gia das bases comunit�rias de seguran�a em 86 pontos da cidade e o refor�o normal no policiamento para o fim de ano, al�m do que ocorreu ao longo de 2017 com a entrada de 2,8 mil homens e mulheres na Pol�cia Militar em todo o estado, s�o a��es operacionais que podem melhorar o quadro.
“Tenho a convic��o que os n�meros est�o caindo por conta do policiamento bem robusto nas ruas. O patamar que a gente busca � sempre a diminui��o dos �ndices de criminalidade e isso tem sido pactuado dentro da secretaria”, afirma o secret�rio. Menezes ainda destaca que a Pol�cia Militar estuda a amplia��o do hor�rio de funcionamento das bases comunit�rias de seguran�a. Atualmente, elas funcionam das 15h30 �s 23h30, mas na �poca do lan�amento, em agosto, o comandante de Policiamento da Capital, coronel Winston Coelho Costa, adiantou que o planejamento prev� amplia��o para o turno da manh�. “As bases trouxeram uma ideia que o comando tinha de fazer a seguran�a objetiva, ou seja, ter um ponto fixo para que a popula��o tenha certeza da presen�a policial, inibindo a a��o dos infratores”, disse major Fl�vio Santiago, assessor de imprensa da PM.
Para o coordenador do N�cleo de Estudos Sociopol�ticos da PUC-Minas e membro do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, Robson S�vio Reis Souza, para que o comportamento de um �ndice criminal seja considerado tend�ncia � necess�rio observar a evolu��o em pelo menos tr�s trimestres, mas ele adianta que a iniciativa das bases m�veis impacta nos chamados crimes de oportunidade, como os roubos. “A pol�cia estando mais presente visualmente, a tend�ncia � de os infratores, atrav�s de c�lculo racional, n�o serem t�o ousados”, diz o especialista. Robson S�vio tamb�m traz outra quest�o que ele considera importante, que � a presen�a da Guarda Municipal de uma forma mais ostensiva nas ruas. “Acredito que reposicionamento da Guarda Municipal motivou a movimenta��o da pol�cia, que n�o quer perder espa�o em Belo Horizonte”, afirma.
Sergio Menezes, diz que, na verdade, ocorreu o contr�rio. A atua��o mais vis�vel da PM, com a aproxima��o da comunidade, � que motivou uma atua��o mais qualificada da Guarda Municipal em seu segmento de origem, que � estar em pra�as, escolas, centros de sa�de e outros im�veis do poder p�blico municipal. “Isso tamb�m traz um fator positivo para �ndices de criminalidade”, afirma. Ele ainda destaca o incremento nos quadros da Pol�cia Civil com mais 1 mil novos investigadores nos �ltimos meses e a autoriza��o para nomea��o de 450 excedentes do �ltimo concurso. Em setembro j� havia sido autorizada a nomea��o de 106.
O delegado Rog�rio de Melo Franco Assis Ara�jo, que � chefe adjunto da Pol�cia Civil em Minas Gerais, acrescenta que o investimento em infraestrutura da Pol�cia Civil tamb�m impactou na maior efici�ncia das investiga��es de roubos e outros crimes. “Estamos incrementando nosso quadro de servidores e investindo em capacita��o dos policiais, al�m de proporcionar melhor infraestrutura para o desenvolvimento de excel�ncia no trabalho. Desta forma, com o uso de t�cnicas avan�adas de intelig�ncia investigativa, estamos conseguindo coibir de forma qualificada diversos crimes”, afirma.