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Estado de Minas

Viol�ncia nas estradas aumenta riscos de pacientes que buscam tratamento em BH

Somente em novembro, 15 morreram em acidentes durante o transporte entre a capital e suas cidades


postado em 26/12/2017 06:00 / atualizado em 26/12/2017 07:25

Acidente em novembro envolvendo carreta, ônibus e veículo da prefeitura de Tocantins, que transportava pacientes para tratamento: quatro pessoas morreram(foto: PRF/Divulgação - 28//11/17)
Acidente em novembro envolvendo carreta, �nibus e ve�culo da prefeitura de Tocantins, que transportava pacientes para tratamento: quatro pessoas morreram (foto: PRF/Divulga��o - 28//11/17)
Todos os dias, moradores de cidades do interior de Minas Gerais enfrentam longas jornadas nas estradas para fazer exames, tratamentos m�dicos e outros procedimentos de m�dia e alta complexidade nas unidades de sa�de de Belo Horizonte. Dados de interna��es, por exemplo, mostram que 44% s�o pessoas de fora de munic�pio. A rotina das viagens, por�m, est� sendo de medo e ang�stia por causa da viol�ncia no tr�nsito. Somente em novembro, 15 mortes foram registradas em acidentes envolvendo ve�culos de sa�de que seguiam ou voltavam da capital mineira. Em dezembro, os riscos persistiram. No dia 18, uma van da Prefeitura de Buritis, Noroeste do estado, bateu em um �nibus na BR-040, e 12 pessoas ficaram feridas. O acidente de dezembro ocorreu por volta das 6h30. A van seguia em dire��o a Patos de Minas, no Alto Parana�ba, onde os pacientes receberiam atendimento. Quando estava pr�ximo ao km 50, em Paracatu, colidiu na traseira do �nibus que transportava funcion�rios de uma usina de �lcool. Com o impacto, 12 pessoas se feriram. O motorista e outros dois ocupantes da van, que ficaram presos �s ferragens, foram encaminhados em estado grave para o Hospital Municipal de Paracatu.

Em um dos graves acidentes registrados em novembro, no dia 28, um Dobl� que prestava servi�o para a Prefeitura de Tocantins, na Regi�o da Zona da Mata, seguia na BR-040 com pacientes que haviam acabado de fazer tratamento m�dico em BH, quando uma carreta invadiu a contram�o e bateu de frente com o ve�culo. Um �nibus tamb�m foi atingido. Quatro pessoas morreram, entre elas tr�s da mesma fam�lia. As v�timas foram identificadas como Maria Aparecida Oliveira Souza, de 51 anos, o neto dela J.S.O, de 11, e a m�e do garoto, Silvana da Silva Oliveira, de 29, al�m de Maria Aparecida da Costa Nascimento, cuja idade n�o foi informada.

Para o prefeito de Tocantins, Ieder Washington de Oliveira, conhecido como Nem, os acidentes nas viagens s�o um desafio dif�cil de superar. “Todos os dias estamos sujeitos a isso. Cidades do interior t�m ve�culos da �rea de sa�de e a exposi��o ao risco � muito grande. O que buscamos fazer � dar o m�nimo de seguran�a necess�ria. O ve�culo mais novo da frota foi o que sofreu o acidente”, afirmou. Pacientes da cidade percorrem 290 quil�metros at� chegar a Belo Horizonte para receber tratamento.

O desastre com o carro da Prefeitura de Tocantins n�o foi o �nico. Oito dias antes, moradores de Virgin�polis que voltavam da capital mineira depois de passarem por tratamentos sofreram um acidente na MG-129, em S�o Gon�alo do Rio Abaixo, Regi�o Central de Minas. Elas estavam em uma van que foi atingida por uma carreta ao desviar de gado solto na pista. O coletivo caiu em uma ribanceira e tr�s pessoas morreram na hora.

Em 1º de novembro, um carro da Prefeitura de Central de Minas rodou na BR-381, entre Tim�teo e Coronel Fabriciano, no Vale do A�o, e foi atingido por um caminh�o. Cinco pessoas morreram. O ve�culo levava uma idosa para fazer tratamento na capital mineira. Tamb�m foi registrado acidente envolvendo pacientes na BR-116, em Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri, com tr�s mortos.

Essas longas viagens ocorrem por causa da falta de servi�os de atendimento � sa�de alta e m�dia complexidade em cidades do interior de Minas Gerais. Quando um munic�pio n�o tem um determinado servi�o dispon�vel no Sistema �nico de Sa�de (SUS), ele pode pactuar com outras cidades para realizar o atendimento dos usu�rios. Belo Horizonte � refer�ncia para todos os 853 munic�pios mineiros para a alta complexidade. J� na m�dia complexidade, � refer�ncia para outras 700 cidades. A m�dia de interna��es por m�s na capital � de 20 mil, sendo que 44% s�o de pacientes do interior.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cl�nica M�dica de Minas Gerais, o m�dico Oswaldo Furtini, as longas viagens de pacientes est�o longe de serem resolvidas. “N�o vejo possibilidade de resolver essa quest�o de diminuir a vinda a Belo Horizonte. A capital � muito boa em diagn�sticos e tratamentos”, disse.

Uma das solu��es propostas pelo presidente � o investimento em cidades das macrorregi�es do estado. “� preciso fornecer para grandes centros a possibilidade cada vez maior de fazer diagn�sticos e tratamentos necess�rios, como estudo de imagens, laborat�rio, hemodi�lise. Deve-se escolher polos e fazer com que eles sejam bem aparelhados. Isso � uma coisa vi�vel de se fazer”, completou.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES/MG) afirmou que tem envidado esfor�os e incentivado financeiramente os munic�pios na constitui��o de redes de aten��o em m�dia e alta complexidade nas regi�es ampliadas de sa�de. O objetivo � evitar os longos deslocamentos at� a capital mineira.

Desastre de Rubelita

 

 

As trag�dias com pacientes que enfrentam longas viagens para tratamentos m�dicos s�o um desafio antigo em Minas Gerais. Em novembro de 2013, um micro-�nibus que saiu de Rubelita, Norte do estado, levando, al�m do motorista, 25 pessoas para tratamento m�dico em Montes Claros, batem em uma carreta desgovernada na BR-251, em Padre Carvalho, na mesma regi�o. Com o impacto, 14 pessoas morreram. Outros 12 ocupantes do coletivo e o motorista do ve�culo de carga ficaram feridos.  


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