Crateras abertas pela chuva levam perigo a motoristas e pedestres nas ruas de BH
Prefeitura garante que consertos s�o feitos em cinco dias, mas admite demora maior no per�odo de temporais. Segundo a PBH, em 2017 foram investidos cerca de R$ 21,5 milh�es em 11,6 mil servi�os de reparo de vias nas nove regionais
postado em 05/01/2018 06:00 / atualizado em 05/01/2018 07:26
Diego Neves (� frente) desistiu de sair de carro para evitar a cratera que tira o sono dos moradores da Rua Lan�arote Pessanha, na Regi�o Leste (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
As fortes chuvas dos �ltimos dias aprofundaram buracos que j� tiravam o sono de belo-horizontinos e levaram ao surgimento de outros em v�rias regi�es de Belo Horizonte. Crateras abertas em vias de fluxo intenso de ve�culos v�m trazendo perigo para pedestres e transtornos para os condutores de ve�culos. Devido aos problemas estruturais das vias, os motoristas enfrentam reten��es de tr�nsito, congestionamentos, al�m de riscos de acidentes. Pedestres tamb�m n�o escapam dos trope�os. Apesar de a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirmar que solicita��es registradas no Servi�o de Atendimento ao Cidad�o (SAC) s�o atendidas em at� cinco dias �teis, admite que, durante o per�odo chuvoso, o prazo de execu��o dos servi�os pode se estender devido ao aumento das demandas. Por�m, moradores denunciam crateras que est�o causando transtornos h� pelo menos dois meses. Eles relatam casos de acidentes por causa dos buracos, assim como a falta de sinaliza��o para indicar os obst�culos.
Um dos locais onde fica evidente o problema � na Rua Rio Pardo, 330, esquina com An�polis, no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, onde o asfalto cedeu, deixando exposta uma cratera de cerca de cinco metros de largura. “Moro na rua de baixo e passo aqui todos os dias. O buraco existe h� muito tempo e j� fizemos v�rias reclama��es. Agora, com a temporada de chuva, o problema s� se agrava. Est� cada vez mais dif�cil de passar pela via”, contou o empres�rio Leonardo Barros, de 55 anos, que precisa ser cauteloso ao transitar de carro pelo local. Segundo ele, o defeito na pista tem prejudicado o tr�fego de ve�culos, j� que � t�o grande que n�o � poss�vel desviar. A �nica solu��o � diminuir bastante a velocidade. “Aqui � noite � um perigo, al�m de voc� n�o enxergar o buraco, cair e furar um pneu, tamb�m h� risco de ser assaltado. Logo em cima fica uma boca de fumo”, disse o taxista Gilson Barbosa, de 56. O buraco se abriu h� aproximadamente tr�s meses. E nem mesmo onde houve alguma provid�ncia a interven��o representou o fim dos transtornos.
Quem passa pela Rua Eucl�sio, pr�ximo ao n�mero 786, tamb�m no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Centro-Sul, conta apenas com a sinaliza��o improvisada de moradores que colocaram paletes pr�ximo a um dos buracos da via. Com as chuvas que se intensificam, h� risco de que o objeto se perca. Ainda pr�ximo do local, na Rua General Tib�rcio, o problema se repete. Por�m, como a rua � estreita e de m�o dupla para carros, torna-se imposs�vel transitar se n�o houver a colabora��o de outro condutor. Al�m do mais, com a possibilidade de estacionar dos dois lados da rua e o buraco localizado bem no meio, fica ainda mais dif�cil. Moradores reclamam que a cratera atrapalha a rotina h� pelo menos dois meses.
Buraco no meio da via exp�e ao perigo quem trafega pela Porto Seguro, no Bairro Boa Vista (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
A situa��o ainda � mais grave na Rua Lan�arote Pessanha, no Bairro Taquaril, na Regi�o Leste, onde uma cratera de aproximadamente sete metros se abriu na via. A rua, que j� � muito �ngreme, se torna extremamente perigosa tanto para motoristas quanto para pedestres. “Esse buraco j� tem mais de dois meses. Ainda estava passando carro, mas, depois dos �ltimos temporais, se tornou invi�vel. Para tirar meu carro da garagem, preciso subir de r�. Deixo de sair de carro para evitar essa manobra. Melhor � pegar o �nibus na rua de baixo”, afirmou um dos moradores da via, Diego Neves, de 32. Ele contou que, inclusive, um motoqueiro j� caiu ao se deparar com o buraco e um carro precisou ser rebocado. Nos dias de chuva, o medo aumenta: “Depois que a prefeitura fez uma obra de desvio h� 10 anos, a �gua da chuva desce toda em nossa rua. Com esse buraco, as pedras da rua deslizam. Inclusive, j� machucaram uma vizinha. O problema est� a cada dia maior”, contou Zenilda Oliveira, de 34. Ela reclama da falta de apoio da PBH, que n�o apareceu no local para tampar a cratera. PROBLEMA CONTINUA Outro exemplo desse quadro, que aguarda a execu��o de obras, fica na Rua Genoveva de Souza, no Bairro Sagrada Fam�lia, tamb�m na Regi�o Leste. A interdi��o em uma importante via de escoamento de ve�culos rumo ao Centro e ao Vetor Norte da capital completou dois anos no ano passado. O fechamento, em 2015, ocorreu por causa de um abatimento no asfalto, com abertura de cratera e trincas no piso, em um ponto em que h� um barranco em um dos lados da via. Por causa do fechamento, s�o muitos os problemas no trecho, que fica entre as ruas Jacques Luciano e Silvestre Ferraz. Al�m do tr�nsito interditado, com o desvio que dificulta a acessibilidade no bairro. “Ficamos muito prejudicados. Tinha um ponto de �nibus aqui, por exemplo, que teve que ser desativado. Moradores que vivem na Rua Genoveva queriam vender os apartamentos com medo do risco de desabamento por conta do buraco”, contou o morador Jos� dos Santos, de 77. Ainda segundo ele, desde o fechamento, quem frequenta a regi�o precisa usar desvios, que dificultam o acesso e confundem motoristas. Moradores j� at� organizaram manifesta��es para que medidas sejam tomadas.
Em novembro, o Estado de Minas mostrou que obra foi or�ada em R$ 1,8 milh�o e chegou a ser prometida inclusive pela gest�o passada. Durante o per�odo eleitoral, em visita � Genoveva de Souza, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) disse que resolveria o problema. Novamente a interven��o foi anunciada para 2017, mas segundo o secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Josu� Valad�o, ainda n�o h� recurso aprovado.
O desgaste crescente do asfalto dificulta o tr�nsito h� meses na Rua Rio Pardo, esquina com An�polis, no Santa Efig�nia (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
OUTRO LADO Ontem, a prefeitura informou, por meio da Secretaria Municipal da Obras e Infraestrutura, que o servi�o de tapa-buracos � realizado, de forma rotineira, durante todo o ano. As solicita��es t�m prazo m�ximo de atendimento de cinco dias �teis. Por�m, durante o per�odo chuvoso, o prazo de execu��o dos servi�os pode se estender devido ao aumento das demandas. Os buracos informados pelo reportagem ser�o reparados at� o fim de janeiro. Em 2017, foram investidos aproximadamente R$ 21,5 milh�es e executados mais de 11.600 servi�os de tapa-buracos nas nove regionais. Em 2016, foram investidos cerca de R$ 19,4 milh�es no programa e, no ano de 2015, aproximadamente o valor de R$ 17,4 milh�es.
A prefeitura ainda informa que o cidad�o pode solicitar o servi�o de tapa-buracos atrav�s dos canais oficiais de atendimento, que s�o: Sacweb, dispon�vel no endere�owww.pbh.gov.br/sac, pelo aplicativo BH Resolve Mobile, no BH Resolve e nas sedes das regionais ou pela Central de Atendimento Telef�nico 156.
Passado tr�gico
Conhecido no passado como “Burac�o”, o trecho da Rua Genoveva de Souza onde o asfalto afundou j� foi cen�rio de trag�dias. Eraum quarteir�o inteiro sem asfalto ou cal�amento, com enorme cratera no meio, no alto de um barranco. Ali existiu uma pedreira, que empregou muita gente nos primeiros anos do bairro. O neg�cio foi embora, os riscos ficaram. Na �poca das chuvas, tudo piorava com a lama e os deslizamentos. Foi l� que uma fam�lia de cinco pessoas foi soterrada na d�cada de 1980. Ap�s grande mobiliza��o da comunidade, foi constru�do pela Sudecap um arrimo que resolveu o problema. Entretanto, com a implementa��o do novo plano de mobilidade urbana no Bairro Sagrada Fam�lia, motivado principalmente pela reinaugura��o da Arena Independ�ncia, a rua passou a ser a �nica via paralela � Rua Pitangui de m�o �nica para quem trafega do Horto at� a Avenida Silviano Brand�o e alguns afirmam que o afundamento da pista foi provocado pelo tr�nsito pesado, acrescido devido ao trajeto de linha de �nibus do bairro.