
Uma jovem de 22 anos acusou um gar�om de tocar nos seios dela sob o pretexto de procurar um cart�o de consuma��o, durante uma festa na madrugada do �ltimo s�bado, em uma boate no Buritis, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. A den�ncia de ass�dio, divulgada em redes sociais, rendeu o afastamento do gar�om. O post dela no Facebook, at� a manh� desta segunda-feira, j� havia engajado mais de duas mil pessoas, entre compartilhamentos e rea��es.
"Muitas mulheres pr�ximas a mim e que eu n�o conhe�o, de todas as partes do Brasil, me mandaram mensagens contando que j� sofreram ass�dio, mas n�o tiveram coragem de denunciar. Muita gente abra�ou a causa e isso realmente me deixa muito feliz,” contou a estudante Paula Silva, em entrevista ao Estado de Minas.
A v�tima, que registrou boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Militar, comemorava anivers�rio naquela noite com cerca de 60 amigos que foram � boate a convite dela. Segundo relato de Paula � PM e tamb�m compartilhado na internet, o ass�dio teria ocorrido por volta de 5h, quando ela foi ao bar do Night Market Rooftop buscar tr�s garrafas de �gua mineral.
Ao solicitar as bebidas ao gar�om, o funcion�rio pediu que a jovem lhe entregasse o cart�o de consuma��o. No entanto, a v�tima se confundiu e entregou um cart�o de cr�dito. O gar�om, ent�o, explicou que era preciso encontrar o cart�o da casa: sem ele, n�o era permitida a entrada dos clientes.
"Muitas mulheres pr�ximas a mim e que eu n�o conhe�o, de todas as partes do Brasil, me mandaram mensagens contando que j� sofreram ass�dio, mas n�o tiveram coragem de denunciar. Muita gente abra�ou a causa e isso realmente me deixa muito feliz,” contou a estudante Paula Silva, em entrevista ao Estado de Minas.
A v�tima, que registrou boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Militar, comemorava anivers�rio naquela noite com cerca de 60 amigos que foram � boate a convite dela. Segundo relato de Paula � PM e tamb�m compartilhado na internet, o ass�dio teria ocorrido por volta de 5h, quando ela foi ao bar do Night Market Rooftop buscar tr�s garrafas de �gua mineral.
Ao solicitar as bebidas ao gar�om, o funcion�rio pediu que a jovem lhe entregasse o cart�o de consuma��o. No entanto, a v�tima se confundiu e entregou um cart�o de cr�dito. O gar�om, ent�o, explicou que era preciso encontrar o cart�o da casa: sem ele, n�o era permitida a entrada dos clientes.
Ainda de acordo com a Pol�cia Militar, a jovem disse ao funcion�rio que o cart�o estava com o irm�o dela, que o teria usado para pegar duas vodkas, brinde da boate a Paula pela comemora��o do anivers�rio. Segundo ela, “o homem falou para procurar direito que provavelmente estava na minha bolsa, ou ent�o: 'aqui!' Foi o momento que esse infeliz enfiou dois dedos dentro da minha roupa tocando nos meus seios”, relatou a jovem, que alega ter ficado sem rea��o ap�s ter sido assediada.
“Naquele momento por 10 segundos, congelei, n�o falei nada e virei as costas. Nessa fra��o de segundos, dei por mim do que havia acontecido! Fui assediada dentro de uma boate t�o renomada em Belo Horizonte, o Night Market! Voltei e gritei com o gar�om perguntando se ele tinha no��o do que ele havia feito, e o mesmo apenas assustou e n�o me respondeu. Voltei a gritar e bater no balc�o perguntando se ele seria homem de falar, e a �nica coisa que ouvi foi um: ‘n�o fiz nada’ em tom de total desespero!”
Quando a jovem come�ou a indagar o gar�om, ela diz, segundo a PM, ter sido abordada por um homem que se identificou como o dono da boate. “N�o me deu suporte algum, pensando apenas na imagem do Night Market, alegando que a situa��o n�o aconteceu, me deixando exposta a um ass�dio sexual, logo uma situa��o gritante, grave e corriqueira que vem sendo t�o debatida e pouco combatida.”
Paula pediu ao respons�vel pela boate para que ele a levasse � sala em que ficam os registros das c�meras de seguran�a para que ela mostrasse o ocorrido e registrasse a ocorr�ncia. Quando ela solicitou as imagens, o homem deixou o local e foi verificar os registros, mas retornou minutos depois e disse que os v�deos estavam “foscos” e que, por isso, n�o era poss�vel enxergar o que ocorreu.
Ainda conforme a den�ncia da v�tima, o homem mudou a vers�o quando percebeu que outros clientes se incomodaram com a situa��o e informou “n�o ter visto nada nas c�meras que eram todas em HD”. De acordo com a v�tima, seguran�as da casa de show a orientaram a procurar uma delegacia.
Ela denuncia que, enquanto conversava com os seguran�as, outros funcion�rios tiraram o gar�om do balc�o e levaram o homem para lugar inacess�vel aos clientes. A Pol�cia Militar foi acionada e conversou com o suposto dono da boate e conseguiu localizar o gar�om e conduzi-lo � delegacia.
Todos os envolvidos foram encaminhados para o registro da ocorr�ncia na Delegacia Especializada de Atendimento � Mulher.
Boate e gar�om se defendem
Na vers�o do gar�om W.F.C., de 24 anos, � pol�cia, a mulher se aproximou do balc�o por volta das 5h para pedir as tr�s garrafas de �gua. Foi o momento em que ela lhe entregou o cart�o de cr�dito e ele informou que precisava do cart�o entregue pela casa para registrar o pedido. "W.F.C. a orientou de que todos os clientes recebem o cart�o e que talvez ela teria feito alguma confus�o", consta no Boletim de Ocorr�ncia. E, em seguida, afirmou que o cart�o deveria estar em uma bolsa.
Ele informou � PM que passou a atender outro cliente enquanto ela procurava o cart�o. Ap�s o distanciamento, de acordo com a vers�o dele, ela voltou para dizer "voc� tem no��o do que fez?". O namorado da v�tima chegou e os dois gritaram e come�aram a insult�-lo, ainda segundo W.F.C. O namorado teria cuspido no gar�om. Foi ent�o que ele se retirou do local. "Ele fala que n�o entrou em qualquer contato f�sico", afirma o BO.
As imagens das c�meras de seguran�a n�o confirmaram a vers�o da jovem, de acordo com o gerente da casa M.R.B, de 29, que tamb�m compareceu � delegacia. Ele contou que estava em uma �rea pr�xima � cliente, mas que n�o presenciou o momento do atendimento. Ele foi chamado depois que a "confus�o" come�ou. Foi ent�o que a v�tima solicitou que as as imagens do circuito interno de seguran�a fossem vistas.
Depois da repercuss�o do caso nas redes sociais, o Night Market Rooftop se posicionou, via Instagram. "Enfatizamos que repudiamos todo o tipo de viol�ncia, desrespeito e preconceito. Nossa hist�ria n�o condiz com nenhum ato de viol�ncia", informou.
"Nossa cliente alega ter sido agredida por um colaborador, que nega as acusa��es. Todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente foram ouvidas e o material de v�deo apresentado aos agentes competentes pela investiga��o. O atendente do bar est� afastado de suas atividades at� que o caso seja elucidado," diz a nota.
"Nossa cliente alega ter sido agredida por um colaborador, que nega as acusa��es. Todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente foram ouvidas e o material de v�deo apresentado aos agentes competentes pela investiga��o. O atendente do bar est� afastado de suas atividades at� que o caso seja elucidado," diz a nota.
Inconformada, Paula pede que, ao sofrerem ass�dio, as mulheres denunciem o crime: “Meninas, n�o se calem! Por mais ma�ante que seja o processo, a paz no cora��o de ter feito a nossa parte � a melhor recompensa. Estamos vivendo uma realidade assustadora onde um estabelecimento renomado n�o d� apoio algum a uma cliente que foi v�tima de ass�dio sexual e tentam acobertar um criminoso,” desabafou.
A Pol�cia Civil foi procurada e informou que na noite da den�ncia v�tima e suspeito foram ouvidos. Ainda nesta semana, os envolvidos ser�o intimados e devem prestar depoimento. Segundo a corpora��o, as imagens das c�meras de seguran�a da boate ser�o solicitadas e anexadas ao inqu�rito.
Depois da den�ncia
De acordo com Paula, uma mulher que se identificou como dona da boate ligou para a jovem na tarde desse domingo se solidarizando � den�ncia de ass�dio. Por�m, Paula salientou que a liga��o "n�o muda nada" se a den�ncia n�o for esclarecida e os respons�veis punidos. A v�tima ainda diz que o contato foi uma "afronta, principalmente depois de contratarem um advogado para me acusar e do gerente ter ficado contra mim o tempo todo na delegacia," explicou.
Durante todo o registro do boletim de ocorr�ncia, a v�tima ficou separada do gar�om e, segundo ela, o homem permaneceu de cabe�a baixa no per�odo em que permaneceram na delegacia. "Parece que ele n�o � um gar�om, tem hora que eles (respons�veis pela boate) falam que � um freelancer, depois dizem que � um funcion�rio... eles mentem o tempo todo e mudam as vers�es," disse a estudante que n�o pretende mais frequentar a boate.
A reportagem entrou em contato com a mulher citada como propriet�ria do local, mas ela n�o quis dar entrevista e disse que o posicionamento do Night Market foi publicado no instagram da casa, como citado acima.
(* Sob supervis�o do subeditor Fred Bottrel)