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Estado de Minas

Febre amarela: informa��es sobre vacina��o continuam desatualizadas e levam a desentendimento

Depois de a febre amarela ter atingido pico hist�rico no ano passado, munic�pios e estado ainda divergem sobre cobertura vacinal. Doen�a provoca a 11� morte na nova temporada


postado em 16/01/2018 06:00 / atualizado em 16/01/2018 07:49

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

No momento em que a febre amarela volta a assombrar Minas Gerais, o poder p�blico bate cabe�a.  Seis meses depois de finalizado o maior surto da hist�ria, dados sobre a cobertura vacinal ainda est�o desatualizados. Informativo divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES) atribui a ocorr�ncia da doen�a este ano � falta de vacina��o. E aponta seis cidades da Zona da Mata, Sul, Noroeste e Centro-Oeste do estado como tendo as menores taxas de imuniza��o do estado, com cobertura inferior a 40%. Os munic�pios se surpreenderam com os n�meros e relataram �ndices bem superiores, alguns deles chegando a 100%. A doen�a tem apresentado letalidade alta no estado: desde dezembro, dos 12 pacientes com diagn�stico positivo, 11 morreram.


A cobertura vacinal m�dia do estado atualmente � de 81%, o que significa 3,6 milh�es de pessoas n�o imunizadas. A corrida agora � para alcan�ar a meta, de 95%. Das 28 regionais de sa�de, 12 t�m cobertura vacinal  inferior a 80%. A maioria est� localizada pr�ximo a S�o Paulo (veja mapa), que tamb�m vive um surto este ano. De acordo com a SES, aquelas com menor taxa s�o Pouso Alegre, no Sul de Minas (66,6%); S�o Jo�o Del-Rei, no Campo das Vertentes (69,1%); e Ponte Nova, no Leste do estado (71%).


Al�m disso, h� 342 munic�pios mineiros que n�o atingiram a meta vacinal. Nas contas da secretaria, entre os mais cr�ticos, estariam Bias Fortes (34,5%) e Santana do Manhua�u (38,6%), na Zona da Mata; Pocrane (37,3%), no Vale do Rio Doce; Aiuruoca (35,8%), no Sul; Santana do Jacar� (36,8%), no Centro-Oeste; e Formoso (39,9%), no Noroeste.
Questionada sobre as incoer�ncias, a SES respondeu, por meio de nota, que a responsabilidade da atualiza��o dos dados � dos munic�pios. Mas, o �nico lugar que admite que isso ocorreu foi Bias Fortes, onde, por erro de uma funcion�ria, os dados n�o foram atualizados no sistema. Na cidade, a cobertura � de 98%, segundo o prefeito Fabr�cio Almeida (PP). “Esse erro n�o devia ter ocorrido, ainda mais no meio de um surto. Eu soube disso na semana passada e chamei a funcion�ria, que estava de f�rias, para fazer a atualiza��o”, relata.


Em Santana do Jacar�, o vice-prefeito Bas�lio do Souto Teixeira informou que a cidade tem pelo menos 75% da popula��o vacinada. “Estamos fazendo levantamento e vacinando de casa em casa e, se a pessoa tem d�vidas ou perdeu o cart�o, a dose j� � aplicada ali mesmo”, disse. Em Pocrane, o secret�rio Municipal de Sa�de, Dante Flor�ncio, acredita que tenha havido algum problema na migra��o de informa��o entre os sistemas, j� que a cidade conseguiu vacinar 100% da popula��o. “Passamos um aperto danado no surto do ano passado. Tivemos uma morte por febre amarela e os moradores ficaram muito assustados. Mobilizamos muitas equipes, at� de outras secretarias, para ajudar. E ainda vacinamos pessoas de cidades vizinhas”, afirma.


Em Aiuruoca, a cobertura tamb�m ultrapassa e muito a taxa de 35,9% anunciada pela SES, chegando a mais de 90%, de acordo com o secret�rio Municipal de Sa�de, F�bio Nable. “Est� errado, j� avisamos e n�o corrigiram. N�o temos caso algum de febre amarela, dengue, chikungunya, nada. Nem macaco morto. Somos refer�ncia em termos de sa�de na regi�o. Por sermos uma cidade tur�stica, vacinamos, inclusive, gente de S�o Paulo e do Rio de Janeiro”, garante.

Em Formoso, a secret�ria Municipal de Sa�de, Gl�ucia Hil�rio, tamb�m se surpreendeu com a taxa de 39,9%. “Ano passado, fizemos um bloqueio geral na cidade e todo mundo foi vacinado. A maioria dos moradores tomaram duas doses, pois ainda n�o tinham sido definidos os novos par�metros, de que apenas uma � suficiente”, disse. A reportagem ligou para a prefeitura de Santana do Manhua�u, mas n�o conseguiu falar com ningu�m. A SES informou que os dados foram encaminhados pela �rea t�cnica e fazem parte do Sistema de Informa��o do Programa Nacional de imuniza��o (Sipni), do Minist�rio da Sa�de. Segundo a pasta, a base de dados � atualizada pelos pr�prios munic�pios e as diverg�ncias podem estar ocorrendo porque eles n�o atualizaram o sistema ou porque est�o usando outra base de dados.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

BH investiga tr�s casos

 

A febre amarela pode ter feito muito mais v�timas em Minas Gerais. Est�o sendo investigados 34 casos suspeitos, sendo oito mortes, de acordo com o boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES). Vale lembrar que os sintomas da doen�a s�o similares aos de outras febres hemorr�gicas. Em Belo Horizonte h� tr�s notifica��es em investiga��o. No per�odo 2017/2018, que teve in�cio em julho, 12 pessoas receberam diagn�stico positivo para a doen�a do tipo silvestre. Desses, 11 pacientes n�o resistiram aos sintomas e morreram. Casos notificados em Belo Horizonte est�o sendo analisados para esclarecer se o cont�gio ocorreu na capital.


O �ltimo caso confirmado pela doen�a, por meio de exames laboratoriais liberados pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed), foi em Goian�, na Zona da Mata mineira. No balan�o divulgado pela pasta na quinta-feira da semana passada, havia 11 casos confirmados e nove mortes. Na contagem de ontem, est� o caso de um morador de Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, na capital, e morreu na quinta. O hospital, ali�s, chegou a divulgar em seu site nota por meio da qual afirmava ter 14 pacientes internados com suspeita da doen�a. A informa��o foi retirada do ar logo depois, por orienta��o da SES, que vai centralizar os dados.


Nova Lima continua como a cidade com o maior n�mero de mortes confirmadas por febre amarela nesse per�odo: quatro. Est�o sendo investigados tamb�m mais dois casos de pacientes ainda internados ou que j� se curaram e uma morte. Em rela��o � quantidade de notifica��es, Mariana, na Regi�o Central de Minas, lidera. A cidade j� tem duas mortes confirmadas em decorr�ncia da febre amarela. Cinco pacientes internados em hospitais com sintomas e dois �bitos ainda est�o sem diagn�stico.


Foram confirmadas ainda mortes pela doen�a em Brumadinho, na Grande BH, Carmo da Mata, na Regi�o Centro-Oeste de Minas, Barra Longa, e Mar de Espanha, na Zona da Mata. A SES confirmou que tr�s notifica��es da doen�a foram registradas na capital mineira. Segundo a pasta, tr�s pessoas est�o internadas em unidades hospitalares da cidade ou j� se curaram dos sintomas. Dentro da investiga��o para confirmar ou n�o a febre amarela, ser� analisado o local de cont�gio, para saber se foi em BH ou em outro munic�pio, o que configura um caso importado. A capital n�o registrou nenhum caso da doen�a neste per�odo (2017/2018) nem no passado (2016/2017). 

MACACO
O alerta foi ligado na Regi�o Oeste da capital mineira nesta segunda-feira depois que moradores encontraram um macaco morto na divisa entre os bairros Estoril e Buritis. O animal foi recolhido por uma equipe de zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte e encaminhado para an�lises que indicar�o se o primata morreu em decorr�ncia da febre amarela.

De acordo com a Regional Oeste, somente exames poder�o apontar as causas da morte. “O primata, que ainda n�o teve as causas da morte esclarecidas, foi levado para o laborat�rio do Centro de Zoonoses e passar� por exames que possam apontar os motivos do �bito”, esclareceu.

De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) ser�o intensificadas as a��es de combate aos focos do mosquito Aedes aegypti em um raio de 200 metros do local onde o primata foi encontrado morto. “Tamb�m ser� verificada a situa��o vacinal da popula��o da regi�o, para que aqueles que ainda n�o se vacinaram sejam orientados a procurar o Centro de Sa�de para receber a dose da vacina contra a doen�a”, completou a pasta por meio de nota. (Jo�o Henrique do Vale)


Minas tem 4,4 notifica��es de chikungunya por dia

Em meio o aumento de casos de febre amarela em Minas Gerais, outra doen�a segue preocupando: a febre chikungunya. As notifica��es da enfermidade, que � transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, se multiplicam a cada semana. Somente nos primeiros 15 dias de janeiro j� s�o 67 casos prov�veis da mol�stia, uma m�dia de 4,4 por dia. N�o h� nenhuma morte sendo investigada.


Dados da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) divulgados ontem mostram o avan�o da doen�a. No �ltimo levantamento apresentado pela pasta, em 8 de janeiro, eram 9 notifica��es registradas. Em sete dias, o aumento foi de 58 casos prov�veis. Mesmo com a alta, segundo a SES, nas �ltimas quatro semanas 39 cidades mineiras apresentaram baixa ou m�dia incid�ncia de casos prov�veis de chikungunya. A doen�a n�o foi computada em 814 munic�pios.


Em 2017, Minas Gerais viveu seu pior ano de infec��o da febre chikungunya. Foram registrados 16.789 casos prov�veis da doen�a e as primeiras mortes da hist�ria da enfermidade no estado, 13 no total. Dez ocorreram em Governador Valadares, uma em Central de Minas, ambas na Regi�o do Rio Doce, uma em Ipatinga, no Vale do A�o, e outra em Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri.


Historicamente, a maioria dos casos prov�veis de chikungunya s�o registrados nos primeiros meses do ano, entre janeiro a abril. Por causa disso, a aten��o tem que ser maior no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti. Esse per�odo coincide com o de prolifera��o do inseto.


A chikungunya � uma doen�a viral causada pelo v�rus CHIKV, da fam�lia Togaviridae, e pode ser disseminada, como ocorre no Brasil, pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, tamb�m transmissores da dengue, da zika e da febre amarela. Na fase aguda, os sintomas se manifestam entre dois e 12 dias. Os principais s�o febre alta, acima de 39 graus, de in�cio repentino, dor muscular, erup��es na pele, conjuntivite e dor nas articula��es, que podem se manter por um longo per�odo. A orienta��o das autoridades de sa�de para quem apresentar manifesta��es compat�veis com a virose � procurar a unidade b�sica de sa�de mais pr�xima e n�o usar medicamentos sem indica��o m�dica.

Dengue Nos primeiros 15 dias deste ano j� foram registrados 476 notifica��es de dengue. No ano passado, foram 29.107 casos prov�veis da doen�a, sendo 15 mortes confirmadas em decorr�ncia da mol�stia. Os �bitos eram de residentes de Araguari, Arinos, Bocai�va, Capim Branco, Curvelo, Ibirit�, Leopoldina, Medina, Monsenhor Paulo, Patos de Minas, Pedro Leopoldo, Ribeir�o das Neves, S�o Jos� do Divino, Uberaba e Uberl�ndia.


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