
O domingo de tr�s fam�lias, que prometia ser de muita divers�o e curti��o em pleno ver�o, terminou em trag�dia. Um garoto de 10 anos luta pela vida, ap�s ser internado em estado grave por ter sido arremessado de um brinquedo infl�vel em um parque itinerante na Esplanada do Mineir�o, na Pampulha, e duas primas, de 3 e 4 anos, morreram afogadas em um clube que fica no Bairro Vista Alegre, na Regi�o Oeste. Os incidentes acendem um alerta para a aten��o com as crian�as em brinquedos e piscinas, mas tamb�m apontam ind�cios de falta de seguran�a e neglig�ncia em estabelecimentos voltados para a divers�o. No caso do clube, a Prefeitura de Belo Horizonte j� afirmou que o estabelecimento n�o tem alvar� de funcionamento e determinou sua imediata interdi��o.

INVESTIGA��O Ontem, o pai acompanhou a per�cia feita no parque e relatou o acontecido �s autoridades, que iniciaram uma investiga��o. De acordo com as apura��es preliminares do Corpo de Bombeiros, o brinquedo ou n�o estava amarrado no ch�o ou a amarra��o havia sido feita de forma incorreta, sendo que esse tipo de escorregador deveria estar fixo no solo para evitar acidentes. O tenente Herman Ameno, do Corpo de Bombeiros, explica que se tratava de um evento de risco m�nimo e que havia autoriza��o dos bombeiros. Ele explicou que n�o viu o brinquedo montado e, por isso, n�o soube dizer sobre os riscos aos usu�rios. “Tudo depende do tipo de equipamento. Quando se trata de brinquedos radicais, � necess�rio fornecer, por exemplo, capacetes. Mas, n�o sabemos dizer do caso espec�fico”, comentou. “Por�m, � vis�vel a responsabilidade do propriet�rio do parque, que faltou com a seguran�a necess�ria”, afirmou.
A auxiliar de servi�os administrativos Adriana de Oliveira Vasconcellos, de 29, m�e do garoto, acompanhou durante todo o dia a recupera��o do filho no hospital. Ela informou ao Estado de Minas que o filho permanecia em estado grave, sedado e respirando com ajuda de aparelhos. A crian�a sofreu uma les�o no pulm�o que ocasionou sangramento no �rg�o e apresentava incha�o e hemorragia no c�rebro. Abalada, a mulher disse que a fam�lia deve processar os respons�veis pelo brinquedo.
O parque Funny Planet divulgou uma nota lamentando o acidente. “A opera��o montada na Esplanada do Mineir�o conta com todas as autoriza��es necess�rias, conforme legisla��o vigente e cl�usulas do contrato de loca��o do espa�o”, diz a nota da empresa. “Neste momento, os esfor�os da administra��o do parque est�o direcionados � assist�ncia � fam�lia da v�tima, bem como a apura��o dos fatos junto aos �rg�os competentes”, finaliza. O local conta com alvar� de funcionamento de evento tempor�rio, concedido pela Prefeitura de BH e o Auto de vistoria do Corpo de Bombeiro (AVCB).
O Mineir�o tamb�m lamentou o acidente, por meio de uma nota, e informou que o parque tem alvar� e licen�as de funcionamento. Ainda na nota, o est�dio informou que prestar� toda a solidariedade � fam�lia. *Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Rachel Botelho

Tumulto, morte e sumi�o
As primas Alice Santiago Silva, de 3 anos, e Elo�sa Ferreira Silva, de 4, morreram afogadas na tarde de domingo em clube que fica dentro de uma casa no Bairro Vista Alegre, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. O Arena Clube Mattos, onde ocorreram os �bitos, est� irregular desde 2013 e, no momento dos afogamentos n�o havia salva-vidas, cuja presen�a � obrigat�ria nos clubes conforme a Lei Municipal 9.824, de 19 de janeiro de 2010. Ap�s o acidente, o dono do estabelecimento fugiu. Nem mesmo a per�cia p�de ser feita na manh� de ontem. O estabelecimento, que tem tr�s piscinas e �reas de lazer, estava abandonado. Segundo informa��es da Pol�cia Militar (PM), a ocorr�ncia foi �s 18h13 e o pai de Elo�sa contou que estava se preparando para ir embora quando notou uma confus�o pr�xima � piscina e viu que sua filha estava se afogando. Em seguida, familiares avistaram outra crian�a j� no fundo da piscina. Era Alice.
Segundo testemunhas, o clube estava lotado no momento do acidente. Minutos antes, teria ocorrido uma briga dentro do estabelecimento, por�m o detalhe n�o foi relatado � pol�cia. A confus�o chamou a aten��o da vizinhan�a. Entre os gritos, uma m�e desesperada dizia: “Salve minha filha”. Uma testemunha contou que vizinhos tentaram levar as crian�as para um hospital mas o dono do estabelecimento teria tentado impedir o resgate.
As meninas foram ent�o levadas para o 5º Batalh�o da PM, no Gameleira, na Regi�o Oeste. O intuito era ir para uma unidade de sa�de, mas encontraram o batalh�o no meio do caminho e decidiram pedir socorro. “As garotas foram colocadas no banco de tr�s, mas j� n�o respondiam aos chamados. Os pais tentaram fazer massagem card�aca todo o tempo. Chegando l�, dois policiais prestaram os primeiros socorros at� a chegada do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu). M�dicos ainda tentaram reanimar as crian�as por mais de uma hora, sem sucesso. “Foi uma cena horr�vel. Ontem, eu n�o parava de chorar. N�s, que tamb�m temos filhos, nos identificamos com o sofrimento dos pais. A imagem das crian�as fica na nossa cabe�a, � at� dif�cil de dormir”, lembrou uma das testemunhas.
Nenhum respons�vel pelo Arena Clube Matos foi encontrado. Testemunhas contaram aos militares que os propriet�rios deixaram o local em um ve�culo e que n�o havia salva-vidas no clube quando as crian�as se afogaram. A reportagem tentou entrar em contato com os reespos�veis pelo estabelecimento, mas as liga��es n�o foram atendidas. “Ele mora aqui h� cerca de 30 anos. Primeiro veio a casa e depois construiu o clube. Nunca vimos nenhum salva-vidas”. Ap�s o afogamento, os frequentadores se revoltaram e amea�aram de morte o dono do local. Foi ent�o que ele saiu em um carro, contou uma testemunha.
INQU�RITO A Pol�cia Civil informou que instaurou um inqu�rito para apurar o caso e que, ainda nesta semana, todas as partes – respons�veis pelo clube e familiares – ser�o chamadas para prestar depoimento. Tamb�m haver� per�cia nesta semana no clube. O Corpo de Bombeiros informou que ap�s uma opera��o conjunta com a Pol�cia Militar e Prefeitura de Belo Horizonte o local foi interditado em janeiro de 2013. Na ocasi�o, n�o havia Projeto de Seguran�a Contra Inc�ndio e P�nico. Em novembro daquele ano, os bombeiros voltaram a vistoriar o local. “Eles j� tinham feito a adequa��o m�nima, como extintor de inc�ndio e sa�da de emerg�ncia e, por isso, o local foi liberado para ser reaberto. Mas, eles precisavam enviar um projeto para emitir o auto de vistoria, em 60 dias, que garante a regulamenta��o total do local”, contou o tenente Herman Ameno. Por�m, ap�s enviar o projeto, o propriet�rio do clube n�o pagou a taxa necess�ria para dar prosseguimento ao documento. Entre novembro de 2013 e janeiro 2018, o local n�o foi vistoriado. “As vistorias s� acontecem por meio de den�ncias. N�o recebemos nenhuma solicita��o”, disse. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que o clube n�o tem alvar� de funcionamento e determinou sua interdi��o.
DICAS
Na piscina
» Crian�as n�o devem permanecer desacompanhadas em piscinas, nem mesmo nas rasas
» Procure sempre local onde exista a presen�a de guarda-vidas ou do Corpo de Bombeiros Militar
» N�o entre em �guas polu�das ou em locais onde h� aviso de perigo
» Nunca nade sozinho
» Permane�a pr�ximo � margem
» Nunca salte de locais elevados para dentro da �gua
» Evite fazer refei��es pesadas antes de entrar na �gua
» Evite permanecer pr�ximo de onde haja embarca��es
» Em caso de afogamento, ap�s retirada da �gua a pessoa deve ser mantida aquecida, sentada, se estiver consciente, ou deitada lateralmente, se inconsciente, at� a chegada dos bombeiros
No parque
» Verificar se o brinquedo tem certificado de seguran�a
» Verifique se h� monitores pr�ximos
aos brinquedos
» Confira se a altura e o peso da crian�a s�o adequados para o brinquedo
» Confira se alguma condi��o org�nica da crian�a, como epilepsia, � impedimento para o uso do brinquedo
�bito ap�s engasgo
Um menino de 3 anos morreu engasgado quando comia salsicha, no come�o da noite do domingo, em S�o Gon�alo do Sapuca�, Sul de Minas Gerais. A situa��o do garotinho se complicou, j� que a caminho do hospital, para ser socorrido, o carro em que estava se envolveu em um acidente. De acordo com a Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), familiares levavam a crian�a para a Santa Casa da cidade, quando na MG-878 o motorista perdeu o controle do ve�culo, bateu em um barranco e capotou. O menino, quando chegou ao atendimento m�dico, j� havia morrido por obstru��o das vias a�reas, segundo informou a pol�cia. O condutor e a uma passageira tiveram ferimentos leves.