De 1º de fevereiro at� ontem, a quantidade de chuva esperada tanto para o Rio Manso quanto para Serra Azul e Vargem das Flores superou a m�dia esperada para todo o m�s. O resultado foi um salto no volume das represas, que se estabilizou durante a estiagem do carnaval, mas j� voltou a subir nesta semana. Volume bem parecido foi verificado no mesmo per�odo do ano passado, mas a escalada deste ano permite ao diretor de Opera��es da Regi�o Metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli, afirmar que o cen�rio ao fim do atual per�odo chuvoso ser� melhor do que na mesma �poca de 2017. “Isso nos d� mais tranquilidade para trabalhar. A cada ano n�s estamos finalizando o per�odo de chuva com mais volume armazenado, e com isso n�o teremos problemas nos pr�ximos 20 anos”, avalia.
Perilli acrescenta que a situa��o que mais garante a seguran�a h�drica atual � a capta��o feita diretamente no Rio Paraopeba, uma obra emergencial inaugurada em dezembro de 2015. De l� at� ontem, a Copasa j� havia puxado 166,5 milh�es de metros c�bicos do curso d’�gua. Como compara��o, ontem o volume reservado em todo o sistema era de 175,8 milh�es de metros c�bicos. “Se n�o tiv�ssemos aquela capta��o, hoje haveria 10 milh�es de metros c�bicos nos tr�s lagos”, afirma Perilli. A outorga da Copasa no Rio Paraopeba permite uma capta��o de 4,5 mil litros de �gua por segundo, mas o custo da energia el�trica para a opera��o faz com que a empresa capte, em m�dia, 2,5 mil litros/segundo.

PERDAS Se no in�cio da crise h�drica, revelada pela Copasa em janeiro de 2015, o �ndice de perdas no sistema, com vazamentos e liga��es clandestinas, era de cerca de 40%, n�o houve evolu��o mesmo com os investimentos que a empresa sustenta ter feito para melhorar as condi��es do sistema de abastecimento. O diretor R�mulo Perilli argumenta que a estatal instalou v�lvulas para diminuir a press�o da �gua e com isso reduziu bastante a quantidade de vazamentos, mas, ao mesmo tempo, aumentaram as liga��es clandestinas e uma situa��o anulou a outra, mantendo os preju�zos no mesmo patamar.
Atualmente, a Copasa afirma que existem na Grande BH 240 mil im�veis que t�m rede de abastecimento na porta, mas n�o t�m liga��o formal com o sistema de distribui��o. Al�m disso, outros 30 mil potenciais consumidores est�o em �reas de ocupa��o, onde n�o h� regulariza��o fundi�ria. “Temos muitas casos em que o morador j� teve liga��o, que por falta de pagamento foi cortada. Mas essas pessoas continuam abastecidas, porque n�o existem 240 mil fontes alternativas de �gua na regi�o, e n�s temos dificuldades de fazer esse corte”, afirma o diretor.
Segundo Perilli, em algumas �reas de aglomerados a Copasa nem sequer entra. No caso das ocupa��es, o diretor cita a Isidora, atualmente a maior de BH, na Regi�o Norte da cidade. L�, segundo ele, h� entre 5 mil e 6 mil fam�lias abastecidas com �gua que n�o � contabilizada, porque a regulariza��o ainda est� sendo discutida. “Estamos ajudando a operar na �rea de forma a diminuir as perdas, por meio da educa��o. Para os demais locais, temos muita gente trabalhando nessa quest�o e estamos iniciando a��es de mobiliza��o social, no sentido de que esses consumidores voltem a pagar pela �gua”, afirma.

RIO DAS VELHAS Al�m do Sistema Paraopeba, a Copasa conta com o Sistema Rio das Velhas para abastecer a regi�o metropolitana, que consiste em uma capta��o diretamente no leito do manancial. No ano passado, a Copasa lan�ou uma Proposta de Manifesta��o de Interesse (PMI) para alternativas que visassem a melhorar a situa��o dessa capta��o. A estatal recebeu duas propostas, mas nenhuma para criar um barramento no curso d’�gua.
A quest�o ambiental pesa muito nesse aspecto, segundo o diretor de Opera��es R�mulo Perilli. As propostas estipulavam pequenas a��es ambientais ao longo de toda a bacia acima da capta��o da Copasa, em Nova Lima, para aumentar a reten��o de �gua em pequenas lagoas. A estatal informa que vem trabalhando em parceria com a Cemig e as mineradoras Vale e Anglogold, que operam pequenas represas na bacia, para que seja poss�vel manter o m�ximo de �gua no sistema e evitar problemas na capta��o, que sofre bastante impacto nos per�odos de seca.