
Segundo a presidente do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico de Minas Gerais (Iepha-MG), Michele Arroyo, trata-se do reconhecimento de uma edifica��o de valor arquitet�nico e hist�rico, pois “a antiga escola tem import�ncia simb�lica viva at� hoje no imagin�rio dos moradores da regi�o”. Para a dirigente da institui��o, a exist�ncia da escola naval revela que o estado j� tinha pol�ticas p�blicas voltadas para a forma��o de marinheiros e o uso n�o apenas da �rea mar�tima, mas tamb�m dos rios naveg�veis para transporte de pessoas e mercadorias.
“Esse aspecto � muito importante em fun��o de grandes rios que temos na regi�o, como o Velhas e o S�o Francisco. Observamos que havia um posicionamento estrat�gico dessa unidade ao ficar perto de uma ferrovia, exatamente para propiciar o crescimento dessa regi�o”, diz a presidente do Iepha-MG. Entusiasmado com a nova prote��o, que se junta � municipal, o vice-presidente da Fucam, Gild�zio Santos, aplaude a iniciativa, por ser um equipamento cultural de relev�ncia.
“O escritor Guimar�es Rosa chama este pr�dio de ‘a fortaleza do sert�o’”, conta Gild�zio, que credita � comunidade o empenho para preserva��o do im�vel. Sendo assim, adianta, est� em pauta a restaura��o do pr�dio. “Estamos buscando parceiros e vamos come�ar as obras, ainda este ano, pela cobertura”, explica o vice-presidente
Um texto divulgado pelo Iepha traz a palavra do secret�rio adjunto de estado de Cultura, Jo�o Miguel, que presidiu a reuni�o do Conep: “A Escola de Aprendizes de Marinheiro de Buritizeiro � um grande patrim�nio dos mineiros. Trata-se de um pr�dio de muita import�ncia para a regi�o, para Minas e o Brasil. A regi�o de Buritizeiro congrega hist�ria, passado e tamb�m proje��o para o futuro”.
MARGEM ESQUERDA A Escola de Aprendizes Marinheiros data de 1913 e fica na margem esquerda do Rio S�o Francisco, no lado oposto ao porto de Pirapora, no munic�pio de Buritizeiro. A finalidade da institui��o era o fortalecimento da defesa nacional por meio do aparelhamento da Marinha do Brasil, hoje componente do Minist�rio da Defesa, e da renova��o da for�a da sua m�o de obra. At� dezembro de 1920, quando o governo determinou o fechamento, funcionou como a �nica escola de aprendizes marinheiros no estado.
Nas pesquisas, os especialistas verificaram que o projeto dos pr�dios � de autoria do arquiteto italiano Miguel Micussi, que teve escrit�rio em Belo Horizonte e foi respons�vel por diversos trabalhos em Pirapora, munic�pio localizado na outra margem do Velho Chico. As caracter�sticas materiais e de cria��o art�stica das edifica��es mostram que Micussi projetava as constru��es com conhecimento art�stico e clareza de concep��o, conforme as correntes art�sticas do momento. A constru��o foi iniciada em 1910, com a execu��o a cargo do capit�o de fragata Dr. Tancredo Burlamaqui de Moura, “e a qualidade t�cnica estava em sintonia com o que se fazia em centros urbanos maiores, conectados � regi�o pela Estrada de Ferro Central do Brasil”.
O conjunto arquitet�nico se distingue por ter abrigado tamb�m outras institui��es de import�ncia para a regi�o: a partir de 1922, o Hospital Regional Carlos Chagas, refer�ncia na luta contra as epidemias que assolavam o sert�o s�o-franciscano, e, a partir de 1952, o Centro Educacional de Buritizeiro da Funda��o Caio Martins (Fucam).
Em defesa do circo
Tamb�m na reuni�o do Conselho Estadual do Patrim�nio Cultural (Conep), na ter�a-feira, houve uma delibera��o que valoriza o circo. A partir de agora, os munic�pios mineiros podem ter uma legisla��o espec�fica para salvaguarda das fam�lias circenses, incentivando os circos a permanecerem nas cidades. Esta foi uma das delibera��es do Conselho Estadual do Patrim�nio Cultural – Conep, que reuniu integrantes na sede do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico (Iepha-MG), na capital.
Segundo a dire��o do instituto, o incentivo por parte dos munic�pios ser� fator de pontua��o no Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) Patrim�nio Cultural. “O circo deve ser visto com uma a��o tradicional que tem valor como patrim�nio cultural para o estado”, disse a presidente do Iepha, Michele Arroyo, destacando que “a ideia � que as prefeituras se estruturem para ter legisla��o, decretos ou lei espec�fica, que facilite e incentive a instala��o e perman�ncia do circo na cidade”.
Em resumo, esclarece Michele,“pode ser facilita��o de emiss�o de alvar� de localiza��o, isen��o de taxas, libera��o de instala��o de fornecimento de �gua no local, assim como acesso a outros servi�os p�blicos em geral como acesso � rede educacional e � rede de sa�de p�blica para a fam�lia circense durante os meses em que o circo estiver na cidade, dentre outros”.
