“Acreditamos que o Rio-Minas ser� importante para fortalecer n�o s� o turismo, mas tamb�m a cultura e o com�rcio de maneira geral, gerando renda. H� muitos atrativos ao longo da ferrovia. No entorno, vivem cerca de 900 mil pessoas”, afirma Paulo Henrique. Entusiasmado, ele diz que os passageiros poder�o ver os rios, a represa de Furnas, fazendas centen�rias, as pr�prias esta��es, que s�o um patrim�nio hist�rico, e belas paisagens”. E informou que a reforma das esta��es, sinaliza��o e pintura de faixas est�o a cargo das prefeituras. Na viagem-teste, entrar�o em cena duas locomotivas e tr�s vag�es, sem passageiros.

EXPECTATIVA Um dos destaques do trajeto � a esta��o ferrovi�ria de Chiador, primeira do estado, inaugurada em 1869 pelo imperador dom Pedro II (1825–891). O pr�dio, a 120 quil�metros do Rio de Janeiro e 310 quil�metros de BH, se encontra em ru�nas, e uma boa not�cia � que j� h� dois projetos para restauro. A obra ser� patrocinada por Furnas Centrais El�tricas S.A. e participaram da reuni�o em que os projetos foram apresentados representantes do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), da prefeitura local e outras institui��es.
“Estamos em grande expectativa em rela��o ao novo trem, diz o gestor municipal de Chiador, Jos� La�rcio Priori. Em fun��o do novo transporte, que passar� perto do lago de Furnas, a prefeitura local est� planejando a constru��o de quiosques e passeios ecol�gicos. “Ainda n�o decidimos o tipo de embarca��o, se ser� catamar�, chalana ou outra”, explica. Enquanto a esta��o ferrovi�ria n�o sai da degrada��o – o prazo de reforma poder� ser superior a um ano –, os passageiros ser�o recebidos num antigo latic�nio, que ser� readequado e ter� servi�os, como lanchonete.
De Recreio, onde supervisiona a recupera��o dos vag�es, com mais de 20 pessoas trabalhando, Paulo Henrique conta que o investimento no projeto deve chegar a R$ 1 milh�o, totalmente privado, contando com apoio da Ferrovia Centro-Atl�ntica, que cedeu o trecho ferrovi�rio, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com a oferta de locomotivas e equipamentos, e o Sebrae Minas, respons�vel por um plano de neg�cios para a regi�o. Os vag�es foram adquiridos da Vale, no valor de R$ 603 mil, pelo grupo de supermercados Bramil, de Tr�s Rios, que fez a doa��o para a ONG Amigos do Trem.
Na viagem de ida e volta, as composi��es poder�o transportar 858 passageiros, que ter�o � disposi��o vag�o-restaurante, lanchonete, um para eventos e acessibilidade para deficientes. Os vag�es que operavam no trecho BH-Vit�ria, pela Vale, foram usados at� 2015. “Fabricados na Rom�nia, tinham a �frica como destino certo, mas acabaram sendo adquiridos especificamente para o nosso trajeto”, conta Paulo Henrique. Com a recupera��o em andamento, a equipe da Trem de Minas est� em busca de parceiros interessados em divulgar no trem, por meio de an�ncios plotados. Os contatos poder�o ser via p�gina no Facebook ou pelo telefone (032) 99961-1463.
EMPREGOS Sobre o ineditismo tur�stico da iniciativa em escala interestadual, Paulo Henrique esclarece que o trem da Vale, que faz o trajeto BH-Vit�ria, n�o se enquadra nessa categoria, por ser regular de passageiros, e outros, a exemplo da linha Curitiba-Morretes, trafegam apenas 70 quil�metros no territ�rio paranaense.
Com o in�cio das opera��es do Trem Rio-Minas, dever�o ser gerados em torno de 500 empregos diretos e indiretos. O presidente da Amigos do Trem destaca os entendimentos com empresas de turismo para a cria��o de futuros pacotes de viagens. A m�dio prazo, existe a possibilidade de o Trem Rio-Minas ganhar um novo ramal. “Com cerca de 40 quil�metros, o futuro trecho teria, inicialmente, tr�s esta��es: Santo Ant�nio de P�dua (RJ) e Palma e Recreio, em Minas. � o ramal que, antigamente, chegava at� Campos dos Goytacazes”, conclui.
Mem�ria
Luta por esta��o
Em 26 de outubro de 2012, o Estado de Minas mostrou a luta dos moradores de Chiador, na Zona da Mata, para recuperar a esta��o ferrovi�ria. Estava na mem�ria de muitos o trem de passageiros que n�o apitava havia d�cadas, o movimento na plataforma de embarque e, diante dos olhos, o pr�dio escorado (foto abaixo). Como esperan�a, eles se apoiavam na a��o ajuizada pelo Minist�rio P�blico (MPMG) para restaura��o do pr�dio. Agora, caber� � estatal Furnas Centrais El�tricas S.A.
p�r a constru��o de novo nos trilhos para que essa parte da hist�ria n�o se perca.
