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Estado de Minas

Vacina � eficaz mesmo com 11 casos de febre amarela ap�s imuniza��o, dizem especialistas

Equipe multidisciplinar avalia dados cl�nicos e epidemiol�gicos de pacientes com idades entre 7 e 47 anos, que j� haviam tomado uma dose da vacina, para determinar causas do cont�gio em Minas Gerais


postado em 28/02/2018 06:00 / atualizado em 28/02/2018 07:53

Especialistas apontam que a eficácia da vacina é de 95% a 98%, mas pode ser comprometida se o imunizante não for acondicionado a frio(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 20/02/2018)
Especialistas apontam que a efic�cia da vacina � de 95% a 98%, mas pode ser comprometida se o imunizante n�o for acondicionado a frio (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 20/02/2018)

Comiss�o formada por t�cnicos de diferentes �rg�os de sa�de investigam 11 casos de pessoas com hist�rico de vacina��o contra a febre amarela e que tiveram a doen�a confirmada por exames. Est�o sendo analisadas as quest�es cl�nicas e epidemiol�gicas de cada paciente. Especialistas levantam a hip�tese de lotes da vacina terem perdido a “pot�ncia” de imuniza��o devido a problemas de armazenamento, entre outros. Mesmo assim, ressaltam que a vacina � a maneira mais eficaz de evitar a enfermidade e convocam a popula��o a continuar a tomar o imunizante. A cobertura vacinal j� alcan�ou 89,8% no estado, mas a meta � alcan�ar 95%. Em Minas Gerais, j� s�o 264 confirma��es da enfermidade, com 96 mortes. Entre os casos confirmados est� o do m�dico e professor do Departamento de Cl�nica M�dica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rodrigo Bastos F�scolo, que pode ter contra�do a doen�a em Caet�, na Grande BH.


A avalia��o dos casos das 11 pessoas que t�m hist�rico de vacina��o e tiveram a febre amarela confirmada por exames est� sendo feita por uma equipe multidisciplinar com representantes da Secretaria de Estado da Sa�de, Minist�rio da Sa�de, Organiza��o Pan-americana da Sa�de (Opas) e Funda��o Ezequiel Dias (Funed-MG). S�o infectologistas, pediatras, epidemiologistas, enfermeiros e farmac�uticos, que tentam buscar informa��es fundamentais para a conclus�o dos casos. Os pacientes cujos casos est�o sendo investigados t�m idade entre 7 e 47 anos, sendo que a maioria, 63,7%, s�o homens. A SES j� sabe que todos receberam uma dose da vacina, sendo que elas foram aplicadas entre 9 meses at� 44 anos de idade.
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


A investiga��o � essencial para determinar quais foram as causas do cont�gio apesar da vacina��o. Para o m�dico epidemiologista e professor em�rito da Faculdade de Medicina da Universidade de Bras�lia (UNB) Pedro Luiz Tauil, um dos problemas pode ser o armazenamento da vacina. “Se essa vacina n�o for conservada na rede de frio, como � recomendado, ela perde a pot�ncia. Al�m disso, n�o tem vacina no mundo que proteja 100% das pessoas. Ent�o, uma fra��o dos vacinados n�o se protege”, afirmou. Outro ponto � sobre a ado��o pelo Brasil do protocolo da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) que recomenda apenas uma dose do imunizante, sendo que antes eram duas doses em um intervalo de 10 anos. Para o especialista, a efic�cia da vacina��o em dose �nica, que foi adotada pelo Minist�rio da Sa�de em 2017, n�o est� comprovada.

“Podem ser casos de pessoas que tomaram vacina h� mais de 10 anos. N�o h� um consenso ainda sobre a conduta que a OMS recomenda de que se deve tomar apenas uma dose. Recentemente, na revista de mem�ria do Instituto Oswaldo Cruz, o virologista Pedro Vasconcelos falou justamente da necessidade de ter que vacinar no intervalo de 10 anos. Ent�o, n�o h� um consenso sobre isso”, disse Tauil.


A hip�tese de poss�vel falha no lote de vacina tamb�m foi levantada pela infectologista Helena Br�gido, que � membro do Comit� de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia e professora da Universidade Federal do Par� (UFPA). Mas, para ela, uma investiga��o minuciosa de cada paciente � necess�ria. “Precisa de uma avalia��o melhor, como quando foi que teve os sintomas, quando foi a vacina, e precisamos saber, o que � muito importante, qual o lote da vacina. N�o temos nenhuma situa��o atualmente que podemos dizer que o lote X de vacina n�o � eficaz. Mas s�o importantes esses relatos”, completou.

A infectologista ressalta que casos como os investigados t�m poucas possibilidades de ocorrer. Por isso, explica que a popula��o deve continuar a vacina��o. “A vacina � muito boa, tem que ser estimulada. A popula��o n�o precisa ficar temerosa em procurar a vacina��o, pois o percentual � maior de prote��o do que de n�o prote��o”, convocou. “A �nica prote��o eficaz conta a febre amarela � a vacina”, completou Tauil. A SES/MG tamb�m ressaltou a import�ncia da vacina��o. “Cabe ressaltar que a efic�cia da vacina contra a febre amarela � de 95% a 98%, sendo considerada altamente eficaz e segura na preven��o da transmiss�o do v�rus. Como medida adicional e individual, para a popula��o mais exposta � circula��o do v�rus, recomenda-se tamb�m a utiliza��o de repelente.”


A cobertura vacinal em Minas Gerais vem aumentando, mas ainda n�o atingiu a meta. Dados da SES mostram que 89,82% da popula��o j� recebeu as doses da vacina, o que representa 16 milh�es de pessoas vacinadas.  Para chegar � porcentagem ideal, a estimativa � que mais de 2 milh�es de moradores mineiros ainda precisam ser imunizados. A faixa et�ria que menos recebeu a vacina � entre 15 e 59 anos, justamente a mais atingida pela epidemia da temporada 2016/2017. Atualmente, 26% dos 853 cidades do territ�rio mineiro ainda n�o alcan�aram 80% da cobertura vacinal. Outros 34,5% t�m entre 80% e 94,9% de seus moradores vacinados. Acima da meta de 95% est�o 336 munic�pios.

BALAN�O O n�mero de casos confirmados da febre amarela em Minas Gerais aumenta a cada semana. Em apenas sete dias, 42 novas confirma��es foram inclu�das no balan�o da SES/MG. Tamb�m houve alta nas mortes, saindo de 86 para 96. A letalidade est� em 36,4%. Ainda s�o investigadas 589 notifica��es, entre elas 28 mortes. No per�odo de monitoramento 2016/2017, foram registrados 475 casos, sendo que desses 162 pacientes morreram. Entre os casos confirmados na temporada 2017/2018 est� o do m�dico e professor do Departamento de Cl�nica M�dica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rodrigo Bastos F�scolo est� com febre amarela. O professor segue internado no Hospital Fel�cio Rocho, em Belo Horizonte, onde se recupera de um transplante de f�gado realizado na segunda-feira.
Segundo a SES/MG, o local da poss�vel infec��o � Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Quando o caso do m�dico veio � tona, foi levantada a suspeita de que ele tinha contra�do a doen�a mesmo tendo sido vacinado. Por�m, o caso ainda � investigad.

 

Muta��o 

A Funda��o Oswaldo Cruz publicou uma nota ontem para falar sobre um �udio que circulou nas redes sociais sobre a muta��o do v�rus da febre amarela. Informou que realizou estudos para acompanhar as poss�veis mudan�as gen�ticas no v�rus em circula��o no pa�s. Os resultados, publicados em 2017, indicaram muta��es. Por�m, alertou que n�o h� qualquer impacto dessas muta��es em rela��o � efic�cia da vacina.

Apura��o de mortes mais que dobra

 

Em apenas uma semana as mortes por suspeita de dengue este ano saltaram de tr�s para sete em investiga��o no estado. Os n�meros s�o do �ltimo balan�o divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG). Dos atuais 5.556 casos prov�veis da doen�a em 2018, houve avan�o de 912 suspeitas do pen�ltimo levantamento para 2018 nos dados de agora.


O crescimento em Minas Gerais foi de 21,3% em apenas uma semana. Em 19 de fevereiro, somavam 4.578 e no boletim da noite de segunda-feira, 5.556 pacientes com suspeita da enfermidade. Em 2017, foram 16 mortes e um total de 16.017 pessoas infectadas. Desde 2010, a maior incid�ncia de dengue em Minas foi em 2016, com 519.050 notifica��es.


De acordo com o balan�o, nas quatro �ltimas semanas epidemiol�gicas (21/01/2018 a 17/02/2018) dois munic�pios encontram-se com incid�ncia muito alta de casos prov�veis de dengue, tr�s em alta, 12 em m�dia, 269 com baixo �ndice e 567 munic�pios sem registro de casos prov�veis. A situa��o � preocupante em Ub�, com 235 casos prov�veis, e Visconde do Rio Branco, com 158 registros, ambas na Zona da Mata. H� ainda Coronel Fabriciano, com 197 suspeitas, e Tim�teo, com 124, no Vale do A�o. Em Jana�ba, Norte, s�o investigados 176 casos. Em Nova Serra, Centro-Oeste, h� 102 notifica��es.


O balan�o da SES-MG trouxe ainda os casos prov�veis da febre chikungunya e zika v�rus, todas enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, que tamb�m pode ser vetor da febre amarela em �reas urbanas. No per�odo chuvoso do ver�o, a procria��o do mosquito � favor�vel em �gua parada e, consequentemente, a alta dos registros dessas doen�as.


J� a febre chikungunya, no comparativo dos dois �ltimos balan�os, somou agora 1.218 pacientes com suspeita da enfermidade, contra 977 do pen�ltimo boletim. O crescimento foi de 24,6% num per�odo de uma semana. Dos n�meros do �ltimo boletim, 104 s�o gestantes, sendo que 57 foram confirmadas para chikungunya pelo crit�rio laboratorial.
Em 2017, houve 16.119 notifica��es da enfermidade, o maior n�mero de casos at� ent�o no estado, com 13 �bitos, dos quais 12 de idosos com idade acima de 65 anos. Neste ano n�o h� suspeitas de mortes. At� 2015, todos os comunicados de infectados eram procedentes de outros estados ou pa�s.

SALTO
Os registros de zika v�rus, no comparativo dos dois balan�os, saltaram de 54 para 64 casos prov�veis, alta de 18%. Dos n�meros atuais, 20 pacientes contaminados s�o gestantes e um com confirma��o laboratorial. Em 2017, foram registrados 736 casos prov�veis de zika, sendo 129 em gestantes. N�o houve �bitos. Ainda segundo a SES, 24 cidades notificaram o estado de casos prov�veis e confirmados da doen�a. Em 10 munic�pios as suspeitas s�o em gestantes. Aten��o especial para Belo Horizonte e Tim�teo, com quatro gr�vidas cada, Coronel Fabriciano, com tr�s, e Jana�ba e Ub�, duas cada uma.

 


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