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Estado de Minas

Tempestades nas madrugadas aumentam risco de deslizamentos e desabamentos em BH

In�cio de mar�o at�pico concentra temporais em BH entre a 0h e as 6h, per�odo em que moradores est�o mais vulner�veis em �reas de risco e no qual � menor a mobiliza��o do pr�prio poder p�blico


postado em 09/03/2018 06:00 / atualizado em 09/03/2018 07:56

Deslizamento de barranco e desabamento de muro deixaram exposta uma casa em via lateral à Avenida Antônio Carlos, causando interdição do imóvel pela Defesa Civil (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Deslizamento de barranco e desabamento de muro deixaram exposta uma casa em via lateral � Avenida Ant�nio Carlos, causando interdi��o do im�vel pela Defesa Civil (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)
O m�s de mar�o surpreende moradores de Belo Horizonte com um padr�o de temporais que exp�e autoridades e popula��o a uma amea�a extra. Em metade dos oito primeiros dias do m�s, a Subsecretaria de Prote��o e Defesa Civil de Belo Horizonte registrou temporais significativos nas madrugadas, da 0h �s 6h, intervalo considerado cr�tico. A precipita��o concentrada nesse per�odo varia entre 23% e 68% de toda a chuva nas regionais da cidade de 1º a 8 de mar�o (veja quadro).


Essa situa��o, somada ao ac�mulo de chuvas que vem desde fevereiro, liga o alerta na cidade. Por um lado, a repeti��o das precipita��es encharca o solo, deixando inst�veis as encostas, e representa uma amea�a para muros com problemas de drenagem. Por outro, as tempestades da madrugada podem pegar desprevenidos moradores de �reas de risco para deslizamentos e desabamentos, aumentando consideravelmente o risco de danos humanos em um momento em que o pr�prio poder p�blico est� menos mobilizado. Segundo a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), s� nas �reas de vilas e favelas de BH h� 1,5 mil im�veis nessa situa��o.

Ontem, temporais voltaram a castigar a capital na madrugada pelo segundo dia seguido, assustando moradores de diferentes regi�es. A Defesa Civil registrou dois deslizamentos de encostas, no Anel Rodovi�rio e na Avenida Ant�nio Carlos, e dois desabamentos de muro, nos bairros Jardim S�o Jos� e Manac�s (Regi�o da Pampulha). Na Ant�nio Carlos, o deslizamento da encosta levou tamb�m parte de um muro que dividia a casa do motorista Rafael Soares Mendes, de 34 anos, do barranco da al�a de acesso ao Viaduto Rep�blica do Congo, no Bairro S�o Crist�v�o, Regi�o Noroeste.

Rafael sentiu na pele o risco das chuvas da madrugada quando estava dormindo ontem, por volta das 4h, e escutou um barulho estranho. Quando percebeu, o muro desceu junto com um bloco de terra que desmoronou at� a al�a de acesso ao elevado. “Al�m do barulho do muro, escutei um homem gritando. Ele foi soterrado e pediu ajuda”, afirma o motorista. Segundo o Corpo de Bombeiros, um homem e uma mulher, que seriam moradores de rua, foram socorridos ap�s o incidente. Eles ocupavam um barraco improvisado bem abaixo do muro. A mulher j� tinha sa�do dos escombros, com escoria��es, quando os militares chegaram. J� o homem sofreu cortes na cabe�a e teve suspeita de fratura no bra�o direito. Os dois foram levados ao Hospital Jo�o XXIII.

Sem o muro e com o deslizamento, a casa de Rafael ficou bem perto do barranco, aumentando o perigo para ele, a mulher, o filho e a sogra, que moram no im�vel. “Se o barranco puxa minha casa poderia ter sido uma trag�dia. Quando voc� est� dormindo n�o tem como correr, ent�o poderia ter sido muito pior”, afirma Rafael, que foi para a casa da m�e, j� que seu im�vel foi completamente interditado. Al�m da casa de Rafael, a Defesa Civil interditou totalmente outra casa e parcialmente um terceiro im�vel, todos pr�ximos no alto do barranco.

O coronel Alexandre Lucas, subsecret�rio de Prote��o e Defesa Civil de BH, destaca que o perfil das chuvas que Belo Horizonte est� experimentando em fevereiro e mar�o liga o alerta para possibilidades de desastres. “O ac�mulo de �gua no solo e a defici�ncia nos sistemas de drenagem de muros aumentam o risco de deslizamentos e desabamentos”, diz ele. Nesse contexto, a ocorr�ncia maior de chuvas na madrugada � mais um fator que pode transformar uma ocorr�ncia em trag�dia. “Como as pessoas est�o dormindo, elas n�o t�m capacidade de avaliar e perceber o risco. Em caso de deslizamento, a possibilidade de danos humanos � muito grande”, afirma.

No Anel Rodoviário, encosta desmoronou e pista marginal precisou ser interditada até limpeza completa da via(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
No Anel Rodovi�rio, encosta desmoronou e pista marginal precisou ser interditada at� limpeza completa da via (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)


A principal orienta��o neste per�odo de chuvas intensas � que as pessoas deixem im�veis em situa��o de risco na cidade. A aten��o deve ser especial com o aparecimento de fendas, depress�es no terreno, rachaduras em paredes e movimenta��es gerais do terreno. Em BH, h� �reas de risco em todas as regionais, conforme Alexandre Lucas, com destaque para endere�os como a regi�o das ruas Sustenido, Veraldo Lambertucci, Oliem Bonfim Guimar�es e Ren� Renault, no Bairro S�o Lucas; Vila Chaves, na Regi�o Noroeste; e uma �rea denominada Grot�o, no Bairro Hava�, Oeste de BH.

METEOROLOGIA
A concentra��o de temporais nas madrugadas n�o � um fen�meno t�o comum para o m�s de mar�o, segundo o meteorologista da Defesa Civil Dayan Diniz de Carvalho. Por�m, as condi��es t�picas do ver�o, como alta energia na atmosfera e fluxo de umidade, favorecem a forma��o de nuvens de chuva, que pode ocorrer a qualquer hora do dia. “Esse ac�mulo de energia ocorreu nos �ltimos dias ao longo de toda a tarde e por isso reuniu condi��es para as chuvas de noite e nas madrugadas”, afirma. No caso dos �ltimos dois dias, condi��es espec�ficas de Belo Horizonte, como a topografia, podem ter influenciado, conforme o meteorologista.

Na quarta-feira, por exemplo, por volta das 19h o c�u estava estrelado. Mas a partir das 20h30, um sistema de nuvens que vinha de Catas Altas (Regi�o Central) ganhou for�a devido �s condi��es meteorol�gicas. “Essas nuvens muitas vezes permanecem na atmosfera e se desgarram do sistema principal, ganhando energia e por isso coincidentemente provocaram chuvas na madrugada ao passar pela Serra do Curral”, acrescenta Dayan. Ainda segundo o meteorologista, o perfil se mant�m hoje e no fim de semana, com predom�nio de sol e calor, mas com a possibilidade de chuvas t�picas do ver�o, inclusive nessa madrugada. As chuvas devem aparecer de forma moderada a forte, de curta dura��o e localizadas em pontos espec�ficos.

 

Enquanto isso...

...Alertas via celular

Uma das apostas da Subsecretaria de Prote��o e Defesa Civil de Belo Horizonte para tentar alertar em tempo real a ocorr�ncia de chuvas, principalmente para moradores de �reas de risco, � o uso das redes sociais. O �rg�o tem perfis no Telegram, com 1.608 usu�rios, no Facebook, com 18.738 seguidores e no Twitter, com 74.828. Al�m disso, conta com um cadastro para envio direto de mensagens via SMS para 1.344 moradores de �reas de risco. As atualiza��es ocorrem em tempo real e alertam sobre temporais e possibilidade de granizo, alagamentos e outros problemas relacionados � chuva. Em mar�o, o �rg�o j� registrou 249 solicita��es em BH por motivos diversos, com destaque para trincas com infiltra��es (27), risco de destrui��o ou desabamento de muro (19), risco ou amea�a de deslizamentos (18), risco de queda de �rvores (17) e alagamentos (17).

 

De olho no c�u

Chuva em mar�o em BH, por regional, at� as 6h de quinta-feira (valores entre par�nteses indicam percentual em rela��o � m�dia hist�rica)


Barreiro    174mm    (106%)
Centro-Sul    199,7mm    (122%)
Leste    196,8mm    (120%)
Nordeste    197,2mm    (121%)
Noroeste    196,6mm    (120%)
Norte    141,6mm    (87%)
Oeste    242,8mm    (149%)
Pampulha    117,2mm    (72%)
Venda Nova    114,4mm    (70%)

M�dia hist�rica:     163,5mm

Chuva nas madrugadas (entre a 0h e as 6h) de mar�o, por regi�o,  at� 6h de ontem (entre par�nteses, percentual em rela��o � precipita��o total na regi�o):

Barreiro    52,4mm     (29,88%)
Centro Sul    78,8mm    (39,45%)
Leste    80mm    (40,65%)
Nordeste    95,2mm    (48,27%)
Noroeste    46,8mm    (23,80%)
Norte    91,6mm    (64,68%)
Oeste    97,8mm    (40,28%)
Pampulha    73,2mm    (62,45%)
Venda Nova    78mm    (68,18%)


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