Pastor conhecido como 'man�aco da orelha' teria abusado sexualmente de mais de 10 mulheres
Pol�cia Civil ainda n�o ouviu todas as v�timas e pr�ximo passo da investiga��o � tentar chegar ao maior n�mero de mulheres violentadas. Pastor foi preso em Contagem, onde fica sua resid�ncia
postado em 13/03/2018 10:56 / atualizado em 02/10/2018 19:12
Pastor n�o quis responder os questionamentos de jornalistas e escondeu o rosto das c�meras durante apresenta��o (foto: Paulo Filgueiras/ EM/ D.A Press )
Est� preso preventivamente o pastor Wilson Jorge Ferreira, de 51 anos, apontado pela Pol�cia Civil como autor de uma s�rie de crimes sexuais contra mulheres frequentadoras da Igreja do Evangelho Quadrangular, que fica no Bairro Salgado Filho, Oeste de Belo Horizonte.
Relatos iniciais que constam no inqu�rito apontam que ele teria feito mais de 10 v�timas, praticando diversos abusos desde beijos no pesco�o, lambidas nas orelhas e toques por todo o corpo das mulheres. Wilson foi preso em casa, no Bairro Novo Eldorado, em Contagem, e ser� levado ao pres�dio Jos� Martinho Drumond, em Ribeir�o das Neves, na Grande BH.
H� um caso, inclusive, de uma menor de idade que teria sido abusada durante quatro anos, quando tinha entre 12 e 16 anos. Segundo a delegada Larissa Mascotte, que coordena as investiga��es, ele se aproveitava de sua posi��o de pastor para desqualificar poss�veis den�ncias e tamb�m zombava das v�timas.
"Ele falava que tinha muitos amigos que eram policiais, autoridades, pol�tico e por isso ele ficaria impune. Falava que era muito influente e as v�timas ficavam com medo de enfrent�-lo. Ele tamb�m come�ava a desacreditar as v�timas perante aos cultos e perante aos outros fi�is da igreja", afirma a delegada.
Os crimes aconteciam na maioria das vezes nas depend�ncias da igreja, mas tamb�m h� relatos de abusos durante caronas que o pastor oferecia �s fi�is.
H� relatos de duas v�timas que o pastor andava armado para amedrontar as mulheres, mas a Pol�cia Civil ainda n�o encontrou nenhuma arma que possa ter sido usada nos crimes. Ainda conforme a delegada, o ‘man�aco da orelha’ agia h� cerca de pelo menos 10 anos. Outros dois pastores foram intimados a prestar esclarecimentos. A pol�cia suspeita que um deles acobertava os atos do colega.
Ao ser apresentado pela Pol�cia Civil na Delegacia Especializada de Combate � Viol�ncia Sexual, o pastor se negou a responder as perguntas dos jornalistas. Para a Pol�cia Civil ele negou todas as acusa��es. "Com certeza ele se aproveitava do cargo para cometer os delitos. Ele negou todos os fatos, fala que a rela��o com todas as v�timas era de pai para filha ou de pastor para ovelha", completa a delegada Larissa Mascotte.
O advogado Ademir de Souza Lataliza, que representa o pastor no caso, afirma que as den�ncias fazem parte de uma "conspira��o" contra o religioso. Segundo ele, as mulheres se uniram para prejudicar o pastor. Elas teriam problemas particulares com ele. "Essas mulheres est�o dizendo que foram abusadas e ter�o que provar se isso realmente aconteceu. At� o momento, n�o havia nenhum boletim de ocorr�ncia, nenhuma certid�o, nada contra o pastor Jorge", pontua o advogado. Ele afirma que abriu processo contra as v�timas por cal�nia e difama��o.
De acordo com a Pol�cia Civil, as v�timas registraram boletim de ocorr�ncia e, ent�o, foi emitido o mandato de pris�o para o pastor. Lataliza alega ter encontrado uma ocorr�ncia em um bairro de mesmo nome, por�m no munic�pio de Itajub�, localizado a 447 quil�metros de Belo Horizonte, no Sul de Minas. O advogado acredita que houve uma confus�o envolvendo esse registro no processo contra o pastor. "Eu chequei pessoalmente nas pol�cias federal, estadual e civil, e n�o encontrei nada contra ele. O que apareceu foi um boletim de ocorr�ncia de um fato que aconteceu no Bairro Salgado Filho, em Itajub�, dando in�cio a esta confus�o toda", alegou o advogado.
Questionado sobre o motivo que teria provocado esta rea��o contra o pastor, o advogado afirmou que algumas atitudes dele teriam incomodado os envolvidos. "Ele tentou colocar ordem na casa e agora est�o fazendo isso", afirma. Lataliza conta que est� organizando um abaixo assinado com assinaturas da comunidade. Segundo ele, o documento j� re�ne mais 400 assinaturas de pessoas que atestam a idoneidade do pastor e pedem a sua volta.
(foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)
Ele negou todos os fatos, fala que a rela��o com todas as v�timas era de pai para filha ou de pastor para ovelha
