
Quase dois anos ap�s a conquista dos t�tulos de patrim�nio e paisagem cultural da humanidade – a Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco) fez o an�ncio em 17de julho de 2016 –, a Pampulha, em Belo Horizonte, depende de um plano estrat�gico e avan�ou pouco em interven��es. Segundo o secret�rio municipal de Cultura, Juca Ferreira, a regi�o que abriga o conjunto moderno “n�o pode ser confundida com uma �rvore de Natal em que se pode pendurar o que quiser e fazer parte do contexto natalino”. Ferreira destacou que “aqui � um patrim�nio mundial, ber�o da arquitetura moderna brasileira, e os atrativos culturais e paisag�sticos s�o o ponto de partida. Assim, os usu�rios, seja da cidade, ou de outras partes do pa�s, reclamam da falta de infraestrutura, restaurantes, banheiros e programa��es culturais durante todo o ano”.
“Falta um plano estrat�gico. A gente est� saindo da in�rcia. N�o basta apenas preservar os equipamentos como a Igrejinha (S�o Francisco de Assis), o Museu (Museu de Arte da Pampulha/MAP), a Casa do Baile (atual Centro de Refer�ncia de Urbanismo, Arquitetura e Design). � preciso ter uma compreens�o do uso e uma vis�o generosa que integre as dimens�es cultural, paisag�stica, ambiental para o mundo”, afirmou ao participar do semin�rio Di�logos Pampulha, no MAP, com a participa��o de autoridades municipais, especialistas de v�rias capitais brasileiras e representantes de �rg�os como o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e internacionais, como a Unesco. A coordena��o ficou a cargo da ex-dirigente do Iphan e do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha), arquiteta Jurema Machado, que atua como consultora na elabora��o do plano de gest�o.
Ferreira explicou que o encontro vai nortear algumas a��es, incluindo um ciclo de oficinas. “Depois, vamos concentrar em alguns temas. Na recupera��o da lagoa, j� atingimos certo padr�o. Estamos submetidos ao Plano Diretor, temos que compactuar tudo, mesmo modifica��es que por ventura precisem ser feitas. S�o os aspectos pr�ticos desta reflex�o.” Otimista, Ferreira afirmou que a prefeitura conseguiu atrair a contribui��o de institui��es, governo estadual e federal, Unesco e universidades. “Em abril, vamos ter o esbo�o desse planejamento estrat�gico e estudos t�cnicos”.
TROCA DE EXPERI�NCIA
Para o diretor de Patrim�nio Cultural e Arquivo da Funda��o Municipal de Cultura, Yuri Mello Mesquita, o encontro foi muito positivo, especialmente pela presen�a de representantes de capitais como Rio de Janeiro (RJ), que tem o Parque do Flamengo e a Lagoa Rodrigues de Freitas; Bras�lia (DF), com o Lago Parano�, e Florian�polis (SC), com a Lagoa da Concei��o. “Estamos trocando experi�ncias importantes sobre o uso das orlas, o que nos permitir� propor a��es pr�ticas e pol�ticas p�blicas. “� essencial que a popula��o tenha o sentimento de pertencimento em rela��o � Pampulha”, ressaltou Yuri.