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Estado de Minas

Mulheres v�o �s ruas em marcha pela sa�de contra a endometriose

Iniciativa quer alertar a sociedade sobre a doen�a, que acomete meninas e mulheres de qualquer idade


postado em 23/03/2018 18:34 / atualizado em 23/03/2018 20:52

Sociedade Endomineiras/Divulgação(foto: Endomarcha em 2016)
Sociedade Endomineiras/Divulga��o (foto: Endomarcha em 2016)

A Marcha Mundial pela Conscientiza��o da Endometriose (EndoMarcha) re�ne, neste s�bado, mulheres portadoras da doen�a, familiares e profissionais da sa�de em uma caminhada de conscientiza��o e luta por seus direitos. Pelo terceiro ano consecutivo, Belo Horizonte est� entre as capitais brasileiras que ir�o participar da marcha, cuja concentra��o come�a �s 9h, em frente ao Pal�cio da Liberdade, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. O grupo seguir� pela Avenida Jo�o Pinheiro at� a Pra�a Afonso Arinos, tamb�m na Regi�o Centro-Sul da capital.

A EndoMarcha � um evento mundial e ocorrer� no mesmo dia em mais de 80 pa�ses. A coordenadora do evento em Belo Horizonte, Kelly Pires, de 36 anos, ressalta a import�ncia da conscientiza��o sobre a doen�a para que o diagn�stico seja feito o quanto antes. Ela afirma que o principal objetivo da EndoMarcha � tornar a endometriose uma doen�a p�blica, ou seja, que tenha amplo atendimento no SUS. O ginecologista Gustavo Safe, do Centro Avan�ado de Endometriose, explica que a doen�a n�o tem cura, mas pode ser tratada.

De acordo com o m�dico, o problema acontece quando o endom�trio, tecido que reveste o �tero, cresce para fora do �rg�o e acaba indo parar no ov�rio, nas trompas e at� em regi�es vizinhas. Mesmo deslocado, o tecido excedente � estimulado a crescer e, na hora da menstrua��o, descama junto com o endom�trio original. A partir da�, surgem as c�licas intensas, desconforto e, com o tempo, a mulher pode apresentar problemas para engravidar. "As mulheres s�o ensinadas que a c�lica � algo normal, quando na verdade n�o �”, comenta. A doen�a � classificada em leve, moderada e grave.

Este ano, segundo Kelly, a marcha na capital mineira estar� de luto, em homenagem a uma participante do movimento, que morreu ap�s passar por uma cirurgia para tratar a doen�a. "As pessoas precisam entender que a endometriose n�o � frescura. � uma doen�a s�ria, que pode levar a morte, por isso a marcha busca conscientizar a popula��o", afirma. A coordenadora ressalta que n�o � preciso ser portadora de endometriose para participar da Endomarcha. "� importante que a gente se una para ajudar a divulgar e conscientizar as mulheres sobre a seriedade da doen�a", pontua. Camisas com o emblema da marcha, apitos e bandeiras ser�o distribu�das aos participantes.

Diagn�stico e tratamento


Atualmente, a doen�a acomete cerca de 6 milh�es de brasileiras. Conforme a Associa��o Brasileira de Endometriose, entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolv�-la, e 30% t�m chances de ficarem est�reis. O ginecologista Gustavo Safe afirma que existe um atraso no diagn�tico da doen�a devido a cren�a de que as c�licas s�o normais. "As mulheres aprendem com as m�es e av�s que a c�lica � normal e por isso n�o comunicam o problema ao m�dico. E, mesmo quando falam, os pr�prios m�dicos costumam banalizar a reclama��o afirmando que isto � normal, sem pedir mais exames para confirmar", pontua.

O especialista explica que o fato de a mulher ter c�licas n�o quer dizer que ela tenha endometriose, mas que esse pode ser um dos sintomas. "A mulher precisa procurar um ginecologista que possa avaliar bem essa queixa", afirma. A coordenadora da marcha, Kelly Pires, concorda com o m�dico e ainda conta que tem a doen�a desde a menarca (primeira menstrua��o), mas s� foi diagnosticada h� quatro anos atr�s. Ap�s o diagn�stico, ela precisou passar por uma cirurgia para cauterizar os locais afetados, j� que a doen�a estava em um est�gio avan�ado. "Eu sentia muitas dores. Inicialmente, disseram que eu estava com pedras nos rins. Quando descobriram que meu problema era, na verdade, endometriose meu caso j� era grave e tive que passar pela cirurgia", conta.

A doen�a pode apresentar, entre outros sintomas, dor durante a rela��o sexual, dor ao urinar, na bexiga e nos movimentos intestinais, incha�o, n�useas e v�mitos, constipa��o e diarreia. A doen�a, continua Gustavo, acomete mulheres a partir da primeira menstrua��o e pode continuar at� a �ltima. Geralmente, o diagn�stico surge quando a paciente est� com aproximadamente 30 anos de idade. "Temos um retardo deste diagn�stico entre 7 a 10 anos, muitas pacientes s� descobrem que tem a doen�a quando v�o tentar engravidar", comenta. Al�m disso, o risco de c�ncer de ov�rio � mais alto em mulheres com o problema. 

Marcha

A EndoMarcha foi idealizada nos Estados Unidos pelo m�dico Camram Nezhat, especialista e precursor da videolaparoscopia, utilizada no tratamento da doen�a, e por seus irm�os, Dr. Ceana Nezhat e Dr. Farr Nezhat. O movimento ocorre em mar�o, mundialmente reconhecido como o m�s de conscientiza��o da endometriose.

No Brasil, a marcha realizada desde 2014, � organizada pela blogueira Caroline Salazar, do blog “Endometriose e Eu”, e tem como principal objetivo conscientizar a sociedade e buscar por melhorias no atendimento p�blico para diagn�stico e tratamento da doen�a. Al�m da capital mineira, a marcha ser� realizada em Bel�m, Boa Vista, Bras�lia, Campo Grande, Curitiba, Feira de Santana, Florian�polis, Londrina, Maring�, Salvador, S�o Paulo e Rio de Janeiro.

* Estagi�ria sob supervis�o da editora Liliane Corr�a


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