Religiosos se confessam em prepara��o para a semana santa

No alto da montanha, uni�o de preces pela paz e � espera da semana santa, que come�a amanh� com as b�n��os, missas e prociss�o do domingo de Ramos. Em encontro presidido pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, cerca de 400 religiosos, entre bispos, padres e di�conos participaram da tradicional celebra��o penitencial do clero, no Santu�rio Bas�lica Nossa Senhora da Piedade, na Serra da Piedade, em Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Como ocorre sempre na sexta-feira que antecede as cerim�nias da Paix�o de Cristo, representantes de 277 par�quias de 28 cidades se confessaram em duplas ao ar livre – um ouvindo o outro e vice-versa, num gesto de humildade, reconhecimento dos pecados e das limita��es.

“� um momento em que reconhecemos nossos pecados e buscamos a santifica��o. H� padres que participam desta cerim�nia h� quatro d�cadas, outros pela primeira vez. N�s nos abrimos � gra�a de Deus e mostramos que tamb�m temos fragilidades, o que n�o significa uma humilha��o. Olhando para cada um, batendo no peito e nos ouvindo, somos solid�rios. O pecado � nossa maior dor, nosso maior sofrimento”, disse dom Walmor que fez dupla com o arcebispo em�rito de Porto Nacional (TO), o mineiro residente na capital dom Geraldo Vieira Gusm�o.

Uma n�voa fina cobria o topo do maci�o, com alguns chuviscos, obrigando muitos a usar casacos ou cachecol, num clima bem diferente da manh� em BH. �s 11h, dom Walmor iniciou a celebra��o penitencial, destacando que a Campanha da Fraternidade 2018 tem como tema a viol�ncia. “Temos que trabalhar a transpar�ncia, a honestidade. O mundo precisa de n�s, religiosos com esta envergadura. Deus quer que sejamos honestos e bons no rec�ndito sagrado da nossa consci�ncia. A semana santa, portanto, � a oportunidade de escutar, de fazer um caminho espiritual”. 



MUTIR�O Quem chegava � bas�lica, por volta das 12h, via as duplas em confiss�o e depois um aben�oando o outro. “Participo pela quarta vez da celebra��o, que � fundamental para nos fortalecermos e nos reconhecermos como seres humanos”, disse o padre Filipe Lucas, vig�rio da Par�quia S�o Jos� de Anchieta, em Betim, na Grande BH. Ao lado, diante da bela paisagem vista da Serra da Piedade, o di�cono Daniel Barros, do Santu�rio S�o Paulo da Cruz, no Barreiro, em BH, destacou os instantes preciosos de “meditar a miseric�rdia de Deus e se preparar, cada vez mais, para ficar perto do povo”.

Os padres presentes � bas�lica chegam de uma maratona de confiss�es, realizadas na �ltima semana, e t�m pela frente as missas solenes, encena��es da Paix�o de Cristo, prociss�es e outros ritos que atraem milhares de pessoas. Mission�rio dos Oper�rios de Contagem, na Grande BH, o padre Luiz Ant�nio da Silva, ordenado h� 30 anos, se confessou com o frei franciscano Bas�lio de Resende, da Par�quia Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul de BH. “Venho aqui h� muitos anos neste encontro de f� que nos purifica”, disse padre Luiz Ant�nio. “Para cuidar dos outros, precisamos, antes de tudo, cuidar de n�s”, resumiu o franciscano, certo de que os religiosos “precisam se santificar”.

“Estamos chegando de um mutir�o de confiss�es. Este encontro faz a gente pensar no caminho sacerdotal”, observou o padre Mois�s de Jesus Lopes Pereira, da Par�quia do Sagrado Cora��o de Jesus (Riacho), de Contagem. O pr�-reitor do Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, Carlos Ant�nio da Silva, ressaltou que a celebra��o penitencial do clero representa tamb�m uma parte do dia dedicada � confraterniza��o. “Aprofundamos os la�os de amizade e rezamos pela paz e pelas pessoas necessitadas”, afirmou o pr�-reitor.