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Estado de Minas

Pol�cia Civil de Minas aciona Interpol para investigar venda de beb�s

Investiga��o come�ou quando a pol�cia impediu a venda de um rec�m-nascido em Contagem. Pessoas de outros pa�ses foram identificadas em redes sociais usadas por casais ligados � compra


postado em 28/03/2018 12:35 / atualizado em 29/03/2018 12:53

A tentativa de venda de um rec�m-nascido pela pr�pria m�e, na maternidade do Hospital Municipal de Contagem, na Grande BH, desencadeou uma investiga��o que pode subsidiar a Organiza��o Internacional de Pol�cia Criminal (Interpol) no combate ao tr�fico internacional de crian�as. O caso entregue pela Pol�cia Civil mineira � Interpol veio � tona no in�cio de mar�o, quando um casal de Rio das Ostras e outro de S�o Gon�alo, no Rio de Janeiro, e a m�e do beb� foram detidos por suspeita de negociar a crian�a pela internet, pelo valor de R$ 30 mil. Apesar de a apura��o ter indicado que as a��es dessas pessoas n�o configuravam um esquema de tr�fico humano, os contatos que fizeram por meio de redes sociais envolveram diversos esquemas e negocia��es de menores na Grande BH, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, S�o Paulo, It�lia e Estados Unidos, fato que poder� auxiliar corpora��es policiais que atuam nessas jurisdi��es a combater o crime e chegar a integrantes de quadrilhas.

Com base nas investiga��es, o delegado regional de Contagem, Christiano Xavier, afirma que os dois casais detidos estavam com uma ideia fixa de ado��o, e por isso partiram para um m�todo ilegal. Eles ainda est�o presos. A m�e da crian�a foi quem denunciou o esquema, ao desistir da venda. Ela pagou fian�a, foi libertada e conseguiu a guarda do beb� sob supervis�o do Conselho Tutelar. “As investiga��es partiram dessa m�e, que tinha acabado de dar � luz e que tinha prometido o filho a um casal do Rio de Janeiro. No momento da entrega ela se arrependeu, acionou a pol�cia, chamou a assist�ncia social do hospital e n�s prendemos essas pessoas em flagrante. Prendemos inclusive a pr�pria m�e, mas ela depois foi liberada sob fian�a”, conta o delegado. A mulher n�o revelou a identidade do pai do beb�.

As quatro pessoas estavam na maternidade prontas para pegar a crian�a, que ficaria com o casal de Rio das Ostras. O contato foi feito diretamente com a m�e, por meio de redes sociais. “Eles j� vieram com a forma como iam falsificar a papelada. Confessaram que chegariam ao cart�rio, falariam que a mo�a teve o filho de madrugada em casa, que n�o houve tempo de ir ao hospital. Levariam o outro casal para servir de testemunha e sairiam daqui com a crian�a registrada”, disse o policial.

Durante as investiga��es, a Pol�cia Civil promoveu a quebra do sigilo telef�nico dos envolvidos e identificou que eles faziam parte de v�rios grupos registrados em redes sociais, nos quais crian�as eram negociadas por at� R$ 30 mil. “N�s ent�o passamos a investigar o poss�vel envolvimento com o tr�fico de crian�as, inclusive internacional, porque em alguns grupos desses havia pessoas com nacionalidades de pa�ses como It�lia e Estados Unidos”, disse.

De posse de mandados de busca e apreens�o e com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Rio de Janeiro, policiais mineiros fizeram buscas nas casas dos casais no estado vizinho. “L�, identificamos de forma bastante categ�rica a partir de entrevistas com vizinhos, familiares, verifica��o dos locais, an�lise de documentos, inclusive computadores que apreendemos, que esses dois casais n�o fazem parte da organiza��o criminosa. Apenas tinham a fixa��o em ter crian�as para eles, de cuidar de crian�as”, detalhou o delegado Christiano Xavier.

Beb� de borracha


Segundo ele, a mulher de Rio das Ostras que ficaria com o rec�m-nascido de Contagem perdeu um beb� h� aproximadamente oito meses e estava com a ideia fixa de ter uma crian�a. “Ela tinha uma carta de habilita��o do F�rum, uma senten�a do juiz da Comarca de Rio das Ostras possibilitando ter uma crian�a, mas aguardava na fila (de ado��o). Mas eles preferiram o caminho da facilidade e tentaram adotar essa crian�a de forma ilegal, aqui em Contagem. Em uma das casas, identificamos at� um boneco, como se fosse um rec�m-nascido, de borracha. A mulher andava com o boneco, o colocava para ver televis�o, tinha at� nome”, comentou o respons�vel pelas investiga��es. “E o outro casal da mesma forma. Foi essa fixa��o que os levou a esse ato de tentar a todo custo”, afirmou.

O delegado enfatizou que os dois casais n�o fazem parte de esquemas de tr�fico humano nem s�o administradores de nenhum grupo, apenas queriam adotar uma crian�a. “Mas, logicamente, nessa busca incessante deles acabaram por entrar em grupos, em redes em que havia organiza��es destinadas a esse fim, e essas quadrilhas est�o sendo identificadas”, disse Christiano Xavier.

O delegado informou que a Interpol vai dar sequ�ncia � investiga��o, j� que telefones de outros pa�ses foram encontrados nos grupos das redes sociais vasculhados por policiais de Minas. “J� estamos acionando a Interpol para que acione autoridades de cada p�tria que esteja envolvida nisso para saber quem identificar e quem s�o as pessoas que usam os n�meros cadastrados nesses pa�ses”, disse. No Brasil, foram acionadas tamb�m as pol�cias dos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e S�o Paulo, que tamb�m devem apurar a participa��o de pessoas na compra e venda de crian�as.

Nesta semana, a pol�cia mineira conclui as investiga��es sobre o caso de Contagem. Conforme Christiano Xavier, todos os envolvidos responder�o pelo artigo 238 do Estatuto da Crian�a e do Adolescente, que prev� o crime de “prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”, com pena de um a quatro anos de pris�o.


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