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Estado de Minas

Mineiros candidatos � santifica��o ganham torcida nas celebra��es da semana santa

Fi�is aproveitam para se mobilizar pela beatifica��o de Irm� Benigna. Monsenhor Domingos, o 'Evangelista da Piedade', ter� processo lan�ado em setembro


postado em 30/03/2018 06:00 / atualizado em 30/03/2018 07:44

Devotos de Irmã Benigna, como Luciana Gomes da Costa e Regina Arantes, dão testemunho de fé e defendem divulgação da obra da religiosa(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)
Devotos de Irm� Benigna, como Luciana Gomes da Costa e Regina Arantes, d�o testemunho de f� e defendem divulga��o da obra da religiosa (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.)

F�, esperan�a e confian�a no Vaticano. Depois de ter dois templos elevados � condi��o de bas�lica pelo papa Francisco, no ano passado, a Serra da Piedade, em Caet�, na Grande BH, tem dois personagens importantes de sua hist�ria a caminho da santifica��o: os mineiros irm� Benigna Victima de Jesus (1907-1981), cujo processo aberto em 2011 tramita na Santa S� desde 2013, e agora monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro (1843-1924), o Monsenhor Domingos, natural de Caet� e chamado de O Evangelista da Piedade, conforme lembra o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo.


Em ambos os casos, ressaltou o arcebispo, � preciso comprova��o de milagres para os religiosos se tornarem beatos, o primeiro passo antes da canoniza��o. � frente do processo da religiosa natural de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, est�o a Associa��o dos Amigos de Irm� Benigna (AmaiBen) e a Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade (Ciansp), enquanto no segundo caso atua apenas a congrega��o. Como postulador (advogado) da causa, trabalha o italiano Paolo Villota, respons�vel pelo processo de Nh� Chica (1810-1895), mineira da Regi�o de S�o Jo�o del-Rei, no Campo das Vertentes, beatificada em Baependi, na Regi�o Sul, em 2013, e de Padre Victor (1827-1905), em Tr�s Pontas, em 2015.

Nos �ltimos dias, � grande a mobiliza��o dos defensores da causa de Irm� Benigna, como ficou evidente durante a festa de S�o Jos�, no dia 19, na igreja dedicada ao pai adotivo de Jesus, no Centro da capital, e tamb�m na Missa da Unidade, no est�dio do Mineirinho, ontem. Depois de chegar a 20 mil assinaturas, os integrantes da AmaiBen, presidida por Maria do Carmo Mariano, pretendem enviar, ainda este ano, uma carta ao papa Francisco pedindo aten��o especial ao processo, que se encontra na fase romana e tem quase mil p�ginas.

De acordo com integrantes da associa��o, em apenas uma semana foram recolhidas 6 mil assinaturas. Tendo em vista a mobiliza��o popular, que � um esteios da campanha de beatifica��o, duas equipes volantes com a camisa da “santa da Salve Rainha, da fartura, da hora e da partilha” v�o percorrer o interior de Minas e passar por cidades onde Irm� Benigna trabalhou: Lambari e Lavras, no Sul, Sabar� e Caet�, na Grande BH, e na terra natal, Diamantina. Os interessados em assinar a “carta aberta” ter�o que apresentar a identidade, para n�o ter o nome duas vezes no documento a ser encaminhado ao sumo pont�fice.

Monsenhor Domingos

Na outra frente est� a Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, que lan�ar� com grande festa, em 15 de setembro, o processo de beatifica��o de Monsenhor Domingos. As religiosas adiantam que h� testemunhos de milagres, nos dois casos, o que ser� analisado pela Congrega��o para a Causa dos Santos, no Vaticano. “Estamos fazendo um trabalho de mobiliza��o popular e levantamento completo de dados sobre a vida dele”, conta a madre geral da congrega��o, Teresa Cristina Leite, que n�o esconde o contentamento: “J� pensou se tivermos dois beatos na nossa congrega��o?”, pergunta a madre.

As hist�rias de Monsenhor Domingos – fundador, em 1892, da Irmandade Nossa Senhora da Piedade, que deu origem � Ciansp – e de Irm� Benigna se cruzam na regi�o de Caet�, mais propriamente no antigo Instituto ou Asilo S�o Luiz, atual Recanto Monsenhor Domingos, aos p�s do maci�o. Foi ali que a irm�, nascida Maria da Concei��o Santos, chegou, aos 28 anos. O local foi fundado pelo monsenhor, em 1878, para acolher crian�as pobres e filhas de escravos libertadas pela Lei do Ventre Livre (1871). “Monsenhor Domingos � nosso ‘pai espiritual’ e tamb�m foi da Irm� Benigna”, diz a madre Teresa Cristina.

A madre explica que os ensinamentos monsenhor est�o bem atuais. “No cora��o de monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro surgiu o apelo evang�lico de trabalhar, continuamente, o processo de convers�o para transformar, por dentro, as estruturas da sociedade, para se respeitar e promover a dignidade da pessoa humana”, disse.

“No ventre da terra, com atitude misericordiosa, Monsenhor Domingos fundou o Instituto S�o Luiz, para acolher filhas de mulheres escravas. Em resposta � injusti�a deixada pela lei humana, ele foi o verdadeiro ventre livre a acolher a humanidade escravizada, foi o solo da terra santa e b�lsamo para a alma ferida. Sendo ele o Evangelista da Piedade, por meio de sua sincera caridade, permitiu que pessoas escravas se tornassem fecundas, geradas e arvorecidas no projeto libertador de Jesus Cristo”, afirma.

MEMORIAL Quem chega ao Recanto Monsenhor Domingos pode conhecer bem a trajet�ria dos religiosos mineiros candidatos a santo. No caminho, h� pain�is com a gravuras e frases, em um convite � reflex�o. No espa�o que abriga casa de retiro, pousada, restaurante, hospedaria e a Capela S�o Luiz, na qual est� a cripta com as rel�quias (restos mortais) de Irm� Benigna, h� tamb�m o memorial dedicado a ela. No ambiente est�o retratos, mobili�rios e objetos que contam um pouco dessa hist�ria de f� e amor aos necessitados.

Um retrato em tamanho natural de Irm� Benigna, com uma cadeira ao lado, � um dos cantos preferidos dos visitantes para as fotos. A rela��es-p�blicas Luciana Gomes Costa, moradora do Bairro Santa Am�lia, na Regi�o da Pampulha, em Belo Horizonte, leu, na entrada do memorial, uma frase sempre pronunciada pela irm�: “Jesus tem pressa”. Na primeira visita � capela, ela disse que a religiosa  teve uma hist�ria de beleza, assim como a das demais da congrega��o. “� preciso divulgar a obra cada vez mais, para todo mundo conhecer”, sugeriu.

 

VIDAS DE F�

 

» O Evangelista da Piedade

Natural de Caet�, na Grande BH, monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro passou a vida servindo a Deus e ajudando as pessoas. De acordo com a Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, por ele fundada, “sua exist�ncia foi admir�vel e sua pureza de costumes, os benef�cios de suas obras apost�licas e a confian�a na provid�ncia Divina diante dos sofrimentos, caracter�sticas predominantes”. “Como reconhecimento a tanta benemer�ncia, a Santa S� lhe concedeu o t�tulo de monsenhor. Em 1905, o papa Pio X destacou integridade, tenacidade e zelo religioso para com o minist�rio, a atividade mission�ria, o labor e o cuidado em favor dos pobres, �rf�os e enfermos. Monsenhor Domingos � lembrado tamb�m por saber juntar a santidade das obras � simplicidade da vida. Era um prot�tipo de pureza e caridade pela luz e calor de sua alma. Trabalhou sem tr�gua e sem f�rias durante mais de meio s�culo de sacerd�cio.” O religioso cresceu frequentando o Santu�rio de Nossa Senhora da Piedade, entrou para o semin�rio de Mariana, e foi ordenado padre em 1869.

 

» Santa da Salve Rainha

No cora��o de muitos mineiros, a irm� Benigna Victima de Jesus j� � santa. Natural de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, Maria da Concei��o Santos ingressou aos 28 anos na Congrega��o das Irm�s Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, fundada por monsenhor Domingos. Conforme as pessoas que a conheceram, eram muito alegre e fazia tudo confiando em Deus e em Nossa Senhora. “A todos ensinava o caminho da verdadeira devo��o, da caridade e o valor da missa, dos sacramentos, das ora��es, principalmente da Salve Rainha, a sua predileta. Sem fazer distin��o de pessoas, valorizava o que cada uma tinha de melhor, esquecendo-se de si mesma, sem medir esfor�os para ir ao encontro de quem estava em sofrimento e afli��o”, ressalta um texto da Associa��o dos Amigos de Irm� Benigna (Amaiben). Toda segunda-feira, �s 14h, h� missa dedicada a ela no Santu�rio Arquidiocesano Nossa Senhora da Concei��o dos Pobres, no Bairro Lagoinha, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte.


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