Depois de mais de 24 horas de drama e sofrimento para a fam�lia e de mobiliza��o de autoridades, familiares e volunt�rios, foi encontrado no fim da tarde de ontem o menino Miguel Albino dos Santos de Jesus, de 2 anos. A crian�a havia desaparecido na manh� de sexta-feira, em uma mata no Bairro Parque Industrial, em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. As circunst�ncias, tanto do desaparecimento quanto do retorno da crian�a ser�o investigadas pela Pol�cia Civil, j� que Miguel teria sido encontrado em local que j� havia passado por buscas exaustivas de bombeiros e policiais.
“Um policial estava em patrulhamento e disseram que o encontraram. Estava junto de uma cerca, perto de uma lagoa”, explicou o tenente Linke. Miguel teria sido encontrado por tr�s rapazes que moram na vizinhan�a do local do desaparecimento, com as roupas sujas e sentindo muita sede. Na porta da delegacia, o menino foi entregue nos bra�os da m�e por um rapaz que estava na �rea onde a crian�a foi encontrada e acompanhou o pequeno na viatura da PM.

Ap�s passar pela delegacia, ele e a fam�lia seguiram com militares e guardas municipais para o Posto M�dico Legal de Betim, onde ele ser� examinado. “Uma coisa muito positiva foi a press�o popular, o destaque dado na m�dia (sobre o caso)”, disse o bombeiro, chamando aten��o para o fato de as equipes de busca terem passado mais de uma vez, anteontem e ontem, pelo local onde Miguel reapareceu, sem avistar sinal da crian�a.
Em nota divulgada no in�cio da noite, a Pol�cia Civil informou que as investiga��es continuam para que as circunst�ncias do desaparecimento sejam esclarecidas. “Segundo as primeiras informa��es, fornecidas por testemunhas � Pol�cia Civil, a crian�a estava chorando, deitada no ch�o, em uma mata localizada no mesmo local onde teria sido vista pela �ltima vez”, diz o texto. “As investiga��es continuam a fim de verificar se ocorreu algum crime enquanto a crian�a estava desaparecida e as circunst�ncias do desaparecimento”, conclui o texto."N�o acho que ele est� perdido. Acho que algu�m pegou meu filho. E a pessoa que est� com ele vai ser incomodada por Deus para trazer ele aqui."
Elis�ngela de Oliveira, de 39 anos, m�e de Miguel, em entrevista ao EM na manh� de s�bado
Depois de passar por exames, o menino foi levado a um hospital particular de Betim. As primeiras informa��es d�o conta de que Miguel estava bem, mas desidratado e com marcas de picadas de insetos. Os rapazes que o encontraram foram ouvidos pela Pol�cia Civil e compareceram com policiais ao local, para reconstituir a situa��o.

O SUMI�O O pai da crian�a, o pastor evang�lico o pastor Albervan de Jesus, de 43 anos, informou que a fam�lia passou a noite de quinta para sexta-feira no local, em ora��o. Por vota das 11h de sexta, ele foi buscar lenha para a fogueira que os aqueceria por mais uma noite e deixou Miguel e o irm�o mais velho sozinhos. O ca�ula desapareceu nesse intervalo. Ontem, bombeiros, guardas municipais, familiares e volunt�rios vasculharam mais uma vez a mata, enquanto a pol�cia investigava pistas que pudessem levar a um poss�vel sequestro ou c�rcere privado.
As buscas na mata de 505 mil metros quadrados foram feitas com o apoio de c�es farejadores. O espa�o tem muitos obst�culos perigosos, pois � ponto de desova de carca�as de carros roubados, de entulho e de lixo descartado clandestinamente. outra parte consiste numa �rea de mata fechada, com vales profundos e um labirinto de trilhas que se intercalam, levando a acessos vicinais aos bairros Esp�rito Santo, Niter�i, Industrial S�o Pedro, Dom Bosco e Betim Industrial.
“As buscas foram feitas � exaust�o. Hoje (ontem), percorremos lugares muito improv�veis de uma crian�a de 2 anos chegar”, explicou o tenente Jonas Braga Linke. “Passamos o caso para a delegacia. Foi coberto todo o espa�o praticamente onde ele chegaria andando por si s� e muito al�m desse limite. Fomos a lugares onde os pr�prios bombeiros tiveram dificuldade de andar”, disse, ao informar sobre a suspens�o das buscas.
Segundo ele, o andamento da opera��o mostrou que a pol�cia deveria assumir o caso. “O discurso de pessoas que foram ouvidas n�o estava batendo entre o que foi dito no in�cio e o que est� sendo dito agora.” Para o bombeiro uma sequ�ncia de fatos levantada durante as buscas mostrava contradi��es entre pessoas ouvidas.
O desespero de n�o saber do paradeiro do filho de 2 anos consumiu a dom�stica Elis�ngela de Oliveira, de 39 anos, e o marido. “N�o acho que ele est� perdido. Acho que algu�m pegou meu filho. E a pessoa que est� com ele vai ser incomodada por Deus para trazer ele aqui. Ou deixar ele em algum �rg�o, na pol�cia ou no hospital, algum lugar”, disse Elis�ngela.