(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Todos os dias, seis motocicletas s�o furtadas por bandidos em Belo Horizonte

Casos de furto significam perigo silencioso, pois ladr�es agem de forma sorrateira, sem uso de viol�ncia e sem conhecimento da v�tima. Pol�cia Civil prendeu trio altamente especializado nesse tipo de crime


postado em 10/04/2018 06:00 / atualizado em 10/04/2018 08:24

Motos apreendidas pela polícia: investigações apontam que os suspeitos faziam em média cinco furtos por semana na capital mineira (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Motos apreendidas pela pol�cia: investiga��es apontam que os suspeitos faziam em m�dia cinco furtos por semana na capital mineira (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

Um estudante universit�rio estaciona sua motocicleta pr�ximo da faculdade em que estuda e deixa o ve�culo esperando peg�-lo ao fim das aulas do dia. Na hora de voltar para casa, a surpresa: a moto n�o est� mais na vaga. Segundo a Pol�cia Civil, esse tipo de situa��o tende a diminuir em Belo Horizonte depois da pris�o de um trio de criminosos altamente especializados, que buscava esse perfil de v�timas para fazer em m�dia cinco furtos por semana na capital mineira, especialmente no turno da noite. O problema � que esse crime silencioso, que muitas vezes ocorre sem despertar nenhum tipo de suspeita, experimenta uma escalada em BH, segundo dados do Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran/MG). Todos os dias, seis motos s�o levadas por criminosos na cidade sem que seus donos percebam. O que mais chama a aten��o � que, diferentemente dos carros, a propor��o dos furtos dos ve�culos de duas rodas vem aumentando nos �ltimos tr�s anos em rela��o aos roubos – casos em que h� emprego de viol�ncia na retirada do bem.

O �ltimo dado disponibilizado pelo Detran � de 2017 e registra 2.462 motos furtadas em BH no ano passado, contra 568 roubadas. Os furtos equivalem a 81,25% do total, propor��o que vem crescendo desde 2015, quando o percentual era de 71,55%. Em 2016, a porcentagem de furtos fechou em 75,04%. No caso dos carros acontece movimento contr�rio, em que a propor��o cresce nas ocorr�ncias em que h� uso da viol�ncia, caracter�stica dos roubos.

Um dos motivos apontados para o aumento deste tipo de crime, segundo a Detran, � a falta de dispositivos de seguran�a. “As montadoras de ve�culos investiram muito em dispositivos que dificultam o furto de carros, e n�o fizeram tanto com rela��o �s motocicletas. Como exemplo se pode citar as chaves com codifica��o para carros, o que dificilmente se v� para motocicletas”, explicou, por meio nota.

Mesmo quando h� um cuidado dos donos dos ve�culos, com a coloca��o de trancas, por exemplo, as quadrilhas especializadas conseguem meios para levar as motos. “Apesar da necessidade de uma m�nima expertise quando h� furto, os criminosos costumam usar chaves no formato de estrela para estourar a tranca das motos e, com isso, proporcionar sua partida. A a��o demora segundos e pode ser feita por pessoas com pouca ou nenhuma especialidade. Ainda assim, existem quadrilhas especializadas nesses tipos de crimes”, disse o Departamento. Os donos das motocicletas podem usar alguns dispositivos para inibir o furto. Segundo a Pol�cia Civil, podem ser utilizados cadeados que s�o presos nas rodas, correntes, alarme e sensor de presen�a que cortam a corrente e/ou combust�vel.

Além do trio, mais duas pessoas foram presas por furto de carros (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Al�m do trio, mais duas pessoas foram presas por furto de carros (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)


O destino da maioria das motos � normalmente o desmanche. “O trabalho di�rio levou � conclus�o que a maioria das motos s�o desmanchadas. As investiga��es demonstram que as motos s�o desmanchadas em minutos e isso ocorre em qualquer tipo de ambiente, at� mesmo em resid�ncias”, completou o Detran.

Ontem, agentes do Departamento Estadual de Opera��es Especiais (Deoesp) da Pol�cia Civil apresentaram cinco criminosos, identificados em mais de seis meses de investiga��o, com atua��o no furto de ve�culos em Belo Horizonte. Tr�s deles preferiam motos e buscavam, na maioria dos casos, os ve�culos que ficavam nas imedia��es de faculdades, como Facisa e Anhanguera, ambas na Avenida Ant�nio Carlos, UNA, por incr�vel que pare�a nas redondezas do Detran/MG da Avenida Jo�o Pinheiro, entre outras. Segundo o delegado Thiago Machado, esse expediente era usado justamente pela maior possibilidade de sucesso dos bandidos. “Aproveitando que o estudante deixava sua motocicleta ali, se dirigia para a sala de aula para estudar e devido a esse tempo que ele permanecia estudando, eles aproveitavam para ter a tranquilidade em usar uma chave mestra e levar essa motocicleta”, afirma.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Outro expediente usado pelo trio era a divis�o de tarefas. Enquanto Paulo Henrique Leal Rocha, de 34 anos, e Cl�udio Luciano Dias, de 36, praticavam os furtos, Sidn�ia Cintia da Costa, de 28, que � mulher de Paulo Henrique, acompanhava os bandidos para agir como uma esp�cie de olheira. “Ela avisava sobre a movimenta��o de pessoas que poderiam ser as donas das motos”, acrescenta o delegado. Segundo os investigadores do Deoesp que est�o na investiga��o do caso, Paulo Henrique � apontado como um grande especialista na �rea, que n�o precisava de mais do que tr�s minutos para sair com uma motocicleta furtada. “Devido � habilidade desse tipo de criminoso eles tinham maior facilidade em conseguir fazer o funcionamento da moto, pois � um ve�culo mais fr�gil do que um carro. Tamb�m tem o meio que esses criminosos vivem. Eles trabalham com com�rcio de motos, o que d� essa facilidade de eles poderem passar pe�as para outras pessoas”, diz o delegado Thiago Machado. Tanto Cl�udio quanto Paulo Henrique possuem oficinas especializadas em motocicletas nos bairros C�u Azul, em BH, e Maria Helena, em Ribeir�o das Neves.

Todos foram presos em Neves e o grupo escolhia prioritariamente motos entre 160 e 300 cilindradas, por terem pe�as de maior valor e liquidez no mercado. Os investigadores estimam que o grupo conseguia movimentar cerca de R$ 10 mil por semana com a pr�tica criminosa. As investiga��es seguem com foco nos receptadores. Na casa de um deles, que foi liberado da pris�o mediante pagamento de fian�a, foram encontradas duas motos furtadas. A Pol�cia Civil acredita que a pris�o vai dar um baque nesse tipo de crime, j� que toda semana eles furtavam cinco motos e agiam pelo menos desde janeiro, quando foram identificados e passaram a ter os passos monitorados. 

MAIS PRIS�ES
Na mesma opera��o que deu um golpe no furto de motos em BH, o Deoesp tamb�m prendeu outros dois ladr�es. Eliseu Laudelino Lopes, de 47 anos, e Rodrigo Luis dos Santos, de 42, s�o apontados como autores de furtos de ve�culos mais antigos, normalmente com data de fabrica��o entre 1995 e 2000. Toda a investiga��o, inclusive, come�ou com Eliseu, apontado como autor de um caso de extors�o mediante sequestro em setembro do ano passado, que desencadeou todo o trabalho de descoberta dos cinco criminosos. Ao todo, a PC conseguiu cinco mandados de pris�o e oito de busca e apreens�o. Eliseu e Rodrigo furtavam carros e repassavam para pessoas de menor poder aquisitivo por baixos valores, muitas vezes em troca de servi�os que eles necessitavam.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)