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Estado de Minas

'Fomos acusados sem provas', afirma bispo de Minas preso em Goi�s

De Uberaba, dom Jos� Ronaldo Ribeiro ficou preso por 30 dias acusado de R$ 2 milh�es de recursos das 33 par�quias da diocese de Formosa


postado em 23/04/2018 11:18 / atualizado em 23/04/2018 13:01

Em novembro de 2014, dom José Ronaldo foi transferido pelo papa Francisco para Formosa(foto: Diocese de Formosa/Divulgação)
Em novembro de 2014, dom Jos� Ronaldo foi transferido pelo papa Francisco para Formosa (foto: Diocese de Formosa/Divulga��o)

Formosa, 23 - Foram 30 dias de pris�o, a tristeza de n�o celebrar a missa, a rotina sem no��o de tempo, a m�goa de sofrer acusa��es para ele injustas e, acima de tudo, humilha��es que considera impens�veis, como as duas vezes em que foi obrigado a ficar quase nu, s� de cueca, para a revista aos presos.

Acusado de desvio de R$ 2 milh�es de recursos das 33 par�quias da diocese de Formosa (GO), d. Jos� Ronaldo Ribeiro, de 61 anos, foi solto na ter�a-feira e reuniu parentes e colaboradores na capela improvisada da resid�ncia episcopal, de 15 m², para agradecer a Deus estar de volta para junto do rebanho - cerca de 400 mil pessoas, em 23 munic�pios. "Fomos massacrados, acusados sem provas, com um m�todo absurdo de condenar, prender e apurar", disse d. Ronaldo em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a primeira desde a pris�o.

Ao seu lado estava outro acusado, o padre Thiago Wenceslau, juiz eclesi�stico com doutorado na Pontif�cia Universidade Lateranense, em Roma, que chegou a Formosa em um domingo e foi preso na manh� seguinte, acusado de agir com o bispo.

Padre Thiago chorou o tempo todo na missa na capelinha particular. Fez cinco dias de jejum, em sinal de protesto contra a pris�o, e foi o �ltimo a ser libertado, 24 horas ap�s a soltura de d. Ronaldo, um monsenhor, tr�s padres e dois empres�rios presos na Opera��o Caif�s, sob acusa��o de falsidade ideol�gica e desvio de dinheiro das par�quias.

D. Ronaldo saiu direto do pres�dio para a resid�ncia episcopal, em vez de se hospedar na Casa do Clero, para padres doentes e idosos, conforme lhe aconselharam. "Vim para c�, porque esta � minha morada. Eu ainda sou o bispo de Formosa, embora afastado", afirma. Mas quem decidir� onde ele deve ficar � o administrador apost�lico, d. Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba (MG), designado pelo papa Francisco para dirigir a diocese na aus�ncia do titular. Ele deixou a Assembleia-Geral da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil, em Aparecida (SP), para passar o fim de semana em Formosa. Viajou a conselho do n�ncio apost�lico, d. Giovanni D'Aniello, para confortar d. Ronaldo.

O bispo de Formosa permanecer� fora do cargo at� a defini��o de sua situa��o na Justi�a. Se for absolvido e o papa permitir, pretende retomar suas fun��es, embora admita reavaliar a inten��o. Depende da aceita��o dos fi�is, at� agora aparentemente sem fissuras. Mesmo com as pris�es, as missas de domingo continuaram cheias. "� evidente que, se muitas pessoas me apoiam com sua solidariedade, h� tamb�m um pequeno grupo que pretende me afastar, por discordar de meu estilo e de minha orienta��o pastoral."

Ele se refere aos padres que, na sua avalia��o, armaram as den�ncias para se livrar dele. "� um grupo articulado que armou esse esquema h� anos, desde minha passagem pela Diocese de Jana�ba (MG), de onde fui transferido para Formosa em 2014." Segundo o bispo, a arma��o come�ou quando ele levou para Jana�ba ex-dependentes de drogas de quem cuidava no trabalho pastoral. Disse que, para ajud�-los, sua conta ficou negativa.

Fazenda e lot�rica


Na acusa��o do Minist�rio P�blico de Goi�s, d. Ronaldo � citado como chefe de um grupo que teria desviado mais de R$ 2 milh�es do d�zimo ofertado �s par�quias, segundo den�ncia assinada por 30 de seus diocesanos. O dinheiro teria comprado uma fazenda de cria��o de gado e uma lot�rica. "Sou inocente, tenho certeza de que nada fiz de errado", afirma. Segundo ele, quem fez a compra foi padre Moacyr Santana, com recursos pr�prios, o que n�o caracterizaria crime.

O administrador apost�lico, d. Paulo Peixoto, que est� investigando as den�ncias, diz que, at� o momento, parece n�o ter havido irregularidades. Os bispos do Regional Centro-Oeste, que compreende as dioceses de Goi�s e Distrito Federal, viajar�o a Formosa, nas pr�ximas semanas, para levar conforto e solidariedade a d. Ronaldo e aos demais acusados.

Como a Justi�a imp�s medidas cautelares, d. Ronaldo est� proibido de sair de Formosa e foi obrigado a entregar o passaporte. "Disseram que eu pretendia fugir do Pa�s porque preparava uma viagem a Roma para participar de uma reuni�o do Movimento Neocatecumenal", diz. Acolhido ao sair da pris�o pela m�e, dona Nilda, de 90 anos, e por alguns de seus irm�os, ele tem tido a assist�ncia de parentes e amigos, que lhe fazem companhia e se oferecem para cozinhar.

Den�ncia


O promotor Douglas Chegury afirma que a investiga��o toma por base den�ncia de um grupo de 30 fi�is. "Mandaram informa��es por escrito, em um documento assinado, apontando supostas irregularidades que haviam identificado." Ele destacou que as provas coletadas no processo, desde 2017, eram suficientes para pedir a pris�o preventiva. "Houve oculta��o de provas e a intimida��o de testemunhas." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo. (Jos� Maria Mayrink, enviado especial)


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