Uma sindic�ncia ser� aberta para apurar se houve excessos na a��o da Pol�cia Militar (PM) para dispersar professores da educa��o infantil que fizeram uma manifesta��o no Centro de Belo Horizonte nesta segunda-feira. Os militares fizeram uso de bombas de g�s lacrimog�neo e de efeito moral, al�m de jatos d'�gua para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena. A investiga��o foi pedida pelo governador Fernando Pimentel (PT).

De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reuni�o foi convocada pelo governador com a c�pula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, ent�o, ordenou a abertura de uma sindic�ncia e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os respons�veis punidos”, informou por meio de nota.
Os professores participaram de uma assembleia na Pra�a da Esta��o, na parte da manh�, onde votaram pela continuidade da greve. De l�, eles seguiram em passeata pela Avenida Afonso Pena at� a sede da PBH. A avenida chegou a ficar fechada nos dois sentidos. Houve negocia��o com Policiais Militares, mas, para dispersar os manifestantes, policiais usaram bombas de g�s, efeito moral e jatos d'�gua.
Por meio de nota, a Pol�cia Militar (PM) afirmou que dialogou com os manifestantes por uma hora e meia. Na conversa, diz que alertou que o fechamento total da via causaria preju�zos a todos, inclusive, �queles que precisariam se deslocar com urg�ncia aos hospitais da regi�o. “Ap�s o di�logo, os manifestantes n�o atenderam o pedido de libera��o parcial e a Pol�cia Militar com intento de resguardar os direitos citados fez o uso diferenciado da for�a com instrumentos de menor potencial ofensivo, que promoveram a dispers�o daqueles que interrompiam o tr�nsito da Avenida Afonso Pena”, comentou.
“N�o houve a necessidade do uso de muni��es de borracha, apenas outros m�todos dispersivos previstos no uso diferenciado da for�a. A PMMG se mant�m �vida no resguardo aos direitos previstos na Constitui��o e sempre faz com que o di�logo seja a premissa m�xima para a resolu��o de problemas”, finalizou.
Prefeito critica sindicato
O prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou, na tarde desta segunda-feira, que o protesto dos professores da educa��o infantil foi uma a��o premeditada e pol�tica realizada pelo sindicato que representa a categoria. “Lamentavelmente, contrariando os interesses dos professores, o sindicato promoveu o fechamento da principal, ou uma das principais, avenidas de Belo Horizonte”, disse.Segundo Kalil, a manifesta��o foi comunicada � prefeitura. Diante disso, de acordo com o prefeito, o ato foi organizado pela BHTrans, que fechou o trajeto por onde os professores passaram. Por�m, ao chegarem na frente da sede da administra��o municipal, os manifestantes fecharam totalmente a Avenida Afonso Pena, nos dois sentidos. Para o prefeito, foi uma a��o premeditada e pol�tica. “N�o podemos permitir a baderna se instalar propositalmente por meia d�zia de pelegos, agarrados nos cargos h� anos, em detrimento do interesse de uma classe t�o importante como dos professores. Os mesmos est�o ai h� anos. Interessados em candidaturas pr�prias, no final do ano, como � facilmente identificado”, disse.
“A manifesta��o � leg�tima, � democr�tica e bem-vinda. Ela foi organizada pela BHTrans. Eles caminharam de uma forma ordeira at� a porta da prefeitura e poderiam ficar at� agora protestando. Agora, fechar uma �rea hospitalar, impedir o Samu de circular, a popula��o de Belo Horizonte ser arrebentada no tr�nsito em uma segunda-feira, � isso que n�o podemos deixar. E n�o deixaremos”, comentou Kalil. “Se querem a desordem e provocar as cenas que interessam a eles politicamente, todas vez que fizerem (a cena), n�s vamos proporcionar a cena para eles”, finalizou.
Reivindica��o
Os professores reivindicam carreira �nica para os professores da rede municipal. “O que temos hoje � uma reposta totalmente negativa da nossa reivindica��o. A nossa reivindica��o � carreira �nica para professores da rede municipal. Temos professora graduada em pedagogia que ganha sal�rio l�quido de R$ 752, o que est� sendo descontado no sal�rio � o plano de sa�de. N�o tem condi��es de se manter financeiramente com nossas despesas di�rias. Ent�o, somos submetidos a jornadas tripla de trabalho”, conta Ev�ngela Maria de Oliveira Rodrigues Alvertine, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Educa��o (Sindrede).
A Secretaria Municipal de Planejamento, Or�amento e Gest�o informou que h� um projeto de lei na C�mara Municpal de Belo Horizonte com propostas de mudan�as nas carreiras dos professores. “Em rela��o � unifica��o das carreiras de professor de ensino fundamental e de professor para educa��o infantil, informamos que o primeiro passo para avan�os foi dado com o envio do Projeto de Lei nº442/2017 � C�mara de Vereadores. Na proposta, os professores com grau de escolaridade superior poder�o ganhar at� 3 n�veis na carreira, o que resultar� num ganho de at� 15% de aumento no vencimento b�sico”, diz a nota. Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, Or�amento e Gest�o, a equipara��o salarial quase dobraria o sal�rio inicial. “Hoje, essa unifica��o custaria para o Munic�pio cerca de R$ 80 milh�es por ano, demanda invi�vel diante do cen�rio econ�mico financeiro atual”.
A proposta n�o agrada alguns professores. “Projeto que mexe um n�vel na nossa carreira. N�o � o que a gente luta. A gente luta para ser reconhecida como professor municipal, com ingresso em n�vel superior, em n�vel 10”, disse Ev�ngela Rodrigues.