Dia de expectativa para pais, professores e escolas. Est� marcada para hoje uma nova manifesta��o dos educadores da rede particular e mais uma rodada de negocia��o com os donos dos estabelecimentos de ensino, que vai decidir os rumos da greve dos docentes. Na segunda-feira, em reuni�o da categoria, eles votaram a manuten��o da paralisa��o das aulas em Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana. O protesto est� marcado para as 9h30, na porta da sede do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG). �s 14h30, um novo encontro est� agendado entre as partes, no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG). Depois, as propostas ser�o discutidas em assembleia na mesma data. Os educadores pedem, entre outras coisas, reajuste salarial pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC) mais 3% de ganho real.
Insatisfeitos com a interrup��o nas aulas, grupos de pais de alunos matriculados em institui��es da rede particular de Belo Horizonte mobilizam-se em redes sociais para cobrar provid�ncias da dire��o das escolas para que a rotina de aprendizagem dos filhos seja retomada. Alguns afirmaram que apoiam a greve dos professores, mas cobram a contrata��o de docentes substitutos ou monitores para que os filhos n�o fiquem sem aulas.
“N�o queremos dispensa de professores do quadro, porque eles s�o indispens�veis. Mas nem a escola pode prever o in�cio e o t�rmino da greve. Ent�o, defendo que contratem substitutos ou estagi�rios, para propor atividades que n�o interrompam o projeto educativo da crian�a”, disse ao Estado de Minas o servidor p�blico Abanir Aparecido Denardi, de 45 anos, que tem uma filha, de oito anos, matriculada no Col�gio Marista Dom Silv�rio, um dos que passaram o dia discutindo a quest�o em um grupo de pais.
Outro pensamento compartilhado entre os pais � sobre a postura das institui��es durante as paralisa��es. “N�o sou contra a greve, � um direito do trabalhador, mas entendo que a escola como empresa da qual n�s (pais) somos clientes. Ent�o a escola n�o pode repassar o risco do neg�cio para os clientes. Precisa arrumar uma solu��o para n�o continuar prejudicando os alunos e a log�stica dos pais. Como uma institui��o com valor alto de mensalidade deixa a situa��o chegar a esse ponto? Sou a favor dos professores, mas acho que a escola deveria gerenciar melhor essa quest�o”, complementou a tamb�m servidora p�blica Jaqueline Somavilla, de 35 anos, m�e de duas alunas da educa��o infantil do Col�gio Marista Dom Silv�rio. Pais prometem fazer manifesta��es caso a quest�o n�o se resolva de imediato.
Durante sete horas de negocia��o em reuni�o de concilia��o no TRT, na segunda-feira, foram discutidos 10 pontos propostos pelos patr�es, mas houve impasse em tr�s deles: o reajuste de sal�rios, a homologa��o de rescis�o de contrato diante das altera��es trazidas pela reforma trabalhista; e as contribui��es ao Sinpro-MG. Ao fim da audi�ncia, o Sinpro/MG apresentou uma nova exig�ncia: garantia de n�o puni��o decorrente da greve e estabilidade durante todo o ano letivo.
Para o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), houve “grandes avan�os”, considerando os 10 pontos propostos pela entidade na audi�ncia de concilia��o. Entre eles est�o a transfer�ncia de disciplina do professor; f�rias coletivas; a licen�a n�o-remunerada, aposentando (cl�usula que assegura ao professor a garantia contra a rescis�o imotivada nos 12 meses que antecedem a data prevista em lei para a complementa��o do tempo para aposentadoria volunt�ria); o quadro hier�rquico; a multa por descumprimento da conven��o coletiva de trabalho (CCT) e rescis�o imotivada no transcurso do ano letivo.

Numa das quest�es mais delicadas, a entidade sustentava que n�o tinha a inten��o de acabar com as bolsas (concedidas a filhos de professores), mas de regularizar a situa��o. “H� professor que d� duas aulas de higiene bucal, por exemplo, e cujo filho tem bolsa na escola, e professor de matem�tica com 25 horas/aula que n�o tem o benef�cio”, informou, por meio da assessoria de imprensa. Naquela ocasi�o, o Sinep prop�s reajuste seguindo o INPC (1,56%), pouco acima do que havia sido cogitado anteriormente (1%). *Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Rachel Botelho
Institui��es paradas
Levantamento feito ontem pelo Estado de Minas, com base informa��es repassadas pelos pais por meio de redes sociais, aponta que pelo menos 10 escolas avisaram que v�o parar hoje: Santo Agostinho – Unidade Belo Horizonte, Marista Dom Silv�rio, Escola da Serra, Sagrado Cora��o de Maria, Nossa Senhora das dores e Loyola. Os col�gios Padre Eust�quio e Magnum v�o parar, mas oferecer�o atividades com as crian�as e adolescentes que forem � escola.
Pelo balan�o do sindicato dos professores divulgado na quarta-feira, 60 escolas de BH e regi�o metropolitana ficaram total ou parcialmente paradas. De acordo com o Sinep-MG, 13 col�gios pararam totalmente: Loyola, Magnum Cidade Nova e Buritis, Imaculada Concei��o, Marista Dom Silv�rio, Col�gio Padre Eust�quio, Sagrado Cora��o de Maria, S�o Miguel Arcanjo, Col�gio S�o Paulo, Escola Bal�o Vermelho, Gaivotas e Obra Social Jos� Oper�rio.
Em outros nove as atividades foram parcialmente paralisadas na capital, entre elas Col�gio Arnaldo, Col�gio Batista, Nossa Senhora das Dores e S�o Jos�. Al�m da Fumec, os centros universit�rios UNA e UNI-BH informaram greves parciais. No primeiro, a maioria dos docentes de comunica��o e artes do c�mpus da Pra�a da Liberdade e a Faculdade de Sa�de aderiu. Em outros cursos, o percentual ficou entre 20% e 30%. No segundo, apenas 10% da institui��o aderiu ao movimento, segundo informa��es repassadas pela institui��o ao sindicato patronal. Os professores da Pontif�cia Universidade Cat�lica de Minas Gerais (PUC-MG), por meio da Associa��o dos Docentes da PUC Minas (Adpuc), tamb�m confirmaram que se filiariam � greve da rede particular de educa��o.