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Estado de Minas

Maior aumento de tarifa da hist�ria do metr� revolta passageiros em BH

Sem inaugura��o de expans�es h� mais de uma d�cada e com a amea�a de colapso por falta de verbas do governo, transporte que atende � Grande BH vai para R$ 3,40, maior reajuste de sua hist�ria


postado em 08/05/2018 06:00 / atualizado em 08/05/2018 07:50

Aperto no bolso e nos vagões: passageiros questionam lotação nos horários de pico e falta de investimento no serviço(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Aperto no bolso e nos vag�es: passageiros questionam lota��o nos hor�rios de pico e falta de investimento no servi�o (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
 
Em meio a amea�a de cortes e at� de paralisa��o do metr� de Belo Horizonte, devido � falta de verba or�ament�ria para opera��o do servi�o, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) anuncia aumento de mais de 88% na tarifa do transporte. O reajuste, que partir de sexta-feira far� o usu�rio desembolsar R$ 3,40 contra os atuais R$ 1,80, � o maior na hist�ria do metr� (veja quadro). � tamb�m o mais alto do transporte p�blico da capital mineira, pelo menos desde 2008. Levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados da CBTU e da BHTrans mostra que a maior diferen�a no per�odo ocorreu no metr� entre janeiro de 2005 e fevereiro de 2006, com alta de R$ 0,45 (de R$ 1,20 para R$ 1,65, diferen�a de 37%). O Minist�rio P�blico Federal (MPF) j� analisa representa��o do Sindicato dos Metrovi�rios de Minas Gerais (Sindmetro) questionando os novos valores.


O an�ncio do reajuste chega justamente no momento em que o Minist�rio das Cidades havia admitido a busca por pelo menos R$ 60 milh�es para garantir o funcionamento do metr� em BH e outras quatro capitais sem interrup��es, diante do contingenciamento de verbas para a CBTU em 2018 aprovado pelo Congresso Nacional. O Sindicato dos Metrovi�rios de Minas Gerais n�o tem d�vida de que a conta caiu no bolso da popula��o, que ter� que pagar mais que o sistema n�o corra o risco de parar.

J� a companhia justificou o aumento dizendo que a tarifa est� congelada h� 12 anos na capital mineira e que, por isso, a receita do metr� n�o evoluiu de forma compat�vel com o aumento dos custos. O sistema que atende hoje a 210 mil pessoas por dia � composto de apenas uma linha, de 28,1 quil�metros, e teve a �ltima esta��o inaugurada h� 16 anos, segundo site da pr�pria CBTU (veja quadro).

"Dizer que � um metr�, para ter uma passagem de R$ 3,40, � um desrespeito com as pessoas. Isso aqui � no m�ximo um trem ultrapassado."

Adeilton Pereira, 35 anos, vigilante



O reajuste passa a valer sexta-feira. A companhia informou que haver� aumento tamb�m em capitais como Recife, Jo�o Pessoa, Natal e Macei�. A CBTU  argumenta que “a recomposi��o parcial das perdas inflacion�rias busca o fortalecimento do transporte de passageiros sobre trilhos, sendo medida fundamental para continuidade da opera��o e manuten��o do servi�o prestado”.

“Rigorosamente em todo o pa�s, tarifas de transportes p�blicos sofrem reajustes baseados, normalmente, em �ndices inflacion�rios. Em Jo�o Pessoa, Macei� e Natal as tarifas est�o congeladas h� 15 anos; em Belo Horizonte, h� 12 anos e em Recife, h� seis. Com isso, a receita obtida pelo servi�o de transporte metroferrovi�rio n�o evoluiu de forma compat�vel com o aumento de seus custos, sendo necess�ria aplica��o do presente reequil�brio financeiro”, informou a empresa, via assessoria de imprensa. A nota diz  ainda que “seguindo orienta��o do Minist�rio do Planejamento, o conselho de administra��o da companhia aprovou a recupera��o parcial das perdas inflacion�rias, ficando a nova tarifa em Belo Horizonte em R$ 3,40, em Recife, R$ 3, e em Jo�o Pessoa, Natal e Macei�, R$1”.

(foto: Arte/Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 6/6/15)
(foto: Arte/Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 6/6/15)


MOBILIZA��O O presidente do Sindicato dos Metrovi�rios de Minas Gerais, Romeu Jos� Machado Neto, considera abusivo o reajuste e diz que a entidade vai promover a��es para mobilizar os passageiros a reagir contra ele. Ainda segundo Romeu Neto, um reajuste teria justificativa caso houvesse expans�o do sistema, acompanhada de investimentos no metr�. Em BH, al�m de n�o haver constru��o de mais linhas, n�o h� nenhum investimento em melhorias, segundo o sindicalista. “Fica a impress�o de que quem est� pagando a conta � o passageiro”, acrescenta. Ele acredita que esse seja um movimento do governo federal no sentido de privatizar o servi�o.

88,9% � o percentual de reajuste que ser� aplicado � tarifa do metr� de BH na sexta-feira. Com ele, o servi�o passa de R$ 1,80 para R$ 3,40

O aumento da tarifa do metr� chega em um momento em que o Sindicato dos Metrovi�rios denunciava a possibilidade de interrup��o parcial e at� total do servi�o a partir de junho, por falta de verbas. Na semana passada, o Minist�rio das Cidades, pasta � qual est� subordinada a CBTU, informou que o or�amento aprovado para 2018 pelo Congresso Nacional para as a��es que englobam todos os sistemas operados pela companhia foi de R$ 139,7 milh�es. “Tal limita��o se d� em fun��o da necessidade de adequar as despesas do governo � meta de resultado prim�rio e ao limite de gasto advindo do novo regime fiscal (Emenda Constitucional 95/2016). Face � necessidade de assegurar a presta��o do servi�o com seguran�a e confiabilidade ao usu�rio, est�o sendo realizadas tratativas com o Minist�rio do Planejamento para ampliar o or�amento da a��o para cerca de R$ 200 milh�es, patamar pr�ximo ao executado em 2017”, informou o minist�rio, em nota. No ano passado, houve amplia��o do limite dispon�vel de custeio da companhia, o que permitiu o empenho pela CBTU de R$ 233 milh�es na a��o de funcionamento dos sistemas.

Tarifa�o deixa passageiros revoltados


(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Abusivo. A palavra foi praticamente consenso entre usu�rios do metr� ouvidos ontem, na volta para casa, para definir o reajuste de mais de 88% na tarifa do servi�o. “Aumento de 88% � um abuso, fora da realidade econ�mica de quem depende do transporte”, avaliou o fiscal de supermercado Pedro Henrique Amorim, de 25 anos. O serigrafista Sandro Alves, de 22, tamb�m protestou: “Uso diariamente o metr� e n�o vejo explica��o para uma passagem de R$ 1,80 saltar para R$ 3,40. N�o s�o poucas as vezes que o trem para e ficamos presos no meio do caminho”, protestou.

A representante comercial Maria Aparecida Rocha, de 55, disse que diariamente usa o servi�o entre o Centro de BH e a Esta��o Vila Oeste. “Des�o na esta��o e ainda tenho que pegar �nibus para chegar em casa. N�o sei se com esse aumento o sistema de integra��o vai valer a pena. Acho que para aliviar o impacto do aumento, o jeito vai ser usar �nibus direto”, considerou.

O servidor p�blico Igor Freitas, de 25, com a mulher Nat�lia, de 22, e a filhinha do casal, Lu�za, de 1 ano e meio, aguardava no come�o da noite de ontem uma composi��o em que pudessem embarcar para Venda Nova. “Quando cheguei a BH vindo de Una�, descobri no metr� uma boa op��o de transporte, que embora n�o confort�vel, � r�pida e tinha pre�o acess�vel. Aumentando esse tanto, v�o prejudicar os menos favorecidos economicamente, que dependem desse tipo de transporte de massa”, disse Igor.

O aposentado Jackson Eust�quio, de 67, conta que diariamente sai de Pedro Leopoldo para a capital, e usa o trem metropolitano. “Trabalhei como terceirizado no metr� por sete anos. Nunca vi melhorias para uma tarifa elevada, pois no hor�rio de pico os carros est�o sempre lotados e os usu�rios t�m que se espremer. � um reajuste abusivo para um servi�o ruim”, justificou.

 


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