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Estado de Minas

Edif�cio projetado por Niemeyer no Centro de BH passa por reforma

Projetado por Niemeyer, pr�dio de 25 andares na Pra�a Sete tombado pelo Iepha passa por reforma para abrigar empresas da ind�stria criativa, espa�o de cultura e restaurante


postado em 12/05/2018 06:00 / atualizado em 12/05/2018 07:45

Uma das preciosidades do prédio, os tacos de peroba-rosa, estão sendo retirados um a um para restauração. Obra custará R$ 45,7 milhões.(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Uma das preciosidades do pr�dio, os tacos de peroba-rosa, est�o sendo retirados um a um para restaura��o. Obra custar� R$ 45,7 milh�es. (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Do alto, no 25º andar, d� para ver a cidade em 360 graus – melhor ainda na tarde de ontem, com o c�u muito azul: a extens�o da Serra do Curral, Avenida Afonso Pena, bairros Lagoinha e Floresta, Pra�a Rui Barbosa (Esta��o) e constru��es que contam a hist�ria da capital. J� dentro do pr�dio da d�cada de 1950, com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), est� em andamento a obra de restaura��o arrojada que incluir� ainda toda a fachada para valorizar o patrim�nio cultural e transformar o antigo Banco Mineiro da Produ��o em sede do P7 Criativo, na Pra�a Sete, no Centro de Belo Horizonte. “Esta iniciativa tem a proposta de futuro preservando o melhor que temos do passado”, disse, ontem, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Marco Ant�nio Castelo Branco, ao mostrar, ao lado de outras autoridades, a interven��o com aval do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha).

Com 17 mil metros quadrados de �rea constru�da e localizado no quarteir�o fechado da Rua Rio de Janeiro com Avenida Amazonas, o edif�cio representa a segunda fase de Niemeyer em Belo Horizonte, quando Juscelino Kubitschek era governador, e foi das primeiras constru��es verticais da Afonso Pena. Como no t�rmino das obras, dentro de 15 meses, o P7 ter� um restaurante aberto ao p�blico com vista panor�mica no topo, ser� poss�vel aos moradores e visitantes conhecer novos �ngulos da metr�pole.

A estrutura da nova sede (veja quadro) vai contar com o Memorial da Pra�a Sete, espa�o de cultura e hist�ria aberto a toda a popula��o, ter� a primeira biblioteca p�blica virtual do estado, al�m de espa�os de coworking, salas multiuso, centro de p�s-produ��o audiovisual, audit�rio, laborat�rio aberto para experimenta��o de produtos, al�m de 11 andares dispon�veis para empresas da ind�stria criativa – pequenas, m�dias e grandes. “Do jeito que foi planejado, ou seja, com essa narrativa, � um empreendimento in�dito no pa�s. O objetivo � valorizar a economia criativa, com diversos segmentos como moda, gastronomia, arquitetura, artesanato e design”, explicou a diretora de Fomento da Ind�stria Criativa da Codemge, Fernanda Machado.

O restauro do pr�dio, de propriedade do estado, sair� por R$ 45,7 milh�es, sendo R$ 28,5 milh�es custeados pela Codemge e R$ 17,2 milh�es pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). A gest�o ser� da Associa��o P7 Criativo, formada pela Federa��o das Ind�stria do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Servi�o de Apoio �s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), Codemge, Funda��o Jo�o Pinheiro e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico, Ci�ncia, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes).

“Temos, neste projeto, uma converg�ncia e o empenho de todos para trabalhar e recuperar um bem do patrim�nio, que ser� sede de um polo da economia criativa. Ela aponta para o futuro, junta conhecimento e experi�ncia e se traduz em riqueza para Minas”, disse o presidente da Fiemg, Olavo Machado J�nior. O P7 Criativo j� est� em atividade, em fase piloto, na Avenida Afonso Pena 4.000, no Bairro Cruzeiro, e a estrat�gia vai garantir que, quando as obras na Pra�a Sete estiverem conclu�das, “j� esteja formada uma comunidade forte e desenvolvido um modelo de trabalho para ocupar a nova sede e torn�-la produtiva em um curto espa�o de tempo”.


NEG�CIOS O P7 foi criado para projetar Minas no cen�rio da ind�stria criativa no Brasil e no mundo, com a proposta de alavancar novos neg�cios, gerar mais emprego e renda, al�m de incentivar a inova��o no estado. Economia criativa, como o pr�prio nome diz, � toda atividade que parte da criatividade e da inova��o, seguindo depois a produ��o, a distribui��o e o consumo. “� o futuro”, destacou Fernanda Machado.

Para cumprir a miss�o de promover neg�cios alicer�ados pela criatividade, inova��o e conhecimento, o P7 est� criando uma comunidade ativa de empresas, empreendedores e profissionais de �rea como audiovisual, moda, software e tecnologia da informa��o, design, comunica��o, arquitetura, games, m�sica, pesquisa e desenvolvimento, arte, cultura e gastronomia.

Nesse ambiente diverso, informa o material de divulga��o, o P7 age como um facilitador, criando sinergia entre empresas, estimulando a inova��o e as intera��es entre profissionais. Oferece tamb�m capacita��o empresarial, acesso a programas de apoio e mecanismos de financiamento, assessoria em capta��o de recursos, estudos e pesquisas de mercado, al�m de uma estrutura de ponta para sediar empresas e projetos. O objetivo � agregar competitividade e efici�ncia para os neg�cios conectados ao P7.

O Brasil est� entre os pa�ses que mais produzem neg�cios criativos e Minas � dos estados com forte participa��o nesse mercado. Os estudos de viabilidade realizados indicam que o P7 ter� um impacto significativo na economia do estado: 1,6 mil empregos diretos, 8,1 mil empregos indiretos, R$ 113,2 milh�es de movimenta��o econ�mica anual no territ�rio, 112 empresas de pequeno porte, 25 de m�dio porte e 10 de grande porte.

PEROBA-ROSA Na tarde dessa sexta-feira, foi poss�vel ver umas das preciosidades do pr�dio: os tacos de peroba-rosa que est�o sendo retirados um a um para restaura��o. O secret�rio estadual de Cultura, �ngelo Oswaldo, afirmou que o Centro de BH merece esse tipo de revitaliza��o e acredita que o pr�dio ser� um elemento irradiador para outras iniciativas. A fachada do edif�cio, segundo ele, est� entre as partes que demandar�o uma interven��o maior, devido � degrada��o. Ao lado, a presidente do Iepha, Michele Arroyo, ressaltou o car�ter inovador do pr�dio, na d�cada de 1950, e que faz, com a sua modernidade, um conjunto importante com os ecl�ticos Cine Brasil, bem ao lado, e o pr�dio do Uai, na Amazonas, em frente “� uma refer�ncia em sustentabilidade de um s�mbolo de BH”, resumiu Michele, afirmando que o pr�dio foi tombado pelo Iepha em 2016.

Diversifica��o e irradia��o foram das palavras mais usadas pelas autoridades presentes. O presidente da Funda��o Jo�o Pinheiro, professor Roberto do Nascimento Rodrigues, lembrou que � fundamental interferir numa chaga hist�rica de Minas que � a desigualdade regional. “Por isso, formaremos aqui recursos humanos, que � a pedra angular deste projeto”.

Para quem tem os olhos voltados, diariamente, para o Centro de BH, a iniciativa traz esperan�a. “Assim como o Cine Brasil, o projeto resgata a Pra�a Sete. Queremos ver a pujan�a econ�mica da regi�o via economia criativa. Se esse � o futuro, ent�o � a chance tamb�m de devolver a riqueza � regi�o”, disse a integrante da Associa��o dos Comerciante do Hipercentro, Cl�udia Volpini.

Na vanguarda

O projeto do pr�dio do antigo Banco Mineiro da Produ��o, depois Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) � de 1953. Segundo especialistas, o edif�cio foi vanguarda uma vez, quando constru�do com seu estilo modernista nos anos 1950, e agora se torna vanguarda pela segunda vez, abrigando um projeto ousado, ligado � nova economia. Como constru��o tombada, toda a obra est� sendo acompanhada por t�cnicos do Iepha-MG.

Um esfor�o importante est� sendo feito para preservar ao m�ximo os acabamentos originais, como piso em tacos de peroba, paredes em pedra Lioz, pain�is de tijolos de vidro, revestimentos internos de banheiros, guarda-corpo da cobertura, pastilhas cer�micas que revestem a casa de m�quinas e outros revestimentos da �poca. Tamb�m vai passar por um cuidado especial um painel art�stico localizado no 24º andar, de autoria do pintor, desenhista e muralista M�rio Sil�sio, que foi disc�pulo de Guignard e se notabilizou justamente pelas obras em edif�cios p�blicos, algumas delas em Belo Horizonte. O painel passar� por um restauro completo.


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